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Amélia Müller
Horas atrás

Moscou, Rússia

Depois da suposta "surpresa" do Gabriel pra Ana Júlia, ficamos apenas conversando e jogando papo fora enquanto tomávamos café. James estava se dando muito bem com as meninas, eu estava muito feliz por isso, mesmo com ele se atrapalhando todo para conversar com as meninas. Sorte dele era que Naju era fluente em espanhol por causa que morava na Espanha e dava uma força pra ele. Bem, o espanhol da Espanha e da Colômbia não eram tão diferentes, apenas algumas palavras mas mesmo assim deu certo.

Dada uma certa hora, fomos embora e passamos na casa para pegar as malas das meninas, pois elas iriam para Rostov na estreia da Seleção Brasileira. Eu ficaria aqui, pois o jogo da Seleção Alemã era aqui em Moscou e eu havia prometido que iria ver o jogo do meu irmão. James e eu ajudamos descendo as malas até o carro, nos despedimos e foram pegar a Amanda para irem todas juntas:

- Eu fiquei cansada com esse vai e vem todo, você não? - Digo fechando a porta e olhando para o ser maravilhoso encostado na bancada da cozinha, que dividia a sala de jantar e a cozinha.

- Elas levaram muitas malas para quem vai passar só um dia e meio em Rostov - James disse rindo. - Mariana levou o guarda roupa inteiro daqui.

- A gente tem um trabalho depois de amanhã em Anapa . Vamos fazer umas fotos e dar entrevistas para uma revista adolescente do Brasil - Digo indo até a bancada e me debruçando em cima dela. - Mas fica tranquilo, eu voltarei a tempo do seu jogo de estreia.

- Eu nem sei se vou ser escalado para o jogo, Mia, não fica se precipitando - Ele diz tocando a ponta do meu nariz de leve com o seu indicador.

- Como não colocar um dos melhores jogadores da Seleção Colombiana?

- Então, eu não sou o melhor para você? - Faz bico.

- Radamel Falcão é minha religião Colombiana, desculpa - Faço coração com as mãos. - Tô brincando, todos vocês são excelentes jogadores.

- Mais que a Seleção do seu irmão?

- Você já quer saber demais, não acha? - Digo indo em direção as escadas e James vem atrás. - Você sabe que eu torço para três seleções nessa copa.

- Que seriam? - Ele cruza os braços me olhando no começo da escada.

- Brasil, Colômbia e Alemanha - Cruzo os braços também. - Eu sou jornalista esportiva, não posso assumir meu amor por um time só, preciso ser parcial.

Faço menção de subir o resto da escada, mas acabo pisando falso, sentindo meu corpo indo para trás. É agora que eu me despeço, foi uma honra morrer na Rússia. Apenas fecho os olhos, esperando o impacto, mas alguém foi rápido, me pegando pela cintura. Abri os olhos e vi a imensidão castanha dos olhos brilhantes de James me olhando preocupado. Eu não sabia se eu beijava ele de uma vez, ou se eu ria, ou se eu chorava porque meu pé estava doendo demais. Optei por não fazer nenhuma das três e fiquei encarando James. Sinto minhas bochechas queimarem enquanto o tempo passava e o silêncio reinava:

- Você está bem? - James me coloca de pé mas não consigo equilíbrio pois meu pé doía. Graças a ele, que ainda não havia me soltado totalmente, me auxiliou segurando na minha cintura.

Connection | G. JesusWhere stories live. Discover now