Melancholy- Steve Rogers

Dama

- Então você ainda tem um toca discos. - Digo, mexendo cuidadosamente no objeto antigo.

- Sim. Qual é o problema?

- Steve, isso é pra gente velha!

Depois do que aconteceu, Rogers me trouxe em sua casa passar uns dias, para cumprir a promessa de me proteger, pelo meu pai.

- Eu sou gente e sou velho.

- As vezes eu me esqueço disso.

- Então esse depósito está vazio, tem apenas mendigos morando. - Diz riscando o nome no papel. - Sem sinal do seu pai nele.

- Qual vai ser o próximo local?

- Estou sem pistas no momento. Já entrei em contato com um amigo, para me ajudar.

Me sento no sofá, encostando a cabeça no braço do móvel.

- "Sua luta não termina quando sentir cansaço, mas sim quando atingir o sucesso merecido." Meu pai sempre me disse isso. Especialmente quando eu não queria estudar para as provas de matemática.

Steve ri.

- Nós vamos achá-lo.

Sorrio, hesitante.

- Bem, vou dormir. Amanhã tenho faculdade.

- Você está de brincadeira, certo? - Ele se levanta da cadeira que estava sentado.

- Por que estaria?

- Você quase foi sequestrada há três dias atrás. Não vou deixá-la fazer isso.

- Não vai me deixar? Você não tem poder absoluto nenhum sob mim.

- Não é questão de poder, Bel. Você corre perigo.

- Rogers, se eu tiver medo de sair de casa todos os dias, isso não será viver.

Ele revira os olhos.

- Eu não consigo te convencer o contrário, né?

- Não. - Dou um soquinho em seu ombro. - Mas obrigada pela preocupação. - Ele me olha com uma cara de desapontado. - Boa noite, Capitão América.

- Boa noite.

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Acordei, e fui a pé para a faculdade. O caminho inteiro fiquei com medo, e tiveram algumas vezes em que quase virei para trás e voltei correndo igual a uma galinha desgovernada. Quase.

- Bella? - Sasha, minha melhor amiga, vem me cumprimentar.

- Oi.

- Como você está depois de... você sabe.

Eu havia contado tudo pra ela do que havia acontecido, por mensagem.

- Eu não... sei. - A abraço mais.

- Você não quer dormir em casa mesmo?

Quero. Mas posso a colocar em perigo por isso. Não posso arriscar a vida de Sasha.

- Não, obrigada. Faz dois dias que estou dormindo na casa do Cap... hã... meu guarda costas.

- Quê? Guarda costas?

- Pois é. É um amigo do meu pai.

- Ele é gato?

- Sasha! - Rimos. - Ele é um pouco, sim.

Entramos na classe, nos sentando em nossos lugares. Na última aula, ouço alguém me chamar.

- Arabel! - Suzy me chama.
Suzy já foi minha melhor amiga, depois de eu descobrir que ela falava mal de mim pelas costas. Tinha inveja porque eu namorava o garoto que ela gostava.

- É ArabellA. - Me viro pra ela. - O que você quer?

- Soube que seu pai foi... sequestrado. Sinto muito. - Ela deve saber dessa notícia porque nossos pais trabalham juntos.

- É. - Me viro para frente.

- Eu sabia que o meu pai era melhor que o seu.

- O quê? - Me viro novamente para ela. Acho que entendi errado.

Ela deixa escapar um sorriso. O sinal bate, arrumo rápido minhas coisas para sair logo da sala. Ando rápido pelo pátio, até alguém segurar forte no meu braço.

- Uma prova que o mundo dá voltas mesmo. Você namorava o cara que eu gostava. Agora ele é meu namorado. Seu pai era o chefe do departamento de polícia. Papai foi sequestrado e o meu pai entrou no lugar do fraco do seu. - Suzy se aproxima do meu rosto. - A minha vida é perfeita agora que a sua está arruinada. - Sorri maliciosa.

- Nunca ouse falar do meu pai. - A empurro tão forte que ela cai no chão. - Já que a minha vida é tão miserável assim... - Um aglomerado de pessoas se junta em volta de nós, ouvindo a briga. - Eu não tenho nada a perder. Mas você pode perder uns dentes, pelo menos. - Cerro os punhos, mas alguém me segura por trás.

- É o Capitão América! - Ouço um menino gritar.

O quê?

- Steve? Me solta! - Dou uma cotovelada nele, mas é em vão. Ele é forte demais.

- Vão embora. Não tem mais nada para ver aqui. - Steve diz atrás de mim, ainda me segurando, e as pessoas começam a sair lentamente do aglomerado, nos encarando.

Ele me solta, e eu finalmente o encaro.

- O que você está fazendo?

- Eu vim te buscar... por segurança. E te pego batendo numa garota. Arabella, você é louca?

- Ela estava falando merda do meu pai! - Digo, enquanto andamos até a sua moto, que estava um pouco distante de nós.

- Você tem que se acalmar... - Ele se vira para mim. - Se você pirar e sair aí batendo em todo mundo que te irrita, tenho certeza que seu pai não iria gostar.

Merda. Verdade.

- Você está certo. - Monto na moto dele.

- O que ela falou pra você?

- Que meu pai era fraco.

- E o que você falou pra ela, afinal?

- Que eu ia quebrar os dentes dela.

Ele dá uma gargalhada.

- Boa.

- Mas eu ia mesmo. - Ele me olha com uma cara de assustado.

- Não sabia que uma dama de comportava assim.

- Pois é. Ser criada por 18 anos pelo meu pai deu nisso.

No caminho, meu celular apita com uma mensagem.

Sasha:
- Você não me contou que o seu guarda costas "um pouco gato" era o capitão América. Acho que você esqueceu, então vou perdoar.

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Hellouuu
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