broken heart ☄ scorbus (hiatus)

2- Feel The Wait

"Slytherin!"

Bradou o velho e sábio chapéu seletor depois de poucos segundos sob a cabeleireira platinada do pequeno, franzino e machucado garoto Malfoy. Scorpius já tinha meio que se acostumado com a idéia de talvez não ir pra Sonserina, já que era apenas um garoto fraco, frágil e inútil, nem de longe tinha determinação e a ambição que a casa "necessitava", de acordo com os pensamentos do mesmo.

Ele abriu um sorriso mínimo ao pensar na cara de orgulho do pai ao saber que seu filho teria ido para a Sonserina, assim como ele e o resto da família, mas logo o fechou, já prevendo o que iria acontecer.

Burburinhos.

O platinado conseguiu distinguir bem uma frase e seu coração se apertou, sentindo o nariz arder e a visão ficar embaçada por conta do choro que estaria por vir. "Filho de Voldmort".

O garoto não gostava disso. E também não entendia o porquê de tudo que estavam fazendo com ele.

Por que o agrediram? E xingaram? Ele parecia com o Lorde das Trevas? Será que ele tinha algum problema? Um defeito que não podia ser concertado? Ele realmente era uma aberração como todos diziam?

Scorpius tentou mentalizar Draco lhe dizendo palavras de conforto como sempre que o platinado mais novo se machucava, mas tudo o que saia da boca do pai era "Aberração" ,"Filho de Voldmort" ,"Fraco".

Quando sentiu seu peito subir e descer descompassadamente, já sabia o que ia acontecer.

Malfoy tratou de pular do banquinho alto que estava sentado e andar rapidamente para mesa da Slytherin. Se estivesse prestando atenção, teria ouvido palmas e assovios vindos das pessoas sentadas na mesa para onde estava se dirigindo, porém só estava concentrado em uma coisa: se machucar.

Ele precisava daquilo. Precisava sentir dor para não se descontrolar. Precisava apertar o que havia feito há pouco tempo no pulso fino e sentir a dor que emanava dele. Precisava alimentar seu vício desde que tomou ciencia da morte da mãe. Precisava daquilo para se controlar e não ter outro ataque de pânico ali mesmo, na frente de todos e ser ainda mais detestado por todos. Precisava da dor para não deixar doer mais ainda.

O Malfoy se sentou em lugar qualquer do enorme banco confortável enquanto ainda estava apertando o corte, sorrindo falso, sem prestar muita atenção no que falavam, para todos que vinham lhe cumprimentar e dar as boas-vindas.

E novamente, Scorpius se desligou desse mundo e se concentrou no seu, o mundo da sua própria dor.

•

Ainda entre os alunos não selecionados, Albus observava atentamente cada movimento que o garotinho de cabelos loiros muito claros, que acabara de se sentar na comprida mesa da casa de Salazar Slytherin, fazia. Assim que pôs os olhos no de olhos acinzentados, o moreno sentiu uma súbita curiosidade percorrer o seu sangue. Não á toa, claro.

Albus já havia percorrido com o olhar quase todas as pessoas do 1° ano ali presentes, como o bom observador que era e chegou a conclusão que sempre era a mesma coisa: risos alegres; burburinhos sobre as casas em que iriam ficar; heranças de família e besteiras de puro sangue; pessoas desesperadas por encontrar novos amigos e outras com planos de metas para serem seguidos que provavelmente seriam esquecidos nos dias seguintes.

Enfim, todas as pessoas ao seu redor tinham planos superficiais e estavam com aquelas expressões idiotas de "oi, eu sou um imbecil, estou feliz e nada pode mudar isso". O de olhos cor de esmeralda teve aquela sensação de ser a única pessoa infeliz e não-babaca naquele ambiente, a mesma que teve no Expresso de Hogwarts quando estava vindo para a escola.

Isso até olhar para seu lado direito e ver, em uma curta distância de si, uma figura de estatura baixa que parecia estar meio encolhida dentro das vestes pretas e longas, como se quisesse se fechar em si mesmo ou tivesse medo que alguém chegasse perto demais.

O garoto era lindo. Seu cabelo loiro esbranquiçado, apesar de um pouco bagunçado, parecia tão macio quanto algodão. Sua pele era tão branca quanto a neve e parecia tão suave que Albus sentiu seus dedos formigarem de tamanha vontade de sentí-la. Suas feições era perfeitas, quase como se tudo em seu rosto tivesse sido milimétricamente planejadas, seu narizinho era arrebitado e perfeitinho; seus lábios eram carnudos, mas nem tanto, e a tonalidade avermelhada deles os fazia se destacarem em seu rosto, mas o que mais encantou o moreno foi seus olhos, eles eram um pouquinho puxados e a tonalidade cinza-tempestade dos mesmo era impressionante, mas seu olhar parecia completamente perdido.

A expressão do garoto bonito era cabisbaixa, diferente da dos outros e havia uma coisa, na verdade, duas, que Albus notara e que achou estranho, seu lábio inferior estava cortado e parecia que o corte era recente, até aí, tudo bem, quem sabe o garoto tivesse mania de mordê-los? Mas outra coisa também lhe chamou atenção, logo abaixo do olho do garoto havia um hematoma roxo pouco aparente, que o moreno chutou que tinha tentado ser escondido, talvez quase com sucesso total, com maquiagem mas Potter, por conta de alguns resquícios deixados ali e a diferença de tonalidade de pele, percebeu. Parando para analisar melhor, havia uma marca de sangue seco perto do nariz do menor, a parte de baixo da sua mandíbula estava roxa e, na pequena parte exposta do pescoço dele tinha um hematoma estranho.

O que havia acontecido com aquele garoto?

O Potter estava absorto em seus pensamentos e inúmeras teorias se passavam pela sua cabeça, até que decidiu perguntar. Ele era assim, e iria perguntar na lata para o outro o que tinha acontecido sem ao menos trocar um "oi" antes. O moreno desgrudou as mãos de rente ao corpo e iria tocar o outro, mas foi impedido quando ouviu a voz aguda da Diretora McGonagall, que fez o menino mais baixo tremer levemente e logo caminhar em meio aquelas pessoas que se calaram e alguns se afastavam exageradamente quando ele passava por perto, de cabeça baixa, como se estivesse com vergonha.

"Scorpius Malfoy."

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eae meus bons, o capítulo demorou muito pra sair né? mas enfim, é que eu tinha esquecido um pouco dessa fic mas agora nas férias vou tá postando com força total, eh isto. Até o próximo capítulo.