1° P. - VINTE

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Dias depois...

Marcus Turks

Era aquele lugar novamente. Eu estava naquele lugar de sempre, de todos os sonhos, e como eu me lembrara da última vez, estava em vários galhos enroscado em minhas pernas e meus braços, galhos que pareciam cords e ao mesmo tempo, cabo de aço. Olhava na minha direção à frente, e Lizandra estava dentro daquele cilindro à qual me lembro, algo de vidro, intocável.
Os segundos que se passam, os galhos vão se soltando aos poucos, e o vidro acobertando Liz, se quebra ao seu redor, a vejo sorrir e tentar vir para meu lado, mas algo a impede. Os galhos são totalmente soltos da minha pele, e tento me aproximar dela, quando chego ao seu lado, sinto um impulso, como se alguém tivesse me interditado, viro meu rosto para sua direção, enquanto ela vira na direção oposta, e aquela tela, que tanto a atormentava vai aparecendo novamente, enquanto seus olhos ficam vidrados, me levanto incansável e me aproximar, um outro impulso onde vulgo ter visto faísca me atacar, me leva ao chão novamente.
Ouço um choro, grande e alto, gritos, e o pior, eram dela, meu rosto não conseguia virar para a tela, mas algo a perturbava, algo intolerante, algo inevitável.

Meus olhos abrem lentamente. Como dessa vez eu não acordei com um pulo? Me levanto aos poucos e percebo minha respiração acelerada.

Olho para o despertador e caio em mim, hoje começam as aulas, a faculdade já enviou vários e-mails para mim, e creio que para todos os alunos da faculdade de Psicologia, acho que foi só essa área, já que exigia a compra de um livro novo, é novo lançamento então tem uma borocraria grande.

Entro no banheiro e, enquanto a água cai, as lembranças do sonho me invadem, fiquei tão apavorado com a hora que nem parei para pensar no sonho, mesmo assim a definição dele ne parece nada bom e, eu não quero ficar em lembrança, isso me deixa constrangido, Deus tem melhor e eu quero deixar em suas mãos, sei que é um sinal ou um aviso dele, mas ultimamente isso tem me deixado abalado.

Lizandra pode estar prestes a sofrer por algo?

E eu não gosto de pensar assim.

Após sair do banho me ajoelho e inicio uma oração matinal, também pedindo perdão por não orar assim que acordei, afinal eu até esqueci, e fico inquieto quando isso acontece.

•   •   •

Estamos na entrada da grande faculdade de Washington, uma delas. O sol invade as grandes janelas de vidro, dá para ver o brilho. Eu gosto do sol, embora prefiro a Neve e o frio.  Mas esse será um tempo que só voltará bem nos últimos dias do ano, o que combina perfeitamente com o Natal e o ano novo. É tendência.

Marvnus me olha e seu olhar me intriga, entramos pelo portão e nos dirigimos para a porta principal, com vidros rotativos, onde várias pessoas entram e se cumprimentam.

— O que houve, Marvnus?

— Prenderam Jasmim hoje. — Sua resposta é curta e me faz o olhar assustadoramente. Passamos pela porta e eu o olho com os olhos abafado pela névoa da entrada.

— Como assim? Onde ela estava? — Indago enquanto andamos em direção à sala de recepção, irão dá alguns avisos antes das aulas se iniciarem.

— Ela estava em sua casa, presa no sótão, ou melhor, escondida. A primeira vez que a polícia foi à sua casa não conseguiram nada, mas ontem foram e tiveram uma permissão do juizado para revistar a casa. Embora Seriana já esteja em Londres — nos sentamos em um dos bancos da recepção e Marvnus continua — ela ainda continua dando informações para a Polícia. Jasmin foi presa por acusamento de espancar uma pessoa, além de dá remédios soníferos, enquanto ela dormia... Você sabe.  — Ele me olha e abaixa a cabeça. —  Seus pais irão responder por escondê-la em sua própria casa. Jasmim Chad assumiu tudo, sua vida está complementamente destruída.

Leve Como a NeveWhere stories live. Discover now