Capítulo 16 Eu amei uma pessoa.

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— Então é melhor eu ir vê-la — sugeri fazendo menção a sair da sala.

— Não seja ridícula! Você tem convidados não pode se retirar — Mary sorriu gentilmente para mim com o tom de voz calmo e contido, mas com o olhar mordaz que demostrava que não estava brincando. — Sente-se. — Ela terminou gesticulando para a cadeira ao lado dela onde estava o meu nome.

Eu lutei contra a vontade de revirar os olhos e ao invés disso tomei o meu assento que acredito propositalmente também estava ao lado de Christopher. O jantar prosseguiu em silencio total, ao menos é claro pelos sons provocados pelos copos e talheres ou pequenas conversas que surgiu instigada pela mãe de Christopher, mas logo acabara. Uma mulher muito interessante ela, elétrica para falar a verdade totalmente o oposto da filha que se mantinha calada durante todo o tempo, mas uma vez por outra eu encontrara seus olhos fitos em mim em, a primeira impressão que tive foi que ela não gostava da minha presença. Que ótima forma de começar...

— Princesa Elizabeth eu soube que você estudou por um tempo em Ezion, imagino que tenha desfrutado bastante é uma província muito agradável de se viver — lady Elian voltou a retomar a conversa.

Estudei... Sorri. Que gentil da parte dela não citar que eu estava em um internato, embora eu soubesse que eles sabiam.

— Sim. Foi uma estadia proveitosa — respondi não querendo me estender nessa conversar, não queria ter que pensar em Ezion e nas pessoas que ainda estavam lá.

— Eu não pôde deixar de notar o piano no salão maior, vossa majestade toca? — ela continuou.

— Sim — inevitavelmente um sorriso se formou em meu rosto — na realidade é uma das minhas paixões.

— Era o hobby preferido do rei Richard também — desta vez foi o duque que falou — antes de se tornar um rei, quando ainda era um príncipe poderíamos vir aqui e encontrá-lo em seus momentos vagos tocando. A melodia invadia todo o palácio. — Ele disse em um tom nostálgico com o olhar um pouco perdido.

— Vocês se conheciam?

— Sim. Fomos grandes amigos, vossa alteza se parece muito com o rei, desde a aparência, olhos...

Então era por isso que ele me olhava daquela forma. Ele via o papai em mim.

— Eu costumo ouvir isso com frequência — afirmei com um meio sorriso...

Você se parece muito com ele...

Os olhos são incrivelmente iguais... Chegava a ser assustador.

— Poderia tocar para nós depois do jantar? Seria bom ouvir algo parecido com o que meu amigo gostava de tocar.

Eu assenti sem nem mesmo pensar duas vezes. Naquele momento toda a raiva que eu havia sentido dele tinha sumido e sido subsistida por uma falta enorme que estava me invadindo.

— E quanto a cavalgar, também conserva esse hobby de Richard? — o duque perguntou um pouco mais animado.

— Sim, ele mesmo me ensinou.

— Christopher também é muito bom com cavalos — o duque retorquiu voltando o olhar para o filho que até então estava alheio a conversa. — Não é mesmo Christopher... Christopher?

— Hum... Sim, Desculpe. — Ele disse voltando a si.

Me perguntava o que estava em seus pensamentos para que se mantivesse tão distraído.

— Cavalgar é uma das coisas que mais gosto de fazer — Christopher afirmou desta vez se voltando para mim.

Ao menos isso nós tínhamos em comum.

A RAINHA.Where stories live. Discover now