Cavaleiro Azul

581 31 11
                                    

Ele chegou

Pelas mãos do sincretismo

Um menino

Um menino de fé.

Só ela para trazer até...

Desdo útero lutou,

Contra as dores progenitora,

Com as dores do mundo.

Aos berros se fez ouvir.

Mal sabia o que suportaria.

Nasceu em casa, despido do luxo.

Nem passou pelo hospital.

Filho da carência nacional.

Ausência paternal.

Trouxeram roupas, um berço... 

Nada novo fomentou ou embalou seus sonhos.

Sonhos alimentados com fúria.

Na garganta um grito entalado, contido.

Para não ferir...

Consumindo, suas energias pereciam.

Vencer era o propósito, um guerreiro.

Inimigo, ele próprio.

No seu interior se curvou...

De pé travou batalhas diárias.

Vida real,

Não poderia voltar, não queria lembrar.

Brinquedos, guloseimas, nada...

Tudo era no preto e no branco.

Por um tempo não existiu para o restante.

Deram-lhe nome.

Não documentaram no instante.

Só anos adiante.

Um aspirante, estudou, se formou.

Serviu seu país, seguiu o sonho de criança.

"Ser um herói"

Construiu pouco curtiu.

Angustia tomou-lhe o peito, o consumiu.

Como um anjo caído ele partiu.

O cavaleiro azul encontrou a paz,

Deixando saudade naqueles que o assistiu...

(Homenagem a meu irmão Wesley Velasco, falecido em 2014)

VVelasco





♾MetamorfoseOnde as histórias ganham vida. Descobre agora