Filhas das dificuldades

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As Três "Marias"

Bonecas de porcelanas.

Brincar no quintal nem pensar.

Netas de um avô abastado.

Dono de um laranjal...

Pai um mulherengo bonitão.

Amava a natureza, e as mulheres por paixão.

Simples sem ambição.

Fazia o que gostava, motorista de viação.

Levava a vida e sonhos na condução.

Em casa, as três trancadas.

Chega o dia de ser infeliz.

Partiram da insensatez em busca de solidez.

Na companhia das três a matriz.

Mal sabia o que seria...

De cá pra lá, de lá pra cá

Em meio a hipocrisia e o machismo.

Uma bela mulher ferida, perdida.

Com sua dores exposta, se torna insana.

E as Três?

Ah sim, de lá pra cá,  de cá pra lá

Sem saber o que acontece,

não há tempo para o amor.

Alegria se findou.

Tudo era cinza, amarelo envelhecido...

Lágrimas? muitas...

De recatada, julgada como meretriz.

Sozinha aguentou.

Se encantou, desencantou, chorou...

muito se feriu e pouco sorriu!

Depois da resignação, rendeu-se a humilhação.

Ora aqui, ora co lá.

Chega a separação.

As três Marias.

Um dia se reencontraram,

já não eram mais as mesmas,

pareciam estranhas.

Não se reconhecia o brilho que elas tinham.

Seguiram assim, cada uma do seu jeito.

Tentando polir a sua moda, brilhar outra vez.

Esqueceram que o brilho será recuperado com as três.

(Homenagem à Valéria Velasco e Vânia Velasco)

VVelasco

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