Inevitável

Bryan Smith

Congelo ao ouvir aquela voz, não pensei que eu ainda a ouviria em minha vida. Na verdade eu sempre rezei para que isso nunca mais acontecesse. A última vez que à ouvi quebrou minha alma. Mas aqui no momento mais feliz da minha vida ela aparece. Olho aflito para o Michael e ele segura minha mão mesmo não entendendo.

- Bryan! - dessa vez ela fala mais firme e para em minha frente.

- Regina - falo seu nome e minha boca amarga.

- Não seria mamãe? - ri sarcástica - Nunca imaginei que te encontraria de novo, e olha a coincidência ainda mais em um lugar como esse, a putinha arranjou alguém pra bancar? Ah não espera você está sendo pago por isso. - fala rindo

- Quem você pensa que é para falar com o meu namorado nesse tom? - Michael fala em um tom frio mas sua voz sai tao calma que me dá arrepio.

- Namorado? - solta uma risada - Coitado de você, vai ver por quantos namorados ele ja passou, se eu fosse você teria nojo - ela me olha com cara de nojo - Seu pai morreu aquele inútil, me casei de novo, pensei que não teria mais que olhar nessa tua cara nojenta e olha onde eu te encontro. Se tornou uma putinha de luxo foi? - aquilo estava me machucando ao ponto de eu não conseguir olhar para o Michael com tanta vergonha que eu estava, só abaixei minha cabeça querendo sumir dali.

- Acho bom você calar sua boca agora ou eu mesmo faço isso.  Nunca mais abra sua boca nojenta para falar nada para o meu homem , nunca mais cruze o seu caminho, se o encontrar de novo finja que não o conhece. Porque se eu souber que você respirou perto dele eu mesmo vou acabar com a sua vida com as minhas próprias mãos e nao terei pena de uma vadia como você- eu nem tinha percebido que ele tinha se levantado e a segurava pelo braço.

- M-me solta, isso é uma ameaça? -pergunta claramente assustada - Você sabe quem é meu marido? Ele é acionista na Sullivan's Corporation ele pode muito bem te esmagar.

- Uau sério? Então me diga o nome dele que amanhã mesmo ele estará falido. Como dono e presidente da Sullivan's Corporation  eu acho que tenho poder para isso  - quando ele fala o rosto dela perde a cor - Agora suma daqui antes que eu cumpra as duas promessas - ela sai apressada e ele senta ao meu lado.

- Desculpa Michael por fazer você passar por essa vergonha - falo escondendo meu rosto entre minhas mãos que estavam apoiadas na mesa. - Pode me levar para minha casa por favor?

- Porque está pedindo desculpa? Não lembro de voce ter feito nada de errado. Quer ir embora vamos, mas para minha casa, o que te faz pensar que eu te deixaria longe de mim? - fala segurando minha mão

- Estou com tanta vergonha vida, fiquei com tanto medo de você acreditar naquelas palavras. Eu não sei o que passou pela minha cabeça- falo e nos levantamos ele paga a conta e saímos do restaurante, ele está com a cara fechada não comenta sobre o que eu falei. O caminho todo para sua casa foi feito em silêncio, aquilo ja estava me matando.

- Michael pode por favor falar comigo? Nem que seja pra dizer que me odeia, mas por favor sua indiferença está me matando - falo quando ja estávamos no quarto  - É melhor eu ir, acho que você precisa ficar sozinho. - ia saindo quando escuto sua voz.

- Você não vai a lugar algum Bryan- seu tom era firme e sério- Agora você vai me ouvir, porque acho que não escutou nenhuma palavra do que eu disse no restaurante- ele se aproxima de mim mas não me toca - Como você pode pensar que acreditaria em qualquer palavra daquela vadia? Eu nunca sentiria nojo de você, eu te amo Bryan será que você não entende isso? Nada NADA vai me afastar de você então por favor tire esses seus pensamentos da sua cabeça e não se abale com o que ela falou.

- Eu te Amo tanto Michael, me perdoa, eu só tenho medo de alguma dia você olhar para mim e ver que não sirvo para você, ou você pensar essas coisas de mim. Me perdoa meu amor. - o abracei chorando.

- Já passou bebê, vem vamos deitar você precisa descansar deixa eu cuidar de você, se quiser ficar em casa amanhã tudo bem - diz enquanto nos deitamos e me ajeito em seu peito.

- Não amor nao vou misturar as coisas por favor. Vou trabalhar normal, voce acha mesmo que o marido dela é acionista na empresa? Eu nem sabia que tinha algum acionista - pergunto confuso e ele ri.

- Porque não tem amor. Eu e meus irmãos somos os únicos que tem ações.  Ela provavelmente sabe o poder que a nossa empresa tem e quis usar isso à favor dela. Pois temos muitos politicos e empresários que nos prestam apoio é isso.

- Ma-mas, não entendi mas tudo bem - bocejo- Vamos dormir vida. - beijo seus labios e caio no sono. Os dias passam rapidamente e cada vez menos fico na minha casa, cada dia é uma chantagem diferente do Michael e eu não resisto , o Charlie ja começou a trabalhar na empresa mas ainda não cruzei com ele. Na verdade desde aquele dia ainda não tinha visto ele. Mas sempre converso com a Analice e até saímos juntos. Ela é um amor comigo e diz que não tem nada a ver com nosso passado. Agora estou indo na sala do Mark preciso que ele de uma olhada em um documento urgente pois o Jackson não está na empresa. Estou no elevador e ele para no vigesimo sétimo e as portas se abrem e quem entra é ele. Charlie, aceno com a cabeça e fico na minha. Antes de chegar no andar que eu iria descer ele trava o elevador.

- Bryan precisamos conversar - fala vindo em minha direção.

- Por favor Charlie pare - digo fazendo sinal com a mão  - Achei que ja tinhamos nos entendido.

- Bryan eu nunca esqueci você, pensei que você sentia o mesmo que eu. Porque você ta fazendo isso comigo? - pergunta com raiva

- Charlie eu não esqueci você, mas o sentimento que ficou foi carinho. Eu não posso corresponder você eu amo o Michael. E você está com a Analice, você não à ama?

- Não Bryan não à amo. Eu amo você! E você vai ser meu. E se você contar o que falamos aqui para o seu queridinho Michael eu vou quebrar o coração da preciosa Analice.  Você vai ser meu de um jeito ou de outro. - o seu olhar estava me dando medo, ele destrava o elevador e logo a porta se abre e saio dele indo em direção ao escritório do Mark, a secretária me anucia e entro.

- Oi Mark pode dar uma olhada nesse contrato por favor? - falo tenso e quando entrego o contrato para ele minha mão treme .

- O que aconteceu Bryan? - pergunta preocupado.

- Charlie - suspiro  - Ele me encurralou no elevador.

- Como assim? Me explica isso.- conto tudo  que o Charlie disse.

- Bryan você não pode esconder isso do Michael, seria burrice você fazer isso desculpa a sinceridade - me fala sério.

- Eu sei, prometi nao esconder nada dele, mas e a Analice? Eu não sei o que ele pode fazer para ela- passo minhas mãos pelo meu rosto nervoso.- Eu só queria um descanso.

- Te entendo amigo, mas você tem um homem que te ama ao seu lado então não faça nenhuma burrada que vá mudar isso. - penso sobre as coisas que ele me falou enquanto ele olha o contrato e vai me explicando o conteúdo, faço as anotações para o Michael.

- Obrigado Mark por tudo  - me despeço dele e saio da sua sala voltando para o meu andar.  Por sorte não encontrei mais com o Charlie. Chego em meu andar e vou para a sala do Michael, quando entro ele esta olhando alguma coisa no computador com um olhar de raiva.

- O que foi vida? Algum problema? - pergunto me aproximando e ele rapidamente fecha o que estava vendo e me olha estranho. - Michael o que você estava vendo?

- Nada não bebê, o Mark viu o contrato? - diz com um sorriso forçado e ele não me engana.

- Viu sim está aqui, e eu deixei algumas anotações do que ele explicou. - falo entregando a pasta para ele- Está realmente tudo bem?

- Sim bebê não se preocupe - Concordo e saio de sua sala. Os dias vão passando e ele fica cada vez mais estranho, não me pede mais para ir para sua casa e quando sugiro isso ele inventa uma desculpa. Charlie está me seguindo a cada lugar que vou, faço de tudo para manter distância mas está cada vez mais dificil. Tentei por várias vezes contar para o Michael mas ele sempre esta ocupado quando preciso falar com ele. Estou com medo, medo de ele ter percebido que sou um fracasso.