9. Sopro de dragão

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Quando o campeão da névoa triunfou,

Ao equilíbrio não restou escolha,

a não ser escolher seu próprio. 


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Já estava claro novamente quando abri os olhos. Eu me mexi o mínimo que podia para não alertar ninguém que tinha acordado. Estava em dentro de algum lugar percebi pelo teto sujo de madeira acima de mim.

Minha mente começou a se recordar lentamente de como eu tinha parado ali. A cela. O rastreador. Golam. Aldor, me lembrei. Dei um longo suspiro, tinha completado a missão, e agora poderia pegar minha recompensa.

Foi então que me dei conta. O ar entrava e saia de meus pulmões com uma facilidade que não fazia a anos, a pressão constante e conhecida em meu peito já não estava lá. Minha respiração se acelerou, e senti minhas mãos suarem.

— Es-Está acordada? — Ouvi a voz do mago dizer.

Acordada? Todo o sangue foi drenado de minha face, quando pulei da cama. Estava vestindo minha camisa e a calça de couro surrada, mas a malha que escondia meus seios já não estava mais lá. Procurei em minha cintura por Estupidez, mas tinham me desarmado totalmente.

— Não devia se-se mexer tanto, seus fe-ferimentos ainda podem voltar a sangrar. — Lino tornou a falar.

Olhei para os lados. O mago estava em uma mesa improvisada trabalhando com um tanto considerável de folhas. A cabana era velha e tinha poeira por todos os lados, os poucos moveis estavam roídos e desgastados pelo tempo. Provavelmente era de antes da queda do reino de estanho.

— Achamos esse lu-lugar a alguns minutos de vi-viagem de onde estávamos. Não é muito a-agradável. Mas pelo menos nos protege dos animais e tem uma la-lareira.

— Onde está minha espada? — Perguntei.

Lino parou de trabalhar e se virou para mim.

— Pa-para po-poder me matar?

— Se eu quisesse te matar mago, não precisaria de uma espada.

Lino arregalou os olhos, antes de se encolher e voltar a trabalhar.

— Ki-Kiram a levou para pro-procurar algo para co-comermos. — Ele explicou. — ele deve voltar a qualquer momento.

Assenti. Me sentia desprotegida sem a malha, aberta, principalmente quando ele sabia meu segredo.

— Onde está? — Perguntei novamente, engolindo seco.

— Ja di-disse que Kiram le-levou...

— O tecido... — Interrompi.

A Cavaleira de Dragões (Completo)Where stories live. Discover now