XXXVIII- Faz silêncio

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Faz silêncio a madrugada
Faz silêncio o gemido
Forçado das prostitutas
E o miau do gato
Faz silêncio o latido
Do cachorro assustado
Faz silêncio minh'alma
Após o choro inesperado
Faz silêncio o bêbado
Que perambula desnorteado
Faz silêncio o mendigo
Que dorme empoeirado
Faz silêncio a bala
Atingindo o insensato
Faz silêncio o santo assassino
Que corre temerário
Faz silêncio o coração
Da menina dos pulsos cortados
Faz silêncio a vida
Desperdiçada, ao ser cessada
E de sangue pintada.

Contraste da AlmaWhere stories live. Discover now