Eu estava ali, num canto sem luz;
Envolta duma atmosfera negrume
E tu vinhestes até mim com incólume
maestria, abrupta simplicidade que
neste lancinante planger me alumia;Tu cutucastes-me a ferida nua e crua
Aberta no peito, num desprazeroso
deleito; eu achava que estava segura
Visto que criei um muro; mas ele se desmoronou feito castelo de cartas;E então, eu virei um alvo da solidão
Apenas mais uma dentre a multidão;
E estava deveras exposta e vulnerável;
Sangrava, mas ninguém via;Chorava enquanto todos sorriam;
E ninguém percebia, ninguém queria
Se preocupar com a dor de um outro
Alguém, a dor senão a sua;E tu vinhestes até mim, feito anjo que
Apazigua num intempestivo tormento;Mirei-te nos olhos, e deixei cair uma
Lágrima, não de dor, mas d'alguma
Emoção distinta, pois eras uma alma
Terna à aquecer minh'alma desolada.
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Contraste da Alma
PoetryOs sentimentos que habitam cá dentro costumam variar entre grave e agudo, como as notas do piano. Desde então, eu os transcrevo, não em partituras, mas em poemas que contrastam com minh'alma. 🥈2° lugar no concurso Palavreando - 1° edição Poemas d...