Era egoísmo pedir para que ela esperasse por ele, era egoísmo pensar que Suri continuaria para ele como ele nunca esteve para ela, era egoísmo qualquer coisa que ele pensasse além de pedir para que ela seguisse a sua vida, seguisse seus sonhos, fosse feliz e o deixasse ir. Jinyoung não queria ser deixado para trás e se confortava com a ideia de que fora tão importante para ela quanto ela fora para ele, então, talvez, viveria com isso e teria que ser o suficiente.

– Na verdade, eu vim te buscar – deixou que as palavras escapassem como havia ensaiado consigo mesmo, afinal precisariam de privacidade para o que vinha pela frente.

– Me buscar? – Um vinco se formou na ponte do nariz, marcando o lindo rosto dela e ele quis – talvez pela milésima vez naquele dia – ter um controle igual o de Click, onde pudesse pular a tortura no qual se submetera.

– Como da primeira vez, lembra? – Sorriu fraco, deixando que sua mente velejasse novamente para aquela noite e tendo plena certeza de que ela estava na mesma página que ele quando um sorriso também surgiu em seus lábios, formando o desenho que ele mais gostava de ver.

Dessa vez foram as mãos dela que buscaram pelas dele, entrelaçando os seus dedos e trazendo uma nostalgia vivida daquele dia. Eram as mesmas mãos que sempre o aquecera, e por isso gostava de pensar que, por mais que ele fosse o inverno, ela sempre seria sua primavera, a esperança de que um dia a felicidade chegaria para os dois. Não quando eram tão jovens, não quando ele ainda tinha um sonho para focar, não quando tinha outra viagem para trilhar.

– Como esquecer? – Suri tinha um brilho nos olhos que Jinyoung não pode deixar de admirar por alguns instantes, antes de finalizar o seu café e puxar a garota para a noite fria.

Ela não parecia nada surpresa com o ato de impulsividade dele, ele constatou quando deu uma olhada para trás, só para verificar que ela estava bem com a ideia de segui-lo uma última vez. Então correu com ela pela rua e quando percebeu que estava de fato frio, decidiu que mudaria alguns dos seus planos para aquela noite, às vezes ele acertava no improviso.

– Nada a declarar? – questionou, diminuindo o ritmo e olhando para trás novamente, vendo que ela ainda carregava o tsuru enquanto a outra estava unida à dele.

– Só que... – Ela parou, fazendo-o parar também, e tomou fôlego. – Se eu morrer de frio a culpa é toda sua, oppa.

Suri repetiu a frase que costumava falar quando os dois saíam durante épocas geladas e Jinyoung riu, apontando para um estabelecimento que estava do outro lado da rua e ela abriu a boca demonstrando o quanto estava fascinada. Era incrível como ele ainda conseguia deixá-la atônita, mesmo quando era ela a caixinha de surpresa dos dois.

Ainda com a respiração pesada pela correria e o esforço para chegar ali, os dois entraram em um local onde tinha salas de karaokê, onde as pessoas iam para passar um tempo de qualidade cantando com os amigos, rindo, brincando e às vezes até comendo alguma coisa. Por isso, pegaram uma hora em um e Jinyoung ainda comprou um pacote de doces para os dois, visto que Suri era uma formiguinha.

– Eu nunca tinha vindo em um desses – ela comentou assim que entrou em uma das salas e Jinyoung fechou a porta atrás deles.

– Então... – Ele começou, pegando o aparelho para escolher uma música. – Tá pronta para me mostrar o seu dom de cantar em um microfone agora?

– Você tá louco pra ficar surdo mesmo, né?! – Suri riu e colocou o tsuru em cima da mesa, deixando a bolsinha que carregava junto a ela de lado. – Ok – disse quando ele selecionou Blue do Bigbang, foi a primeira música que chamou a atenção dele, mas não demorou nem 2 segundos para se arrepender.

I'm SorryOnde as histórias ganham vida. Descobre agora