Brigas

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Uma arma.

Ele estava segurando uma arma. Até que ouviu uma voz que conhecia muito bem o chamar.

E então se virou. Atrás de si estava Deku num estado perturbador, todo machucado e com seus olhos, braços e estômago sangrando, o olhando com uma feição séria.

– Você não me ama, Kachan? Como pôde fazer isso?

Um sorriso psicótico surgiu no rosto do esverdeado enquanto ele se aproximava do loiro, que estava paralisado.

– Como pôde tentar me matar, Kachan? – a voz foi ficando cada vez mais grave a cada palavra pronunciada.

E então um baque.

Katsuki acordou tão de repente que caiu da cama. Não conseguia esquecer o que tinha acontecido naquela tarde. O incidente agora o perturbava até em seus sonhos.

O sol ainda não tinha nascido. Olhou no relógio que ficava em sua escrivaninha e viu que eram 4:15 da madrugada. Deitou-se novamente, tentando dormir, mesmo sabendo que não conseguiria.

Suspirou. Ele só queria que a manhã chegasse logo e pudesse esclarecer tudo com Deku.

Pegou um livro de sua estante e começou a lê-lo para passar o tempo, mas não conseguia se concentrar na leitura. Sua mente sempre achava uma forma de voltar ao incidente e ele começava a criar diversos cenários em sua cabeça, cada um pior que o outro. E se Deku estivesse gravemente ferido? E se ele corresse risco de morte? E se ele tivesse morrido? E se ele nunca mais pudesse ver o loiro novamente?

E se. E se. E se.

Ele estava pensando demais, e sabia disso. Assim, adormeceu em meio às suas preocupações.

• • •

Quando acordou novamente, já estava de dia. Olhou a hora: 8:00. Se aconchegou mais nos cobertores e ficou ali, recusando levantar-se, por meia hora até seu alarme tocar. Desligou o som irritante imediatamente. Se levantou devagarinho e começou sua rotina.

Tomou banho, escovou os dentes, vestiu sua camisa social branca com um blazer por cima e calças, ambos pretos. Logo após desceu as escadas e foi até o local onde todos faziam suas refeições. Viu Kirishima acenando para si, não tão energeticamente como sempre por conta do braço enfaixado, e sentou-se ao lado dele.

– Tá melhor? O seu braço? – perguntou Katsuki, tentando não demonstrar preocupação, mesmo que estivesse de fato receoso com o estado do amigo.

– Ah, tá sim. Nada demais. – respondeu o ruivo com um sorriso.

Eles passaram o resto do café da manhã quietos, o que era incomum da parte de Kirishima, mas Katsuki não se incomodou muito e achou que era por conta do braço ferido.

Quando estava indo ao seu quarto novamente até seu pai lhe chamar para algum trabalho, Kirishima lhe abordou no corredor:

– Você conhece ele, não é? – murmurou o ruivo.

– Conheço quem, canalha? – replicou Katsuki com raiva da pergunta repentina.

– O Izuku sei-lá-o-que, de ontem.

Katsuki gelou, mas respondeu imediatamente:

– Claro que não, nunca vi aquele cara antes!

O ruivo soltou um longo suspiro com a resposta do mais novo, logo depois continuando:

– Vou considerar isso como um sim. Você não agiria daquela forma se não o conhecesse. Não sou tão idiota quanto pensa, Bakugou.

Katsuki levantou Kirishima pela gola da camisa, que fechou os olhos rapidamente por conta do braço ferido, pois mesmo sendo mais novo, Katsuki ainda era mais alto e forte que ele.

Amor Mortal Where stories live. Discover now