uma noite em kubanacan

KETELYN

Acordei de manhã muito nervosa com a minha primeira viajem de negócios, Airam meu irmão mais velho me deixou tomar de conta de uma das transações da empresa de nosso pai, sei que é uma das menores, mas ainda sim saber, que meu irmão confiou em mim para fazer isso me deixou muito feliz. Sei também que não sou empresaria igual a ele, mas sou uma ótima escritora e para essa pequena transação é muito melhor que ele.

Airam está pensando em contratar uma editora para escrever a biografia de nosso pai, mas conhecido como Jheremy Anitsirs o grande magnata dos negócios. Lembro-me de quando era pequena, papai nunca estava em casa, e mesmo quando saiamos de férias para o meu lago favorito numa cidade pequena perto de new York, ele sempre estava trabalhando. Odiava isso pois ele nunca tinha tempo para brincar comigo, por esse motivo sou bem apegada ao meu irmão. Airam, é mais parecido com meu pai, com seu cabelo, castanho escuro, e seus olhos verde oliva, sempre encantava as meninas na escola.

Hoje em dia vejo meu irmão somente na empresa e dificilmente saímos para almoçar juntos, quando nosso pai era vivo sempre estávamos saindo juntos, nosso pai morreu aos trinta e oito anos com câncer, hoje nossa mãe não fala com nós dois a menos que seja natal ou dia de ação de graças, fora isso nunca nos falamos. Estou dirigindo meu carro até a empresa para minha última reunião antes de ir arrumar minhas coisas para viajar. Já que a sede da editora que meu irmão quer contratar fica no litoral do caribe em uma ilha afrodisíaca.

Eu, uma mulher madura com vinte seis anos vou viajar para uma ilha afrodisíaca. Bom, é claro que Airam poderia facilitar minha vida e escolher uma editora daqui de new York mesmo. Mas como tudo tem que ser do jeito dele, assim que entro com meu carro, no estacionamento da empresa, coloco na minha vaga de sempre, pego minha bolsa e minha pasta que estão no banco do carona. Assim que entro no elevador a perto o botão ao lado da porta que irá me levar para a sala de reuniões no penúltimo andar do prédio. Quando saio do elevador a secretaria do meu irmão está me esperando, ela me leva por um corredor muito longo assi que chegamos, no final dele tem uma porta de vidro enorme. Ela abre a porta para mim e praticamente me empurra para dentro.

Sento-me na única cadeira vazia na mesa enorme, e apenas escutei os homens a minha volta discutirem coisas que não tinha nada a ver com o meu mundo, como escritora estou sempre procurando novos cenários, cidades, lugares dentre outras coisas. Mas tenho certeza que nunca vou escrever um livro que fale sobre um executivo, isso me traria muitas dores de cabeça, sem contar que teria que aprender a pensar como um executivo, e bom, nunca fui muito boa nisso.

Na escola, sempre me dava bem em todas as matérias, mas quando chegava em matemática levava sempre um grande "F" em vermelho para casa em meu boletim. Meus pais me levaram para médicos e especialistas pensando que eu tinha algum problema, mas eles sempre falavam a mesma coisa "Sua filha é perfeitamente normal". Também tive aulas extras na escola e professores particulares em casa. Ainda sim, nunca entendi matemática. E por esse único motivo que deixo Airam cuidar das empresas e dos meus negócios com os livros que vendo.

Saí de meus devaneios a perceber que todos esperavam minha resposta, pedi desculpas e pedi para me repetirem a pergunta, meu irmão apenas me olhou e balançou a cabeça. Respondi a tudo que os acionista me perguntaram, mas sempre deixando umas partes de fora. Quando a reunião acabou, eu já estava me levantando quando meu irmão me pediu para eu ficar, voltei a me sentar, depois que todos foram embora olhei para meu irmão. Ele continuou calado por longos minutos e quando o vi abri a boca para falar ele desistiu.

- Airam? O que você quer falar comigo?

Ele apenas me olha, e depois se levanta vai até a janela que tem na lateral da sala de reuniões, coloca suas mãos nas costas e fica observando tudo lá em baixo. Vou andado até ele e vejo carros e mais carros nas ruas, pessoas andando como loucas, e apenas observei por longos minutos.