ocean - p. coutinho (reescrevendo)

n i n e

- Então... - Loren disse entrando no quarto assim que abri a porta. Ela era minha melhor amiga e irmã do Marcelo.

- Não sei. Você acha que estamos indo rápido demais?

- Péssima pessoa para perguntar Lis. Por mim vocês já estavam casados. - Ela disse simples e eu revirei os olhos. - O que te aflinge tanto? Até porquê eu sei que o sentimento entre vocês é recíproco.

- Você acha? Eu não sei Lore. - Eu disse e comecei a andar pelo quarto. - Amanhã é o jogo contra o México, está cada vez mais perto de que esta copa acabe, de novo e de novo. E depois? Eu vou me iludir cada dia mais mas e depois?

- Ou ou. Calma aí Elisha. Você precisa se acalmar, viver um dia de cada vez. - Ela disse me puxando para sentar na cama. - Vocês podem conversar, ver o que é melhor para vocês. Talvez a tia Fernanda deixe que você vá morar em Manchester com o Gabriel, o Philippe joga no Liverpool, vocês estarão mais próximos. Eu não sei Elisha. Mas você precisa viver o hoje. Precisa viver o amor que está disposto para você Hoje! Você é Philippe foram feitos um para o outro, se não fosse isso porquê o destino daria outra chance para vocês? - Lore disse e eu respirei fundo, aceitando todas as palavras que ela dissera.

- Só tenho medo, medo de que eu me apegue demais no que essa copa vai me proporcionar, e depois simplesmente ser derrubada de novo pela vida.

- Vocês não são mais dois adolescentes com as emoções à flor da pele, Lis. Vocês vão dar um jeito de fazer dar certo, se for para dar certo.

Philippe

-

Você está bem? - Eu perguntei quando abri a porta do quarto, tendo a visão de uma Elisha enrolada em seu cobertor e cabelos bagunçados.

O relógio já marcava 2hrs da manhã pelo horário da Rússia, já estava quase amanhecendo e mesmo assim eu não havia pregado os olhos ainda.

- Te acordei? - ela perguntou entrando no quarto e eu neguei logo.

- Não. Ainda não dormi. - Eu disse deitando na cama e a chamando para deitar logo em seguida. Ela se deitou ao meu lado e logo se aconchegou em meu peito, me dando permissão para fazê-la um cafuné. Somente nossas respirações e o barulho baixo da TV era escutado ali. - O que houve? - perguntei e ela riu anasalado.

- Só estava sem sono, e querendo uma companhia. - Ela disse baixo.

- Eu sou uma ótima companhia mesmo. - Eu disse fazendo-a rir. Ficamos em silêncio por mais um bom tempo, até que senti sua respiração pesar e perceber que ela havia dormindo ali ao meu lado.

- Prometo te ser uma boa companhia sempre!