Capítulo 14

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Pov - Manuela

Confesso que fiquei completamente desesperada quando vi tia Laís desfalecer em minha frente.

Em um minuto estávamos rindo, eu na cozinha fazendo brigadeiro - contra a minha vontade - e ela no sofá assistindo um filme que passava na sessão da tarde.

Infelizmente essa lembrança permanece viva em minha memória, apesar de saber que ela está bem, mas eu simplesmente não consigo esquecer. Acho que ninguém esqueceria.

Mas agora preciso ser forte e dar apoio a minha melhor amiga. Ela precisa saber que pode contar comigo, assim como eu sempre posso contar com ela.

Somos praticamente irmãs. Nossas mães são melhores amigas, sempre juntas, uma cuidando da outra. A nossa única diferença é que ela nasceu um mês antes de mim.

Apressada.

Poderia ter me esperado mais um pouquinho.

Mas acho que isso acontece até hoje. Essa menina vive apressada, doidinha.

E apesar de tudo é minha melhor amiga. Acho que nos identificamos em tudo.

As vezes não pensamos antes de falar e acreditem em mim, isso é horrível. Nascemos na igreja e eu posso dizer que é a melhor coisa do mundo. Sempre conversamos a respeito. Conversamos sobre tudo. Mas quando começamos a falar de Deus, não tem ninguém que consiga a proeza de nos fazer parar.

Somos assim.

Doidas.

E gostamos de ser assim. Se alguém quer ser nosso amigo, terá de aceitar que passará por muitos momentos constrangedores ao nosso lado.

Saio de meus pensamentos ao sentir que estou sendo observada, e como sou muito ruim em disfarçar acabo olhando para o lado. Um moço moreno, de olhos incrivelmente lindos me olha e me lança um sorrisinho de lado. 

Arqueio uma sobrancelha e o imbecil ri. Viro meu rosto o ignorando completamente.

Acho que ele deve ser alguém da família Miller, ou seja, não merece minha atenção.

Misericórdia meu Deus!

Manuela: Mãe - a chamo e a mesma me encara - vai para casa comer alguma coisa - peço vendo seus olhos ainda avermelhados por conta do choro - eu fico aqui com Amanda e durmo na casa dela - digo não querendo que minha amiga fique sozinha.

Joana: eu vou sim querida - passa a mão sobre seu cabelo - daqui a pouco seu pai chega e ele está sem a chave de casa - assinto e beijo sua testa.

Manuela: eu mando mensagem caso aconteça alguma coisa - ela assente se levantando e eu me levanto junto - pede para o pastor orar por elas - minha mãe sorri fraco.

Se tem uma coisa que aprendi em minha vida é que, não importa a situação, a oração pode mudar tudo. Falar com Deus pode mudar tudo.

Joana: se cuida - ela cerra os olhos para mim - nada de aprontar - coloco a mão no peito fingindo estar ofendida.

Manuela: que horror mãe - digo e ela revira os olhos - não confia em mim? - pergunto fazendo minha melhor cara de anjo.

Joana: claro que confio - sorri - mas te conheço com a palma da minha mão querida - agora é a minha vez de revirar os olhos.

Manuela: tchau mãe - digo querendo encerrar o assunto.

Eu sou sim responsável!

Joana: tchau querida - ela sorri e beija minha testa.

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