"Vou aqui fora rapidinho." me retiro.

Saio um pouco, vejo o André todo empolgado dançando.

"Se anima Kia." ele tenta se manter de pé.

"Estou animada, qual a sua sugestão?"

"Vamos dançar." ele me puxa.

Danço algumas músicas com o André, ele manda bem, e não me gabo, mas não fico para trás quando o assunto é esse.

Resolvo ir, já está ficando tarde e esse clima de festa não é dos meus favoritos.

Entro para me despedir das garotas e do Apolo, que está com uma garota nova, sempre é uma nova.

"Já estou de saída." aviso pra eles.

"Mas já?" eles dizem em um coral.

"Sim, tenho mesmo que ir."

"Quer que eu te leve?" o Apolo oferece.

"Não, tudo bem seu bobo, eu sei me virar."

"Posso ir sem problemas."

"Não, realmente não precisa. Tchau turma." me despeço de todos.

Vou seguindo, minha casa não é longe daqui, é logo em uma rua próxima.

Lembro que tem uma rua antes, que é deserta, pouco iluminada, e me arrependo de não ter aceito a carona do Apolo, só não queria incomodar na verdade.

As pessoas somem, e sinto escurecer, uma energia forte sempre que passo nessa rua. Avisto dois caras fumando e meu coração faz um nó. O medo toma conta de mim. Mas decido seguir, já estou aqui, e correr não ajudaria muito.

"Boa noite gatinha." o maior diz e joga o cigarro no chão.

"O que faz sozinha na rua a essa hora?" o menor pergunta e eu já estou sem chão.

"Licença." peço e tento seguir mas o maior agarra meu pulso.

"Me solta! É melhor me deixarem em pa.. " grito com o restante de forças que ainda havia em mim e um deles tapa minha boca.

"Fica calminha aí gata, não adianta desespero, vai ser pior pra você." o maior diz eu tento fugir, mas um deles segura meu pulso com força. Eles começam a me tocar, e não consigo controlar o choro, que vem com toda força pela garganta. Penso em tudo, em tudo que pode acontecer depois daqui. Nunca passei aflição pior que essa antes. As lágrimas começam a rolar.

                           Hauana

Saio do banho com a roupa que trouxe na mochila. A Luanna já está na cama apenas com as roupas íntimas e eu sinto meu corpo ferver.

Era disso que eu precisava, era apenas isso.

Nos beijamos novamente, e dessa vez é rápido e ofegante. Deslizo minha mão pelo seu corpo e já consigo arrancar seus gemidos.

Posso sentir seus seu corpo pedindo toque cada vez mais.

Ela rebola em cima de mim e suspiro.

Estamos a mil mas estou com um pressentimento ruim, e no silêncio daquela noite consigo ouvir uma voz de fora.

"Me solta! É melhor me deixaram em pa..."

Paramos ali. A Luanna está assustada, e eu mais ainda, eu conheço essa voz porra, eu sei de quem é essa voz. Ela. É ela.

"Fica aqui!" peço e a Luanna assente em pânico.

"Liga pro Apolo, manda ele vim agora, fala que eu quero ele aqui em questão de segundos." digo rapidamente enquanto pulo da cama e vou em direção a porta.

Quando mundos colidem |ACASOS|Where stories live. Discover now