Capítulo 12 (parte 2)

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— Pronto, acabamos.

John secou as mãos no pano de prato sobre o ombro de Sean. Preparava-se para sair quando Sean o segurou gentilmente pelo braço. John fitou-o sem entender.

— Agora eu vou precisar que você confie em mim — disse Sean.

— O quê? Como assim?

— Venha.

Sean seguiu à frente e John veio logo atrás, sem saber o que Sean planejava. Chegaram à sala, então Sean anunciou:

— Crianças, enquanto vocês jogam, eu e o John vamos dar uma volta e depois comprar comida, porque a dispensa está totalmente vazia.

— Traz cheese burger pra mim!

— Pra mim também!

— E não se esquece dos refrigerantes!

— Podem deixar. Não sei se demoraremos, então até mais tarde.

— Tchau.

Saíram.

Perplexo com a esperteza, ou outro substantivo, de Sean por ter encontrado uma saída tão fácil e funcional àquela situação, John se admirou sem dizer nada. Apenas saíram da casa e caminharam até o carro em silêncio. Entraram.

— Pronto, agora estamos a sós e ninguém vai nos atrapalhar — disse Sean, ligando o veículo.

— Você não presta, sabia?

— Sabia.

Sean manobrou até tirar o carro de onde estava e sair da casa. Seguiu pelo mesmo trajeto estranho que Andrew seguira, em baixa velocidade, até ganhar a estrada.

— Aonde estamos indo? — perguntou John.

— Não sei. Aonde quer ir?

— Nós não íamos dar uma volta e comprar comida?

— Podemos fazer isso na volta, digo antes.

— Não sei, ora. Aonde quer me levar?

— Ao motel — respondeu Sean imediatamente, sem tirar os olhos da pista.

John quase engasgou com a própria saliva. Arregalou os olhos, entreabriu a boca e fitou Sean estarrecido.

— Aonde?!

— Ao motel, ué. Eu quero transar com você. Isto é, se você quiser, é claro.

A expressão atônita e espantada de John se manteve, talvez ainda mais acentuada. Sean tinha a capacidade de dizer coisas promíscuas com uma casualidade que John nunca antes vira em alguém.

— Eu sei que você deve estar me achando um verdadeiro tarado, mas não é isso — continuou Sean, ainda com os olhos fixos na estrada. — Eu já disse que gostei de você, por isso mesmo quero que role isso entre a gente. Eu sei que não era pra chegar nesse ponto, que era pra ser só um beijo e tal, mas é que eu sinto que, se não for com você, não vai ser com mais ninguém. Você é tão bacana, tão bonito, tão engraçado e não é só sexo por sexo; é mais que isso, é uma demonstração do meu carinho por você. Não quero que pense que a gente vai "trepar" pra você satisfazer minha curiosidade e depois eu vou te descartar da minha vida. Eu quero ser seu amigo — Sean olhou nos olhos de John. — De verdade.

Já recomposto, embora ainda um tanto tocado pelas palavras de Sean, John analisou o que ouvira, mas não conseguiu chegar a nenhuma conclusão.

— Não sei o que dizer.

Entre o Amor e o Fogo (romance gay)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora