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Catarina sabia que não seria fácil conquistar Afonso, na verdade, ela nem sabia se ainda queria conquista-lo. Tudo que ela quer é ter Afonso ao seu lado mas talvez ela tenha que desistir. Existe um ditado "Só damos valor quando perdemos". Se ela se distanciar dele, ele dará mais valor a mesma.

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Os primeiros raios de sol já adentravam o quarto pelas frestas da janela, Lucíola já estava de pé e abrindo as cortinas do quarto da rainha, fazendo a mesma despertar.

-Bom dia majestade, não foi minha intenção acorda-la, perdão.- A sua dama de companhia fala abrindo as janelas.

-Tudo bem Lucíola, eu precisava realmente acordar. Vou tomar meu desjejum, você sabe se Afonso já se encontra lá embaixo?- A rainha diz com um certo tom de interesse.

-Sim majestade, o rei Afonso se encontra agora tomando seu desjejum. Se me permite, por que a pergunta?- A dama fala com tom de curiosidade.

-Não é nada Lucíola, só preciso colocar meu plano em prática.

Catarina começa a se arrumar para ir ao encontro de Afonso, seu plano agora daria certo de uma vez por todas.

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Catarina se declarou para mim ontem à noite. Eu sabia que não devia ter falado com ela. Quando se trata de Catarina uma conversa pode acabar com tudo. Somente com uma palavra dela o mundo já desaba. Como uma mulher pode ser assim? Tão forte e tão segura de si ao mesmo tempo. Enfim, só sei que nunca mais vou conseguir olha-la como antes. Por falar nela a mesma adentra a sala de jantar e se senta na outra ponta da mesa, bem longe de mim. O que será que está acontecendo? Catarina sempre se senta ao meu lado. Minha pergunta logo é respondida.

-Majestade, por que você não vai se sentar ao lado do rei?- Brumela governanta do castelo pergunta enquanto serve o chá de damasco, o preferido de Catarina.

-Não é nada Brumela, não se preocupe. Estou apenas mantendo a nossa boa convivência.- Catarina diz enquanto direciona seu olhar a mim dando um sorriso amarelo.

-Catarina, não é preciso isso, venha se sentar aqui. Os criados vão achar estranho a rainha estar tão distante do rei.- Falo para ela que ri com deboche.

-Afonso não é você que gosta de estar bem longe de mim?- Ela diz me olhando, com um olhar fixo sobre mim.

-Não, em momentos como este nós precisamos estar juntos. Não leve para o lado pessoal nossa obrigações reais.- Falo, parece que hoje é o dia da risada sem humor para Catarina.

-Nossas obrigações reais? Me sentar ao seu lado agora é uma obrigação real?- Ela pergunta a mim com cara de desentendida.

-Me desculpe Afonso mas eu perdi o apetite.- Ela fala se levantando da cadeira e saindo rumo aos seus aposentos eu presumo.

Parece que minha convivência com Catarina está cada vez pior. Eu realmente não sei o que fazer.

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Mais um prato é jogada na parede, se partindo em vários pedaços por Catarina que agora está uma fera.

-Majestade se acalme- Diz sua dama de companhia apavorada pela forma que a rainha estava alterada

-Não Lucíola não. Nunca vou me acalmar, Afonso é um burro, tolo por achar que a plebeia ainda pode voltar. Ela se foi Lucíola, se foi.- A rainha fala gritando e jogando mais alguns pratos no chão.

-Eu cansei Lucíola, cansei de tudo isso. Se Afonso nunca irá me amar, eu desisto dele.- Catarina fala se deitando em sua cama e desabando em lágrimas. Lucíola vai em sua direção a abraçando e fazendo carinho nos cabelos da rainha.

Só há um tipo de amor que dura, o não correspondido.

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-Majestade aqui está o seu cavalo.- O guarda falou me entregando o cavalo.

-Obrigada.- Falo subindo no cavalo e saindo logo em seguida.

Quando estou nervoso eu faço algo que me deixa mais relaxado: Caçar patos, e é exatamente isso que vou fazer agora. Passo pelos portões do castelo rumo à floresta.

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Depois de caçar bastante subo no cavalo de volta ao castelo pois já está escurecendo, paro quando ouço um barulho atrás de mim. Desço do cavalo e tiro a espada da bainha e a coloco em frente ao meu corpo ficando em alerta.

-Parado aí.- Ouço alguém falando isso, quando me viro vários homens estão com flechas e espadas apontados a mim.

-Solte a espada e todas as armas que você tem.- O homem fala. Como existiam muitos homens tive que largar a espada e minha adaga, coloco ambas no chão e quando levanto a cabeça novamente o homem vem pra cima de mim e coloca um saco na minha cabeça.

Ótimo, eu estava em um sequestro!

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(N.A. Espero que tenham gostado, o próximo cap terá muita ação e morte hihihi. Beijos.)


Pelo Amor - Afonsarina  Onde as histórias ganham vida. Descobre agora