Capítulo 3

5.3K 802 576
                                    

Em revisão

Arrependimentos...Podem lhe acarretar uma verdadeira prisão na alma.

Cristine

"Na noite em que decidi vender minha alma ao diabo... Sim é como intitulo essa noite, pois é assim que me sinto. Apesar de não ter feito trato algum. Me arrumo mais cedo e fico pronta um pouco antes das 20h. Me vejo dando passos incertos, ao lado de Silvy em direção a saída do prédio. Nesse momento,o peso do que eu estou prestes a fazer, cai em minha cabeça como um balde de água fria, em dia gelado. Uma vozinha grita na minha cabeça a palavra:  "Desista" em negrito. Mas eu sei que não posso, tenho que ir em frente. Em questão de segundos, passa um filme em minha cabeça de como seria minha vida, se eu desistisse e o resultado não me agrada em nada.

Antes mesmo de chegar à frente do prédio, já posso vê-lo encostado no carro despreocupadamente. O homem que se chama Maurício, veste uma calça jeans escura e uma camisa social azul, com mangas dobradas até os cotovelos. Tem uma estatura média, um pouco mais alto que eu. Um rosto angular de nariz aquilino e olhos negros.

Assim que nos ver ele se aproxima e se eu não estivesse prestes a vomitar, diria que ele me dá um sorriso reconfortante. Silvy vai até ele e lhe abraça, mas seus olhos estão em mim, me avaliando dos pés a cabeça.

— Está é Cristine, Maurício e eu espero que a trate muito bem. — Silvy fala assim que o solta. Maurício vem até mim e beija brevemente minha bochecha.

— É um prazer te conhecer Cristine e fique tranquila Silvy, vou tratá-la como uma princesa — fala me olhando o tempo todo, fazendo-me tremer. — Vamos?

Eu olho para Silvy como se ela fosse meu bote salva-vidas, apesar de saber que não tenho mais salvação. Ao menos não depois de hoje.

— Vamos. — É o que eu consigo dizer sem gaguejar, nesse momento.

Nos despedimos de Silvy e Maurício coloca a mão espalmada em minha costa, me guiando até seu carro. Ele abre a porta e eu me ajeito no banco, colocando minhas mãos - que suam em bicas - emboladas em meu colo. Vejo Maurício dá a volta no carro e se sentar em seu lugar, ligando o carro em seguida. Me sinto ainda mais nervosa se é que é possível, quando ele me olha por um tempo extremamente longo para mim. Parece me estudar, não sei ao certo.

— Sei que está nervosa, mas procure se acalmar. Vou tornar essa noite pra você,  o mais agradável possível querida. — Termina a frase e beija minha testa, colocando o carro em movimento logo em seguida.

Eu não sei o que dizer. Só quero que acabe o mais rápido possível, para o bem da minha sanidade. Desde muito jovem, fantasiei esse momento. Minha mãe era minha melhor amiga e sempre me dizia pra me guardar para alguém especial. Ela dizia que esse momento é mágico, que quando eu encontrasse o homem certo, eu me sentiria segura e ele me levaria ao céu.

Minha mãe e meu pai, se amavam com loucura e viviam como em um conto de fadas. Cresci querendo o mesmo amor para a minha vida e hoje, estou jogando tudo pela janela. Tive namorados é claro, mas nunca me entreguei a nenhum. Decidi esperar o tal príncipe encantado e é uma pena não ter mais tempo para esperar.

Me perco nesses pensamentos até um prédio com letreiro fluorescente, vermelho de cor preta, chamar minha atenção. É um motel, que me parece muito elegante e caro. Maurício nos guia até a entrada e depois de escolher um quarto, entrega nossos documentos. Minutos depois, passamos pelos portões de entrada.

Nunca estive em um motel, e cada detalhe me chama a atenção. Ele estaciona o carro em um tipo de garagem, frente ao apartamento que leva o número 102. Depois desce contornando o carro e abre a porta do mesmo, para mim.

Uma Escolha Perfeita - Degustação Onde as histórias ganham vida. Descobre agora