Guardanapo

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Ontem quase sufoquei
De tanta poesia,
Entalada na minha garganta
A tosse foi inevitável
Quem passava por mim
Jurava ver gotículas de versos
Saltando para todos os lados.

E por ter tido educação
Tampei a boca com esse guardanapo
Alguns versos ficaram presos nele:
"Nem pão e nem ouro meu desejo mesmo é amor."
"Tudo passa menos o verbo ele permanece e sorri na cara do tempo."

Me desculpem a sujeira
Eu sou assim mesmo
Espalhafatoso e desastrado
Sempre acabo,
Sujando alguém com poesia.



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