Nunca

490 194 8
                                    

Minhas costas doem
Por conta,
De uma vida mal vivida
As traças trabalham
Na perna de pau
Que agora está toda roída.

Os sonhos
Eu enterrei
Em um baú
Que está,
Em uma ilha deserta.
Por conta de tantos inimigos
E todos os perigos
Eu vivo sempre alerta.

Já voei
Já sorri
Já sonhei.
Já me vi
Eu existi?
Eu já não sei.

Não somos mais
Garotos perdidos
Mas homens perdidos
Em avareza, impureza
E uma busca fútil
Por uma falsa beleza.

Mas mesmo sozinho
Eu ainda faço uma prece
Que uma fada passe
Pelo meu caminho
E não se apresse.

E que me ajude a lembrar
Dos tempos de felicidade
Para que eu largue o gancho
E volte a voar.

Versos De Lugar NenhumOnde as histórias ganham vida. Descobre agora