Psicose (Livro I)

Quarenta e Cinco - Do Pó Vieste...

E Corey.

Ele surgiu por entre as árvores, e seu sorriso atraiu a atenção de Melissa de imediato. À luz do sol ele pareceu simplesmente... Radiante. O azul de seus olhos se destacava e brilhava na direção de Melissa. Não havia a malícia de sempre ali, mas aquele estranho sentimento que andava experimentando toda vez que ele se aproximava: amor. A sensação quando Corey finalmente se aproximou, foi de que o mundo era um lugar melhor, porque finalmente estavam juntos. Finalmente poderiam ficar juntos, sem qualquer impedimento. Naquela estranha realidade paralela, não havia limites para sua felicidade, porque não havia motivos para quaisquer preocupações.

Era perfeito.

Corey não disse uma palavra, apenas tomou a mão de Melissa com a sua. Era quente e aconchegante, Melissa notou. E se sentiu protegida, segura, embora não fosse necessário, pois a proteção e a segurança eram uma certeza absoluta.

Eles passaram a caminhar lado a lado pela campina, e um estranho déjà vu arrebatou a felicidade absoluta de Melissa. Como se já tivesse estado naquele lugar antes, como se aquela situação estivesse, na verdade, se repetindo. E Melissa teve certeza de sua estranha impressão quando a campina se transformou no familiar campus de Oxford.

O local estava lotado, no entanto, diferente de seu outro sonho, um que tivera assim que chegara ao St. Marcus Institute... No final dele, era Melissa quem se encontrava enforcada em uma árvore.

Enquanto caminhavam pelo ladrilho velho do campus de Oxford, Melissa e Corey passaram a chamar cada vez mais atenção das pessoas ao redor. Todos os olhares se viravam em suas direções, e eram olhares acusadores, maldosos. Como se Corey e Melissa fossem dois estranhos, dois vermes, dois erros na sociedade, que precisavam ser reparados. Todos tomaram posições agressivas, e quando apenas olhares se transformaram em estranhas e suspeitas aproximações, Corey apertou a mão de Melissa. Ela, por sua vez, olhou para ele, buscando segurança em seus olhos... Não encontrou. O brilho azul havia perdido espaço para um negro opaco. Aquele não era Corey...

Era Danny Langdon.

Melissa tentou se soltar da mão dele, mas não conseguiu. Ele era, obviamente, mais forte.

— Me solte. — Melissa implorou, porém a voz não saiu, embora seus lábios tenham se mexido.

Um desespero absurdo apertou seu peito e seu coração. Onde estava Corey, afinal? Por que a deixara presa a Danny Langdon? Ele era um assassino, ele havia matado Barber... Corey iria deixá-lo matá-la também?

Quando se deu conta, Melissa começou a ser arrastada para fora do campus de Oxford por Danny Langdon, enquanto aquela multidão de pessoas caminhava atrás deles. Ao cruzarem os portões, ao invés de chegarem à rua, entraram em outro campus de Universidade.

Era Cambridge.

Melissa reconheceu de imediato a árvore em que Barber Paay havia sido enforcada até a morte. Danny Langdon não hesitou em rrasta-la até lá. Melissa já havia se conformado com o fato de que teria o mesmo fim de Barber Paay. Porém, ao chegar na árvore, Danny Langdon havia sumido, e quem estava a seu lado era Brian.

— Isso é culpa sua. — Brian disse, e sua voz saiu distorcida.

Seu dedo indicador apontava para cima, para a árvore. Um estranho frio na barriga assolou Melissa naquele instante, e ela não queria olhar para cima, porém uma estranha força a obrigou. Quando levantou os olhos, quem encontrou esfaqueado e pendurado pelo pescoço em uma corda foi Corey.