Capítulo 17: Focos de Ação do Amor e do Ódio

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"Pessoas

Passagem de uma história sem fim

Princípio da dualidade irreal

Focos de ação do amor e do ódio

Raio,

Escuridão,

Tempestade de verão

Pessoas

Pálidas imagens

Dos espelhos de Deus

Um coração

Recoberto de gente

Um desejo

em movimento errado"

 Gasparetto


Vejo Charles encolher os ombros, parecia acuado, como um animal encurralado por um caçador. Rapidamente ele recuperou o fôlego e a postura, franziu as sobrancelhas, deixando transparecer o quanto estava confuso com a situação. — Eu é que pergunto, o que o Senhor está fazendo aqui?

— Vim a negócios — respondeu simplesmente, saindo das sombras e entrando na claridade fraca que emanava dos postes a gás, com uma expressão assustadora.

— Claro — Charles respondeu a princípio, porém, percebi pelo tom de sua voz que não acreditou nem um pouco em sua resposta — encontrei a Srta. White ao acaso.

— Oh, sim, sua mãe me contou que uma de suas empregadas estava indo visitar um parente doente. Disse que a casa ficaria fora de ordem por alguns dias devido a isso, como está sua tia Srta. White? — Ele se dirigiu a mim de repente, fazendo todo o ar sumir de dentro de mim. Não sabia o que responder, todas as palavras sumiram de meus pensamentos. "Anda, respira, responda" repetia para mim mesma mentalmente.

— Ainda não pude vê-la, a viagem demorou mais do que o esperado. Veja bem, não quis continuar a viagem à noite, fiquei com medo e resolvi parar por aqui. — Abri um sorriso nervoso, após soltar a frase mais rápido do que estava planejando. Nunca havia sido uma boa mentirosa.

— Claro, muito inteligente de sua parte. — O homem disse, ajeitando o chapéu preto em sua cabeça, manteve o sorriso medonho nos lábios, parecia estar se divertindo com a situação. Meu estômago se embrulhou com o nojo que eu sentia dele. — Como encontrou com o Sr. Taylor em meio a tanta gente?

— Estava saindo do bar, foi um dia longo e quis um bom uísque antes de deitar, o senhor entende não é? — Charles respondeu apressado, dando um tapinha no braço do homem como se fossem velhos amigos — Ouvi alguns gritos e corri para ver o que era, haviam dois homem tentando roubar uma moça, vi que estava sozinha e corri para ajuda-la. Os bandidos correram como um bando de formigas, covardes. Para minha surpresa, era a Srta. White, ofereci para acompanha-la até onde estava hospedada.

— É uma história e tanto! — Sr. Brown respondeu, com a voz ríspida. Eu não saberia dizer se ele havia engolido a desculpa, ou se estava querendo continuar a se divertir com a situação. Levei a mão ao estômago, aquilo estava me deixando literalmente doente, precisava urgentemente sair dali.

— Bem, muito obrigada pela companhia Sr. Taylor, vou me deitar, já está tarde. Até mais Sr. Brown. — Acenei para ambos, enquanto me dirigia para a porta principal da hospedaria. Assim que estava dentro do salão de entrada, deixei uma pequena fresta da porta aberta para que pudesse ficar de olho.

Primeiramente não consegui entender nada do que falavam, até que a conversa pareceu se transformar em um tom mais hostil, e ambos se aproximaram. O homem, mais alto e mais gordo que Charles, apontou o dedo em sua direção e bateu contra seu peito. Eu o conhecia bem o suficiente para saber que ele não gostava de violência, que não era alguém que considerava como primeira opção partir para agressão física. Porém, notei sua mão se fechar em um punho e temi que aquilo não fosse acabar bem.

Amor e Outras GuerrasWhere stories live. Discover now