Capítulo 21

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Bonnie

Alek apertou minha mão fortemente assim que passamos pela porta dupla de vidro da casa de Hilbert, e alisei os dedos dele como resposta, tentando me acalmar. O local estava lotado de pessoas, muitas delas com cara de tédio e algumas sérias demais, olhando o local, como se estivessem vigiando. Ainda bem que viemos disfarçados, sentia que aquelas pessoas não eram parentes, muito menos amigos da família.

Dei uma bela olhada ao redor, em busca de alguma pista, mínima que fosse, mas não havia nada de estranho tirando os brutamontes vigilantes.

No centro do grande salão se encontrava o caixão que estava fechado, e ao seu lado havia uma mulher de aparentemente 40 anos de idade com o rosto vermelho e os olhos inchados segurando uma rosa vermelha na mão, ela estava abraçada a um garoto magro com o semblante muito sério. Eu conhecia eles do jornal, eram esposa e filho de Hilbert. Aquela cena fez doer meu coração, pois me imaginei naquele lugar.

Se acontecesse algo com a minha família eu não ia aguentar, muito menos com Valentina, Noah, Caleb e todo mundo da livraria, eles são mais que meus amigos, nem consigo imaginar como ficaria.

E se fosse Alek naquele caixão?

Um arrepio passou pelo meu corpo me fazendo tremer e apertar mais a mão do Playboy, um medo enorme se apossou do meu peito e o ar estava faltando dos meus pulmões.

Isso não podia acontecer, não mesmo.

- Bonnie, o que houve? Você tá bem? - ouvi Alek me chamar e balancei cabeça, tentando tirar esse pensamento de mim.

- Estou sim, Playboy. Não se preocupe .

Em resposta, Alek passou o braço em volta do meu ombro e me puxou para perto de si, me fazendo respirar fundo aquele cheiro bom dele, deixando de lado aquela ideia.

Com o passar do tempo, as coisas continuaram as mesmas, e estávamos prestes a ir embora, quando quatro homens se aproximaram do caixão e se preparavam para levá-lo para o enterro. Nesse momento, a mulher de Hilbert se levantou, se soltando do filho e tentou impedir que eles levassem.

- Não, não toquem nele. Deixem ele ficar comigo mais um pouco, por favor - as lágrimas em seu rosto continuaram a escorrer e em seus olhos eram nítidos a súplica e o desespero - por favor, deixem ele.

O filho, tentando acalma-la, segurou em seu braço carinhosamente, levando-a para longe do caixão, porém, sua reação foi contrária.

- Me solta, eu não quero ir. Eu quero ficar com ele. Eu não mereço isso. Ontem mesmo estávamos juntos, ele estava do meu lado na noite passada e agora eu vou enterra-lo por causa deles? Não!! Eu não aceito, não é justo. Eu não quero essas pessoas desconhecidas perto do meu Hilbert, nos olhando com pena só para a polícia descobrir quem o matou. ELES NÃO VAO APARECER!! ELES MATAM E SOMEM!! ELES NÃO VÃO APARECER.

Eles? A máfia? Os inimigos? Quem são eles?

Uma vontade incontrolável me invadiu e me segurei para não ir até ela correndo e perguntar quem eram "eles". Mas mesmo que eu tivesse coragem de fazer isso, não pude, pois ela se segurou no filho e desmaiou em seguida. Aquela cena era tão triste que desviei o olhar e aceitei ir embora quando Alek me disse no ouvido que era o melhor a se fazer.

Quando voltamos pro carro, as palavras dela ainda estavam grudadas em minha mente. Aquela era a certeza que eu queria, ele foi assassinado, só tinha que descobrir quem seriam eles.

- Você deve parar de pensar nisso, pelo menos por enquanto? - Alek segurou em minha mão e a alisou carinhosamente. Eu queria muito fazer o que ele estava pedindo e ir pra casa como se nada tivesse acontecido, mas eu sabia que não iria esquecer aquilo e iria até o fim.

Refúgio - Um Amor À Prova De TudoWhere stories live. Discover now