9. Nightmare

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CLAIRE

Ainda não estava acreditando que o padre Rufus tinha morrido, ele matou o padre, uma pessoa inocente sem culpa de nada e tudo isso porque eu fui pedir a sua ajuda.

Que no final, nem adiantou.

Sai do banheiro com a toalha em volta do meu corpo e olhei em volta, meu quarto que antes era meu refúgio, agora era marcado por lembranças não tão boas graças a esse demônio.

Coloquei uma roupa de dormir e sentei na cama devagar sentindo a dor ainda forte, peguei o livro que o padre Rufus me deu e o que peguei na biblioteca.

Ouvi uma batida na porta e escondi os livros embaixo da coberta rapidamente.

— Está tudo bem filha ? – vi a cabeça da minha mãe na porta.

— Está sim, eu já vou dormir mãe – bocejei.

— Boa noite, dorme com Deus meu amor – ela disse e saiu.

Peguei o livro com a capa vermelha e abri, nele estava escrito Salmo 91 bem grande na contra capa.

Folheei algumas páginas e li o que estava escrito em uma delas.

Não te assustarás do terror noturno, nem da seta que voa de dia,  nem da peste que se propaga nas trevas, nem da mortandade que assola ao meio-dia – li em voz alta.

Senti meu coração se acalmar com o que li, seja lá o que esteja me assombrando, eu tenho que acreditar que isso vai acabar.

Nenhum mal te sucederá, praga nenhuma chegará à tua tenda.  Porque aos seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos – conclui.

Meus olhos se ergueram revelando o moreno em minha frente.

Dei um pulo me assustando e ele logo se aproximou rindo com a língua entredentes.

— Shhhh Claire, não vai querer acordar seus pais, não é ? – ele sentou na ponta da minha cama.

Me encolhi na cama e apertei o livro sentindo o medo querer me vencer.

— O que está lendo ? – ele sorriu.

Respirei fundo sentindo minhas mãos suadas.

— Um livro – Sussurei.

— Não quer compartilhar comigo ? – sua cara era de deboche – Vamos Claire, leia pra mim o salmos 91.

Olhei pra ele assustada.

— Não me faça repetir querida – ele riu.

Olhei para o livro sentindo minha vista já turva pelas lágrimas e comecei a ler.

Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente – minha voz falhou – diz ao Senhor : “Tu és o meu refúgio e a minha fortaleza, o meu Deus, em quem confio.”

— Confia em Deus ? – ele me encarou depois que li.

— Confio.

— Está mentindo.

Ele se aproximou mais de mim e eu gelei, todo meu corpo se arrepiou ao sentir sua aproximação.

Tentei levantar mas seu braço segurou o meu me impedindo.

— Se confiasse eu não estaria aqui – olhei sua boca e sua língua umedecendo seus lábios.

Subi meus olhos até os seus e, pela primeira vez, vi seus olhos cor de mel, um lindo tom de mel.

— Eu... Eu confio em Deus com todo meu coração – falei firme.

— Está habitando no esconderijo do altíssimo ou entre as pernas do seu ex namorado, Claire ? – ele sorriu sarcástico.

Arregalei os olhos com o que ele falou, como ele ousava fazer isso.

— Você... Do que você está falando ? Porque não me deixa em paz ? – disse alto.

— Claire, Claire, tão doce e ingênua mas ao mesmo tempo tão... Suja.

— Cala a boca seu idiota, você não sabe nada sobre mim – chorei.

— Você era inocente, mas deixou aquele cara te usar – sua expressão era de diversão – Ele está com outra agora, ela está no mesmo lugar que você estava.

— Cala a boca, me deixa em paz – gritei tampando os ouvidos.

— Glenda, não é ?

— Vai embora.

As lembranças de Antônio beijando Glenda invadiram minha mente como uma onda, meu peito doía e as lágrimas desciam.

Fechei os olhos com força sentindo aquela dor de ser traída me dilacerar.

— Filha, meu Deus, o que está acontecendo ? – minha mãe e meu pai entraram no quarto rapidamente.

Minha mãe me abraçou e meu pai sentou do meu lado passando a mão em minhas costas em forma de consolo.

Ele não estava mais lá.

— O que foi Claire ? Porque estava gritando ? – meu pai perguntou – Com quem estava falando ?

— Filha, o que aconteceu ? Porque está dessa forma ? – minha mãe sentou em minha cama.

Respirei fundo e ergui meu olhar, pude ver um vulto passando no corredor, em frente a porta do meu quarto e eu sabia que era ele.




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