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– Louis.. eu já te disse que você não pode ser tão grosso com os clientes! – Roy, meu gerente, diz nervoso.

– Mas Roy.. a velha me chamou de insolente quando eu estava apenas ajudando ela com as sacolas pesadas. – digo na defensiva, bem.. talvez eu tenha gritado com a senhora e talvez depois dela ter sido tão grossa comigo eu tenha largado as sacolas no chão no meio da calçada e talvez, apenas talvez, eu tenha mostrado o dedo do meio pra ela enquanto eu voltava pra loja. Ok, eu fui grosso com ela, mas ela me chamou de insolente, justo no dia em que pediram pra desocupar o apartamento que eu moro há apenas dois meses. Eu estava num mal dia, aliás eu tenho tido apenas dias ruins.

– poxa.. da um desconto.. eu tô num dia péssimo.. - digo levando as mãos no rosto e esfregando o local.

– mas isso não justifica Louis.. já é a 4 reclamação sua em apenas duas semanas! – ele apoia os cotovelos na mesa em que está sentado, e apoia o queixo nos dedos, estamos em seu micro escritório aos fundos do supermercado em que trabalhamos. – sinto muito.. mas você não trabalha mais aqui, por justa causa.. - ele diz pesaroso.

– O que?! – digo indignado.

– Por favor.. com licença, preciso organizar a papelada, amanhã pela manhã você pode vir buscar o seu salário trabalhado desse mês, pode ir pra casa.. – ele diz e eu me levanto pra sair de sua sala, com a cabeça a mil.

•••

Chego a portaria do prédio, com a cabeça baixa, procuro nos meus bolsos e não encontro a chave da portaria.

– Merda.. – digo baixo, olho em direção a onde o porteiro deveria estar, mas como sempre não se encontra, provavelmente está enchendo o saco da empregada do 303. Ouço o barulho de trovão e olho para o céu, gotículas de chuva começam a cair, como eu não percebi que iria chover?!

Corro até o café que tem do outro lado da rua, me molhando um pouco com a chuva que começa a engrossar. Entro no estabelecimento e o cheiro de café me atinge em cheio, minha boca saliva e eu resolvo que uma xícara de café neste dia de merda não seria tão ruim assim, busco em meus bolsos e acho uma nota de 5 libras, amém, o universo começa a colaborar novamente.

– Um Yorkshire Tea médio, por favor! – peço pro rapaz loiro que está atras do balcão.

– Pra já capitão! – ele diz com forte sotaque irlandês. – aqui.. – ele diz deslizando a xícara cheia do líquido fumegante em minha direção, me sentei no banquinho que tem ali e deslizo a nota de 5 surrada em sua direção, ele a pega e guarda no caixa, tirando de lá duas moedas como troco. – Dia difícil?! – ele pergunta curioso, me entregando as moedas, olho em seus olhos azuis, não tão azuis como os meus, mas ainda assim, muito bonitos.

– Nem imagina o quanto.. – digo tomando mais um gole do líquido quente. – pediram o apartamento em que moro e fui demitido hoje.. – digo rindo da minha situação difícil. – sou oficialmente um sem teto desempregado. - falo, bebendo mais um gole do chá.

– Nossa.. complicado.. – ele diz maneando a cabeça. – estamos precisando de funcionário.. se quiser e puder.. deixa o currículo aqui depois.. - ele diz se afastando, sorrindo.

Continuo bebendo o meu chá lentamente, até terminar, deixo a xícara e começo a brincar com a asa da mesma, até notar mais do líquido quente sendo posto na mesmas

– n-não.. eu não tenho mais dinheiro.. – digo envergonhado e o loiro sorri.

– Por conta da casa, só porque gostei de você! – diz

– obrigado.. – falo baixo,  sentindo minhas bochechas queimarem. Ele se afasta novamente e eu volto a tomar o líquido quente.

Ao terminar de tomar o café, olho para fora e vejo que já não está mais chovendo, me levanto e procuro o loiro, encontro o mesmo atendendo um casal de idosos, muito simpático arrancando risadas dos mesmos. Ele termina o seu serviço e vai até o balcão, olha em minha direção e eu não consigo evitar o sorriso.

– Obrigado pelo chá.. é.. desculpa não sei seu nome.. – falo encabulado.

– Sou Niall.. Horan.. – ele diz levantando a mão e eu aperto a mesma, é quente e macia.

– Louis.. Tomlinson.. - digo sorrindo.

– Volte sempre Lou.. - ele fala largando a minha mão e apoiando os braços no balcão.

– Obrigado.. tenho que ir.. – digo apontando para a porta e o mesmo assente. Dou um tchau a ele quando alcanço a porta e atravesso a rua para o meu prédio. Grito o nome do porteiro e o mesmo abre o portão para mim com uma cara nada boa.

Entro no apartamento e olho em volta, durante 60 dias esse apartamento foi meu lar, lembro no dia que consegui alugar ele, foi o dia mais feliz pra mim, faziam 4 meses que já trabalhava no supermercado e consegui dinheiro pro calção que pediram, meu antigo apartamento era dividido com um cara nada muito bom.

Já fazia um ano que eu estava longe do orfanato, tinha conseguido "guinar" minha vida, como a freira tina dito, aparentemente agora, aos 18 eu estava bem.. bem, estava, agora estou num beco sem saída.

Vou até o quarto, me deito no meu colchão no chão e respiro fundo, olho pro teto e o letreiro colorido da lanchonete brilha, me levanto e vou até a janela, olho o estabelecimento e vejo o loiro sair, com as mãos no bolso da jaqueta, ele vai até uma moto, coloca o capacete que tirou do compartimento da mesma, liga a moto, olha em volta e me nota na janela, da um sorriso enorme e me cumprimenta com a cabeça, dou um tchauzinho pra ele e ele se vai com a moto.

Talvez trabalhar lá não seria tão ruim assim..

••••••••

E AÍ ???
CURTIRAM A MUDANÇA??
NOUIS?! SÉRIO FELIPE???

calma não me mata, LARGA essa faca!
faz parte da história!  Sem mais spoilers!
é isso espero que tenham gostado das mudanças.

obrigado.

phill, xo

❤️

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