Capítulo XV

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Edom

Os olhos dourados de Asmodeus encaravam a grande janela da sala, a altura da torre onde estava lhe dava uma vista ampla de seu reino, Edom, mas o que via não o agradava, muito menos dava a ele orgulho de dizer ser o rei dali. Seu reino era cáus e fogo, os gritos agudos dos demônios sendo incinerados, a cada momento mais demônios chegavam a Edom, derrotados por Caçadores de Sombras e mandados para sua dimensão, a qual estava em chamas a muito tempo, nem mesmo a tão intitulada “poderosa” Clave sabia do que acontecia ali. Edom fora esquecida, tratada agora apenas como o senário mórbido onde Clarissa Morgenstern pôs fim à devastadora Guerra Maligna travada por seu irmão e seus lacaios, os crepusculares, agora não passavam de corpos dissecando com o calor que as chamas traziam ao castelo que pensavam ser de seu “mestre”, Sebastian Morgenstern, mas que na verdade pertencia e sempre pertencerá somente a um ser, o mais velho dentre os sete príncipes do inferno, Asmodeus.

—  As chamas não tardarão à chegar até o castelo —  Asmodeus afirma encarando as chamas ainda afastadas ao sul, não demoraria muito para que o cáus se alastrasse ali também, mas Asmodeus não pretendia ficar para presenciar tal momento.

Deixando que as cortinas cobrissem a grande janela Asmodeus voltou-se para sua sala. Como todo rei aquela era sua sala de “negócios”, não haviam velas para clarear a penumbra ali, nem precisava, a escuridão sempre fora mais convidativa que a luz para ele. Havia apenas uma grande lareira, as chamas iluminavam grande parte do espaçoso recinto.

— O prazo do meu filho acaba hoje! — ele fala com o homem perto da porta encarando o chão em forma de respeito – Aproxime-se Rodrick! Sente-se!

Asmodeus gesticulou para que o lacaio o seguisse até a mesa no centro da sala sentando-se e esperando para que o garoto fizesse o mesmo.

— Então Rodrick, espero que tenha notícias um tanto satisfatórias para me dar hoje — Asmodeus começou encarando o garoto.

— Infelizmente creio que Magnus Bane está convicto de sua decisão de mantê-lo aprisionado aqui, senhor — Rodrick informa encarando as próprias mãos.

— Jovem Rodrick — ele começou com sua voz branda chamando a atenção do garoto — Em todos os meus muitos milênios nessa terra aprendi algo sobre a humanidade... convicção para eles não é nada menos do que a mais pura das ilusões, um disfarce no qual escondem suas incertezas — ele sorriu encarando as chamas da lareira — Magnus Bane virá até mim, talvez até antes do que eu imaginei, só precisamos dar um empurrãozinho!

— Mas Senhor eu receio que os seguidores dele ainda o tentarão empedir de sair do exílio, afinal são eles quem mantém essas barreiras — Rodrick falou receoso quanto à reação que Asmodeus teria a seguir.

Asmodeus se levantou da cadeira e deu alguns passos em direção ao grande quadro na parede da sala, o quadro representava uma de suas inúmeras guerras, a guerra por Sodoma, a pintura era apenas em preto cinza e vermelho, ele mesmo garantiu que a “tinta” vermelha nada menos do que o sangue dos homens que ele matou. A pintura ficava ali como um troféu para lembrar o que acontecia com aqueles que cruzavam seu caminho.

— Esses idiotas podem roubar o poder dos feiticeiros, vampiros, lobos e até mesmo dos seelies, mas lembrarei a eles o que acontece com aqueles que ficam contra mim — Asmodeus sorriu de canto ainda encarando a pintura — Trouxe o que eu mandei?

— Sim Senhor — ele responde deixando o amuleto encima da mesa.

— Quanto tempo poderei ficar lá — Asmodeus pergunta.

— Penso que apenas algumas horas, quando o sol nascer você voltará — Rodrick responde.

— Será o suficiente — Asmodeus sorri pegando o amuleto.

 ➳ City of Shαdows ➳ The Mortal Instruments Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon