74• Capitulo

18K 1.6K 299
                                    

Ágata narrando.

Eu já estava no aeroporto, era 9 horas da manha, e eu nao tinha nem pregado os olhos a madrugada inteira.
Só tive alta no hospital 4 horas da manha, fui pro apartamento do meu irmao tomei um banho, fiz minhas malas e já corri pra cá!
Samara ficou mega preocupada, meu irmao disse que ela até chorou no telefone e tudo..

Tô muito agoniada, morrendo de nervosismo.
A ficha ainda nao caiu que tem uma criança dentro de mim, um fruto meu e do Caio, eu nunca imaginava, e muito menos esperava, pra falar a verdade nem deu tempo pra parar pra pensar em tudo isso que tá acontecendo.

Meu voo foi chamado e eu me despedi do meu irmao, falei pra ele avisar minha mae que quando ela saísse do hospital eu voltaria pra passar umas semanas com ela.
Graças a Deus ela já está bem melhor
.
pra falar a verdade meu irmao me surpreendeu e muito, tá do meu lado, me apoiando em tudo, tô muito feliz por isso!
Muito.

embarquei no avião depois de dar muito abraços nele e agradecer por tudo que fez por mim nesses poucos dias.
e aí chegou o meu momento, o momento de pensar, de dizer a mim mesma que a partir de hoje nada mais vai ser mais igual, tenho um vinculo eterno com o Caio.

antes eu já tinha, a partir de agora tenho mais ainda.
e pra piorar tudo isso nao me deixa incomodada, me deixa satisfeita, por amar tanto aquele homem.
mesmo com vacilos.
quem ama, vira outra pessoa!

lembro da época que eu era mais nova, via cada mina passando por situações parecidas como a minha e eu dizia: "Eu nunca aceitaria isso" , "Ela é muito trouxa, como aguenta?" , "Ahhh, se fosse eu" .
cuspi pro alto e caiu na testa.
to passando por muito coisas que eu julgava tanto!

é foda, é a vida..
por isso que hoje calo minha boca e nao falo da vida de ninguém, da situação de nego nenhum!

Eu nao conseguia dormir, nem descansar, eu tava MUITO preocupada com o Caio, só tentava me acalmar pra nao acontecer outra crise!
aquela Andressa é uma vagabunda, minha vontade é de pegar ela e quebrar a mesma em pedacinhos, triste é nao poder fazer isso pelo motivo de ter outro coração batendo dentro de mim.

isso tudo ainda é novidade.
nao tenho nem noção de como vou contar isso pro Caio, pqp!!!
passei o voo inteiro pensando, as horas passaram rápido e agradeci mentalmente, fui buscar minhas malas, demorou um pouco, mas assim que sai já avistei o Jhôn me esperando, abracei o mesmo.

que me apertou forte, abraço aconchegante...

Jhôn: Como você tá? -Perguntou passando a mao em meu rosto.

Agata: bem..naquelas né! -Fiz cara de triste.

Jhôn: fica suave, vai ficar tudo bem com ele. -falou se referindo ao Caio, fomos pro carro e ele colocou as malas no porta malas.

Ágata: Como ele tá? tá muito machucado? -perguntei quando ele deu partida com o carro.

Jhôn: ele tá sedado ainda, porque se ele acordar vai sentir muita dor.Os medicos nao quer arriscar.

Ágata: ele tá em que hospital?

Jhôn: tá em uma clinica particular fechada, na estrada da favela.

Ágata: você pode passar lá, agora?

Jhôn: nao quer ir em casa antes?

Ágata: nao.. -Falei fraco.

Jhôn: tranquilo. -Fui o resto do caminho
quieta. -Qual foi Ágata? tá quietona aí.

Ágata: preciso te contar uma coisa que descobri ontem.. -Falei insegura.

Jhôn: solta a voz. -falou me encarando e depois olhando pra estrada.

Ágata: eu... é... -me embolei toda.

Jhôn: fala logo. - disse sério.

Ágata: eu tô grávida, do Caio! -falei rapido e ele parou o carro bruscamente e me olhou.

Jhôn: papo reto isso aí? -falou me olhando e eu confirmei com a cabeça, ele sorriu de lado, fraco. -Só felicidade pra vocês entao boneca, que depois dessa ele tome juízo. -Me abraçou, e deu um beijo na minha testa.

Ele ligou o carro novamente..
e saímos dali, só que agora diferente do outro momento, ele nao parava de falar, perguntava se eu iria querer menino ou menina, qual nome, que ele queria vê o crescimento do meu bebe de perto, e ia fazer de tudo pra me ajudar.
me senti importante, e isso me fez sorrir por um momento com felicidade!

ele parou o carro em frente uma casa grande, de muros altos, em uma rua meia que deserta, olhei pra ele sem entender e quando descemos do carro, ví vários caras espalhados, alguns nos mato, outros na esquina, alguns na laje.

já entendi o motivo: seguranças..
ele apertou uma campanhia, falou algo no interfone e logo o portão destravou.
Entramos e ele voltou pra fechar o portão que fez um barulho, como se tivesse trancando novamente.

aqui nao parecia clinica nenhuma, fiquei confusa!
subimos as escadas, e ele abriu uma porta e aí eu entendi.

Era uma clinica "escondida", acho que já é especifica pra quando acontece coisas do tipo.
fichamos esperando sentados, e logo uma mulher me chamou, pediu pra eu lavar minha mao com alcoo gél, fiz o que ela pediu e segui em um corredor enorme, com várias salas, escutei vozes sofrendo de dor.

eu odiava ir pra hospitais por esse motivo, é muito sofrimento e nao aguento vê.
ela me indicou uma sala, e abriu a porta pra mim.
vi uma maca encostada na parede, de longe, um corpo deitado de olhos fechados, rosto palido, e corpo parado.

meu coração doeu tanto... Mais tanto... que eu preferia me vê alí, do que ele naquele estado.
me aproximei rápido, um pouco desesperada e moça pediu pra eu me acalmar!
passei a mao em seu rosto.

rosto pálido, sem cor, olhos fechados e pesados, corpo com curativos e alguns roxos.
Meu Deus!

Império Treze PARALISADAWhere stories live. Discover now