ep. 83

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Me arrastaram pra um barraco de madeira, no qual não tinha conhecimento. O mesmo estava molhado e com as luzes apagadas, mas a claridade do dia entrava pelos buracos que tinham por ali. Gemi frustrado pelo o que estava acontecendo e pensei no meu pai. Senti um arrepio quando levei um choque nas costelas e dei um pulo.

Diego: Qual foi? Vamo conversa que nem homem! — disse enjuriado já. A pessoa estava de costas não conseguia ver quem era.

X: Conversar que nem homem parceiro? Tu vai pagar por tudo que teu pai fez! — riu maldosamente. — Ele não pensou quando tirou de mim a mulher que eu amava, não pensou quando me bateu na escola, agora eu sou dono de um dos morros que ele mais odeia! —disse passando o cano da arma no meu pescoço e apareceu com uma arma de choque.

Diego: Então tu tem inveja? — ri. — Eu tenho dó de tu parceiro, inveja não vai te levar pra lugar nenhum!

X: Cala sua boca, seu merda! — me deu outro choque que me fez cair. Ele ficou me torturando por um bom tempo, eu só conseguia pensar na Bruna e na minha filha e queria ter a chance de mudar tudo. É aquilo que dizem, na hora que aperta a gente sente o arrependimento e peço perdão a Deus, porque não queria estar sentindo essa tortura agora. Desmaiei e acordei tomando soro deitado numa cama de hospital, abri os olhos devagar e vi a Bruna correndo pro meu lado.

Bruna: Meu amor! Eu pensei que fosse te perder. — segurou minha mão e senti sua lágrima me molhando.

Diego: Me desculpa, me desculpa por tudo... — meus olhos marejaram.

Bruna: Porque você faz isso com a nossa família? — algumas lágrimas desciam pelo rosto dela já.

Diego: Eu sou fraco, sou falho! — suspirei e virei meu rosto de lado.

Bruna: Todos nós somos Diego, por isso temos que ser cautelosos. Não destrói a nossa família! — disse firme. — Olha aqui! — olhei pra ela.

Diego: Eu vou tomar um jeito, Bruna!

Bruna: Você vai mesmo Diego, porque eu tou me esgotando, o que mantém eu firme é o que sinto por você e primeiramente a Antonela.

Diego: Confia, porra! Vou mudar! — ela só me olhou.

Bruna: Seu pai quer te ver, e eu vou levar a Antonela pra casa. Se cuida! — sorri de lado e ela me deu um beijo na testa. Apertei a mão dela.

Diego: Amo vocês! — ela apertou ainda mais a minha mão e sorriu saindo da sala. Meu pai entrou no quarto com a típica cara de fechado dele.

Guilherme: Como cê tá? — perguntou frio.

Diego: Mas tranquilo agora! — torci o pescoço.

Guilherme: A próxima vez me escuta! Onde tu tava?

Diego: Fui na loja da Nat, subi pela rua, porque fiquei meu cabreiro. Me pegaram e me levaram num barraco.

Guilherme: Do beco né? — concordei. — Gabriel que te trouxe pra cá, sei nem como ele te achou.

Diego: Nem eu, levei choque molhado pra porra! — olhei minha barriga e estava toda marcada.

Guilherme: Te passaram qual papo?

Diego: Falaram que era um rival teu, que o senhor roubou a mãe dele, pique humilhava ele mas antigas, e que eu ia ser o alvo. — meu pai deu um murro na parede.

Guilherme: Sei quem foi o arrombado que fez isso!

Diego: Quem? — olhei de lado pro mesmo que andava para lá e para cá.

Guilherme: O arrombado do Eduardo! Ex namorado da tua mãe! — disse com sangue nos olhos. Na mesma hora minha mãe entrou.

Isabeli: Meu amor! Como você está? Tava com tanto medo. — me abraçou, retribui.

Diego: Agora tranquilo, coroa!

Isabeli: Que susto em meu menino. — ela sorriu. — Vai ficar tudo bem, acredito que amanhã a noite você ja terá alta!

Diego: Espero, ninguém merece ficar escaldado aqui! — revirei os olhos. Meu pai nem olhava pra minha mãe.

Isabeli: Amor? — ele permaneceu mudo.

Guilherme: Não posso ficar aqui, vou voltar pra favela! Fé parceiro! — apertou minha mão e minha mãe deu um beijo no rosto dele.

Isabeli: Você da trabalho hein!

Diego: Dou nada, coroa. — ela sorriu com aquele jeito boneca dela. — E você tá mais tranquila?

Isabeli: Agora sim! Nossa, já agradeci tanto, tanto o Gabriel, você não tem noção. — sorriu mais uma vez.

Diego: Como ele me achou lá?

Isabeli: Acho que ele meio que te rastreou, sei la. Ele disse que vocês iam jogar bola.

Diego: Caraí, o moleque é zika!! Quero ver ele.

Isabeli: Amanhã meu neném, você não pode se esforçar muito. — disse fazendo carinho em mim. Ficamos conversando um bom tempo, até que ele teve que ir embora.

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