Soldado, me tire daqui! | Bucky

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Estava fazendo compras do fim de semana em um mercado perto da minha casa que aceitava cartão, hoje estava sendo um dia tranquilo e aquilo me alegrava muito. Fazia anos que eu não tinha aquela paz. Enquanto eu pegava uma garrafa de leite ou até mesmo uma lata de sardinha, eu olhava para trás apavorada. É verdade que eu ainda não tinha me acostumado com isso, então por isso que eu sempre ficava desesperada quando ouvia algum ruido, as vezes era só uma senhora que tinha derrubado alguma lata de conserva ou uma criança chorando e fazendo birra.  

 Eu sabia que eu estava muito longe da sede da HIDRA, mas o medo ainda percorria pelas minhas veias. Quando finalmente chegou a minha vez de pagar pelos alimentos eu me deixei sentir um pouco menos de medo. Erro meu claro, devemos sempre estar atentos a tudo.

 Quando eu ia entregar o dinheiro amassado para o idoso da caixa, tiros foram ouvidos do lado de fora, centenas deles. Gritei para todos se abaixaram e fui agachada até a porta de vidro da loja. Carros pretos estavam lá fora, bem na frente da loja. 

-Merda...-Disse antes do vidro ser espatilhado por uma bala.

 Me joguei para o lado da parede e tentei novamente ver o que estava acontecendo, mas quase levei um tiro certeiro na cabeça. Eu estava suando frio, olhei para as pessoas que antes estavam tranquilas na loja com olhares apavorados. Uma garotinha estava mais apavorada ainda abraçando a sua mãe, que tentava dizer palavras de consolo, mas todas elas saiam mais apavoradas ainda.

 Olhei para todos os lados possíveis da loja para encontrar algum objeto que eu poderia usar para nos proteger, mas nada. Como eles souberam que eu estava aqui? Olhando para a porta de saída, tive uma ideia.

- Eu quero que vocês todos saiam o mais rápido daqui, por aquelas portas!- Gritei entre as balas apontando para a porta.

- Mas se eles nos pegarem?- Perguntou uma senhora.

- Não se preocupem, eles não estão atrás de vocês, e sim de mim.- Disse.- Agora vão!

Eles olharam uns para os outros e saíram em disparada em uma fila, tentando ao máximo esquivar das balas. Agora eu estava sozinha em uma loja sendo cercada por carros e tiros, o que eu deveria fazer? Eu disse que tinha um plano não disse? Então cadê ele? 

 Pensei no meu pai e no meu avô agora. Obrigada Barão Wolfgang von Strucker por me fazer a pessoa mais triste do mundo. Eu não posso usar as habilidades do meu avô, eu não quero dar esse poder a ele, eu prometi a mim mesma depois que sai daquele manicômio que nunca mais iria usa-los de novo. Mas um tiro entre milhares, todas as janelas de vidro da loja estavam quase todas quebradas, e eu estava ferrada.

 - Senhorita S/N Strucker, por favor, saia imediatamente desta loja e a senhorita não ira sofrer as demais consequências.- Disse um homem em um alto-falante.- Seu pai quer vela viva.

Não parece né, já fazem minutos que vocês estão atirando em mim.

- Vamos contar até a três, se você não sair daí imediatamente, sofrerá as consequências!- Repetiu.

 Que consequências seriam essas? Me matar? Porque se fosse isso, já estariam me fazendo um favor. Revirei os olhos e mostro o dedo do meio para eles.

- Eu não vou me render, me deixem em paz!- Gritei.

- Um, dois...Três!- Gritou o homem por fim.

- O que eles vão fazer? Jogar uma bombinha de ar em mim?- Digo cruzando os braços.

Uma bomba de gás foi jogada pela janela, e não era que eu estava certa!?

 No mesmo estante eu peguei uma tigela que estava na prateleira do meu lado e coloquei em cima da bomba antes dela estourar rapidamente. A bomba fez um estrondo enquanto eu segurava a tigela. O vidro da última janela foi quebrado, o som me fez olhar para frente apavorada e depois para trás. Fui pega por um soco no ar que eu esquivei rapidamente, peguei o braço de metal no ar e o girei até o chão levando o seu dono junto. Me levantei mas logo me abaixei de novo após ser surpreendida por tiros lá fora. O soldado, ainda no chão, tentou me dar um chute na cara, o desgraçado conseguiu atingir o seu alvo certeiro. Caí no chão e coloquei a mão no nariz, olhando o sangue em minha mão com a boca aberta.

- O nariz era a única parte que eu achava mais bonita no meu corpo!- Falei e tentei dar o mesmo golpe nele, mas ele pegou a minha perna e começou a me puxar para a porta. Me segurei com as duas mãos no batente da porta de entrada para ele não me levar.

Me lembrei que eu poderia sair dali com um piscar de olhos, porém eu tinha prometido de qualquer jeito. Droga! As vezes temos que quebrar algumas promessas não é mesmo? 

- Soldado invernal, meu nome é S/N Strucker e eu ordeno que você me obedeça!- Digo tentando ao máximo controlar a sua mente.  

Ele parou de fazer força para me puxar dali, aproveitei a confusão em sua mente e voltei  falar.

- Eu ordeno que você me ajude! Eu ordeno que você me tire daqui imediatamente!- Grito. 

- Soldado, fique no controle!- Disse um homem apontando uma arma para o soldado.

- Soldado, me tire daqui!- Repito.

 Ele começou a balançar a cabeça repetidamente tentando ao máximo não escutar as vozes em sua cabeça, acabou não adiantando.

- Pronto para ordens senhora Strucker.- Falou com sua voz robótica.

Sorri para os policias, que começaram a se esquivar com medo.

- Mate esses desgraçados e me tire daqui.-Disse.

- Sim senhora.- Disse soltando minha perna delicadamente no chão e indo ao encontro dos agentes, já sacando a sua arma.

Enquanto ele matava, consegui me levantar do chão e andei até a sua direção arrastando uma perna e fazendo um pouco de cara de dor, ele tinha apertado muito ela. Só restava um homem, que pela sua voz pedindo piedade, eu sabia que era ele o homem do alto-falante.

- Deixe ele vivo, sempre tem que sobrar um homem para contar a historia.-Digo.- Diga para o meu pai, para que ele me deixe em paz uma vez por todas.

E então olhei para o soldado, que logo entendeu o recado e começou a enforcar o homem com o seu braço enquanto olhava para mim até o homem desmaiar.

- Soldado, me leve para casa.- Digo.

Ele solta o homem no chão e me leva em seus braços por conta do meu machucado, reclamei um pouco de dor enquanto ele me levantava.


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