Capitulo 2 - A volta

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Havia um silêncio muito tranquilo no quarto, e com essa tranquilidade ela se despertou do sono breve que teve. Se levantou e começou a andar pelo quarto, abriu a primeira gaveta de cima para baixo do criado mudo, encontrou um livro antigo, havia na capa dele um símbolo circular que emanava uma pequena luz, Xenia se lembrou de Noa e se perguntou se haveria alguma ligação, folheou algumas páginas, mas estava em um idioma diferente que ela não fazia ideia do que estava escrito. Colocou o livro de volta na gaveta e continuou olhando o que tinha nelas, encontrou mapas, bússola e a sua adaga que tinha deixado na estante. Foi colocar a roupa que estava antes e olhou-se em um espelho moldado na parede formando uma penteadeira, seu reflexo mostrava seus longos cabelos cacheados escuros, caindo sobre o seu rosto magro, seus lábios grossos, as marcas embaixo de seus olhos castanhos, estava mais magra do que o normal. Não entendia do que ele era feito, pois refletia perfeitamente a sua imagem com pequenas ondulações, como se ele fosse feito de água - mas isso é impossível - pensou ela - como água poderia estar desta forma? 

Com um farfalhar de folhas a suas costas, ela se virou e viu que a luz (Noa) entrava no quarto, se assustou e deu um sorrisinho de lado.

- Bom dia Noa! Está tudo bem? - Noa estava inquieta, a luz flutuava de um lado para o outro.

- Minha querida, eu vou levá-la até a saída de Woodland pois você terá que retornar daqui a três dias, mas voltará para ficar! Você se antecipou, não era para vir ontem. Irei treiná-la para se tornar uma Mireia quando voltar. Traga somente o necessário.

Xenia atravessou a passagem e logo em seguida a passagem havia se fechado. Ela estava de volta na mata de Osiria.
Já estava amanhecendo, fazia frio, tinha uma pequena movimentação na cidade, os comerciantes já amarravam suas barracas e limpavam as calçadas.

Enquanto caminhava até sua casa, as pessoas a olhavam de esguelha, embora não se importasse com o que aquelas pessoas pensavam, ela não gostava daquela situação  "o que uma jovem estaria fazendo na rua tão cedo?" imaginou que as pessoas pensavam isso.

Quando avistou a sua casa, raios de sol inundavam os becos e vielas. Sua casa era grande, mas nela moravam apenas sua avó, sua mãe e alguns serviçais além dela. Ao entrar pela porta dos fundos deu de cara com Roxanne, a cozinheira.

- Que susto você me deu Xenia, onde você estava? Sua mãe está exasperada.

- Xenia fez uma careta, deu um beijo no rosto de Roxanne e falou enquanto saía:

- Ela deveria saber onde eu estava e não ficar preocupada Rox.

Seguiu em direção a sala familiar, sua mãe e avó estavam sentadas perto da lareira, Xenia não sabia como chegar e falar sobre o assunto, passou a noite toda fora de casa e não avisou ninguém.

- Xenia!  Onde você estava? Sumiu por uma noite, não avisou onde ia e muito menos deixou um recado com os criados. - sua avó nem se mexeu na cadeira de balanço, permaneceu olhando para a lareira, Xenia tinha receio da reação da avó.

- Ah mãe, nem sei como me pronunciar. - Xenia não sabia o que falar e muito menos como agir.

- Denae, deixe que eu converso com ela, já tivemos esta conversa antes, lhe disse como seria quando ela voltasse, vá para o seu aposento e deixe que eu explico para ela. Sente aqui Xenia. - Belta falava sem olhar para ela.

WoodlandWhere stories live. Discover now