Capítulo 10

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Como batidas de um coração,  em meu fone toca Aquela Noite, A banca 021, e como a letra diz, aquela  noite foi tão boa...

Estava de folga,  numa terça  cinzenta, Nícolas fazia tempo que não me procurava, três semanas, em exatidão.  Não estava disponível,  parecia que eu era o padre e ele o demônio com medo de ser exorcizar. Uma ou duas ligações nesse meio tempo, iam besteira aqui ou outra ali, e eu começava a me acostumar com sua ausência,  meu desejo se enfraquecendo  e minha vontade dele diminuindo.

Eu estava decidida que não seria só mais uma na vida de ninguém,  se fosse que fosse algo pra não ser fácil de se esquecer, mas me peguei sendo fraca, apaixonada e tola.

O que está havendo?

Ele só era mais um homem , como todos os outros, mas eu estava em crise do podia, ele possuía  um poder maldito, pior, fui eu que havia dado este poder.

Por muitas vezes me peguei pensando, sabe, imaginando como seria se fossemos nos dois , sem segredos, a vista de todos. Por um momento questionei, por que eu fazia aquilo.

Por fim éramos adultos, e chegamos a conclusão  de que desta forma era melhor.

Pra quem? 

Naquele  momento eu estava ficando dividida, entre o tórrido caso que tínhamos e a maldita necessidade ser ter , ser algo mais.

Sou tirada de meus pensamentos,  por uma ligação,  número desconhecido.

"Alô." Atendo mal humorada.
"Oi gostosa, como tens passado?"
"O que diabos você pensa que está  fazendo me ligando?"

Não gostei de constatar que era o objeto de todos os meus pesadelos do outro lado da linha.

"Quis matar a saudade"
"Já matou, agora nunca mais me ligue, não temos mais nada a conversar "

"Espere!"
"O que você quer?" Pergunto  revirando os olhos, por fim não espero a resposta, desligo enquanto  ouço  algo como " preciso te ver".

Saber que aquele homem pode saber onde me achar, me assusta,  muito.
Já  não estava muito bem, saber que minha segurança corria perigo, me desestabilizava. Liguei pra minha amiga, precisava conversar, decidimos nos encontrar num barzinho, próximo as duas, nos deixava no meio termo, me aceitei e segui  rumo a rua.

Não! 
Espera, abro a porta não  é?
La estava Stepan, com sua cara mais lavada de quem "esqueceu"  de avisar que passaria por lá.

- Oi! Ele abre um sorriso quando me vê.
- Oi, o que faz aqui? Estou saindo.
- Te perturbar,  estava sozinho, pensei que pudéssemos ficar juntos hoje.

Parei e vi em seu rosto que precisava de ajuda,  não estava bem.

- Vem comigo.

Liguei pra minha amiga, avisando que teríamos companhia. Nos encontramos no local marcado, a princípio foi estranho, mas me senti a vontade com ele, e conversei  o que realmente queria.

- Como ele conseguiu seu telefone, Adalind?.
- Não sei, mas não me agrada em nada saber que ele pode estar por perto.
- Pode passar um tempo na minha casa se quiser.- Ela diz , seria uma solução,  mas e quando voltasse? 

Estava ficando sem opções,  uma onda de pânico  tomava conta de mim, está presença,  este ser, não podia voltar e tirar tudo que eu havia reconquistado. A  noite se seguiu sem maiores problemas , nos despedimos e Stepan me levou pra casa.

Estava frio aquela hora, chegava a tremer,   Stepan me cercou com seus braços,  na intenção  de me esquentar, uma onda estática passou pelo meu corpo,  travei, ele sorriu.

Chegamos a minha casa, me levando até a porta, Stepan se despediu. Lembro dele ter seguido para fora, mas voltou sorrindo, mal tive tempo de fechar a porta,  notei seu retorno.

- Ah, quer saber, amanha posso estar morto, foda-se! - Esbraveja.

Para na porta em minha frente, sorri, e me beija. Suas mãos seguram meu cabelo, seu beijo é  desesperado, quente, carente. Eu retribuo.

Fecho a porta, já estamos no sofá...

                   ... Não  acabou...

INSANO ( REVISADO)Where stories live. Discover now