Capítulo 3

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Passei o dia estudando, tinha muito a fazer e estava toda atrasada, mas minha mente estava em outro lugar, eu sabia das consequências daquele próximo encontro, sabia que já estava fugindo do planejado, mas a vontade era maior que qualquer prudência, e percebi nisso que nem eu nem Nícolas éramos prudentes.

Por volta das dezenove horas saímos juntos, tentar ser um pouco normal ajudava, mas em momento algum isso foi possível,  na frente de outras pessoas parecíamos apenas bons amigos, já sozinhos, era outro assunto. Conversamos por horas sobre as trivialidades de nossas vidas, casamento fadado ao fim, minhas péssimas escolhas na vida e tudo o mais que se possa imaginar, se conter se tornou nosso esporte favorito.

Por fim ficamos a sós em seu carro, ficamos tentando evitar o eminente fato de que nós nos comeríamos ali mesmo se possível, foi em vão.
Me vi sendo puxada pelo cabelo até sua boca para um beijo possessivo,  profundo e intenso, logo minha mão  desceu em direção ao seu pau que já estava mais que duro enquanto sua mão livre deslizava em meu corpo arrepiado.

Ele me soltou de suas garras de gavião,  induzindo meu rosto em direção a seu pau, me fazendo chupar, engolir bem fundo, seu gemido  me excitava,  de uma forma inimaginável  ele gozou em minutos, me deixando cheia de porra,  da qual engoli toda.

Era sua vez de brincar comigo, sim uma brincadeira prazerosa, de forma que me assustou, declinou o banco do carro me deitando e tirando minha calça,  indo direto ao meu meio molhado e sensível,  tocava como um maestro,  segurava meus seios com força, provocando uma dor maravilhosa de se sentir.

Meu corpo ali lhe pertencia, podia fazer o que quisesse que eu permitiria,  aliás eu gostava daquela putaria, era minha primeira vez dentro de um carro,  nem sabia ser capaz  até que ele me penetrou com força,  levando sua mão em direção a minha boca pra que eu sentisse o meu próprio gosto.

Como naquelas cenas de filme, com o carro fechado , as janelas suavam como nossos corpos, era intenso,  entrava e saia de dentro de mim com força  e uma delicadeza que eu me negava a reconhecer,  seguiu suas mãos em meu pescoço,  me causando uma asfixia suportável,  me deixando mole e pronta pra dominação, seus tapas eram delicados que me causavam gemidos agudos de prazer. Eu olhava pra ele  fazendo-o entender que eu desejava mais, e fez, com mais força com mais garra, com mais posse.

Ali mesmo ele gozou, urrando no meu ouvido, alisando meu cabelo nossos corpos se desencontrando, era como se faltasse alguma coisa, nada preenchia o vazio de não ter aquele homem dentro de mim.

Entendi que pelo fim da transa, iríamos embora,  estava enganada, ele voltou a me tocar, a sentir minha sensibilidade, até que mais uma vez eu deixasse meu corpo se levar pela sensação e  se tremer sem controle.
Naquele momento eu havia criado um monstro, havia lhe ensinado a dominar, lhe dei poder e agora ele podia usar, era só mandar.

Transamos mais uma vez, até que nossos corpos sucumbiram ao cansaço  e aos perigos do local, perdemos a noção da hora, já passava das dez da noite, estávamos cansados, mas se me pedisse , ah, eu dava mais de mim.

- Precisamos ir embora.
- Eu sei.
- Você foi uma boa garota hoje.
- Eu também sei.
- Sabe que não acabamos por aqui?
- É mesmo? - Eu ria daquela conversa querendo saber onde ele queria chegar.
- É. Precisamos de uma lugar mais apropriado.
- Ah, Nícolas, na verdade  não me importo com lugares, adorei nossa experiência criminosa de hoje.
- Mas eu me importo, e quero testar algumas coisinhas que aprendi com você.
- Como se diz?
- Estou mandando, entendeu?

Dito isso me agarrou pelo pescoço e me beijou, enfim tinha aprendido o que eu queria dele.

- Entendi, sim senhor.
- Boa garota.

Nos vestimos , abrimos o carro pra sair o cheiro formidável de sexo e seguimos em direção a minha casa, nosso ele era um cavalheiro, me deixava em segurança pra seguir seu caminho. Mas eu preferia o lobo mau que existia dentro dele. Pela madrugada conversamos e seguimos cada um em sua casa para dormir. Ainda tenho uma vida pra resolver e não posso me deixar levar.Eu ria só de pensar em quão hipócrita eu estava sendo.

Passamos dias nos falando apenas por mensagem, algumas ligações e brincadeiras, já estava na abstinência e com toda certeza ele também.
Eu liberei a fera que existia ali, era bom, mas seguimos assim por um  bom tempo, cada um na sua. Na minha prática não precisamos ter afeto, mas ali já existia um, precisávamos  apenas estar disponível um ao outro para saciar nossos desejos. Minha mente se corroía de pensar nas inúmeras possibilidades, nas vantagens de manter um caso.

Sim tínhamos um caso,  até ali era só sexo, mudava aos poucos, no fundo me preocupa, me assustava mas eu não queria parar por nada.

"Te quero. Estou sentindo falta do seu corpo."

Aquela mensagem me tirou de todos os pensamentos, ele me procurou.
Meu diabinho interior estava muito feliz.

"Você já me tem. Agora, quando  podemos nos ver?"

Com um sorriso safado no rosto, respondi a mensagem, indo direto pro banho.

 Hoje tem.

INSANO ( REVISADO)Where stories live. Discover now