Capítulo 12 - Aquele das mochilas esquecidas.

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Capítulo 12 

Aquele das mochilas esquecidas.

Eu nunca cheguei tão rápido ao meu apartamento. Nem mesmo me incomodei em esperar um ônibus, pulei dentro do primeiro táxi que vi. Assim que paguei pela corrida e entrei no apartamento voei para o meu quarto, dando apenas um olá rápido a minha mãe que preparava algo na cozinha. Fui em direção ao banheiro deixando um rastro de roupas jogadas pelo quarto.

Eu precisava de um banho. Existia um milhão de pensamentos em minha mente e nenhum que eu realmente conseguisse entender. Afinal, estaria eu atraído pelo Sean? Estaria ele por mim? Por que eu tinha fugido, se no fundo eu desejava por um beijo? Eu estava mesmo admitindo querer mais um beijo?

Mas de todos os pensamentos o que mais me assustava era a pequena probabilidade de estar gostando de alguém, alguém que não fosse o David. Afinal, quando com o loiro, o meu melhor amigo nem sequer passava pela minha cabeça, era como se o brutamontes me eliminasse de todo o mundo exterior, e isso me assustava, muito.

Fui sendo levado pelos meus devaneios durante bastante tempo. Só fui perceber quando meus dedos completamente engelhados, começaram a ficar dormentes. Enrolei-me em uma toalha e sai do boxe. Em frente a um grande espelho fiquei analisando-me. Aquele garoto loiro com tanto dom para decepções. 

"Por que você é tão estupido?" Perguntei mentalmente ao meu reflexo, para depois rir um pouco da minha estupidez, por mais que no fundo eu realmente quisesse aquela resposta.

– Daniel, tem um amigo seu na porta! – Ouvi minha mãe gritando do andar de baixo, tirando-me da minha distração. Inicialmente estranhei, o único amigo que sabia o endereço da minha mãe era o David, e ele não se dava mais ao trabalho de anunciar sua presença, simplesmente invadia a casa. – Ele está subindo. – Avisou.

Apressei-me para colocar uma bermuda já que acabara de sair do banho e ainda estava nu. Ouvi três batidas na porta, antes do meu amigo entrar. Arregalei os olhos ao ver quem era.

– Como você sabia onde eu morava? – Indaguei possuído pela curiosidade.

– Achei o seu endereço em seu caderno, seus pais me disseram onde estava e aqui estou eu. – Sorriu amarelo explicando-se.

– Aqui está você, mas por que exatamente você está aqui? – Indaguei em busca de uma justificativa para a sua presença ali.

– Você deixou sua mochila na biblioteca. – Ele me estendeu o objeto. – Ou melhor, você esqueceu ela enquanto fugia de mim. – Arqueou uma sobrancelha encarando-me.

– Obrigado. – Agradeci pegando a mochila e jogando-a de qualquer maneira em um canto do quarto. – Mas não entendo o que diz por fugir, eu só lembrei de algo importante e tive que sair correndo. – Menti. – Afinal, qual seria o motivo para eu querer fugir de você? – Sorri com o canto do lábio. O Sean respirou fundo parecendo frustrado.

– Bom, eu não estou aqui só para entregar sua mochila, admito. Eu quero conversar com você. – Assumiu.

– Vá em frente, o que quer falar? – Perguntei.

– Antes de falar qualquer coisa você poderia, pelo amor de Deus, colocar uma camisa? – Pediu passeando os olhos bem rápido pelo meu peitoral para em seguida desvia-los para a parede mais próxima. Enrubesci, lembrando só agora estar com o peito desnudo.

– Claro, senta ai. Já volto! – Avisei antes de entrar no closet. O plano era vestir a primeira blusa que visse na frente e voltar logo ao que o Sean tinha a dizer, afinal, eu estava com um misto de ansiedade, curiosidade e nervosismo, difícil de controlar. 

Agora é guerra!Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon