Capítulo 11 - Aquele em que nem tudo da errado.

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Capítulo 11

 Aquele em que nem tudo da errado.

Eu estava afundando.

Tentava desesperadamente achar o chão daquela piscina, mas ele parecia ser inexistente. Eu tentava manter minha cabeça acima da água, mas não consegui. Buscava a borda da piscina, mas ela estava longe demais. O pânico e o cansaço começaram a tomar conta de mim, e o ar parecia cada vez em menor quantidade. Respirar propriamente se tornava impossível. E a cada minuto eu afundava mais e mais, sem consegui emergir. Quanto mais eu tentava evitar me afogar, mais parecia piorar a situação. Comecei a me sentir fraco, sem força nenhuma. Já estava engolindo tanta água. Meu corpo não parecia mas sobre o meu comando e eu apenas sentia ele virar contra a minha vontade, me afundando cada vez mais.

Já fraco, e a cada segundo menos consciente, tive a sensação de ouvir alguém pulando na água, pensei ser apenas uma brincadeira do meu subconsciente almejando a vida ou aliviando a morte, mas quando senti braços me emergindo eu tive a certeza de que realmente havia alguém ali, alguém me salvando. Os braços quentes em meu corpo frio me puxavam rapidamente para fora da piscina e em seguida levantaram meu corpo deitando-me no chão duro. Apertei meus olhos fortemente, para depois poder abri-los. Estavam embaçados e a claridade ardia a minha visão, tornando difícil identificar quem havia me salvado.

– Consegue me ouvir? – O salva-vidas perguntou colocando a mão no meu rosto, ele estava tão perto de mim que eu podia sentir sua respiração acelerada contra a minha pele. Focalizei minha visão, podendo identificar aqueles olhos azuis que me miravam com uma preocupação quase palpável.

– Eu não sei nadar. – Foi a primeira frase que consegui formular, ainda me dando conta de tudo que havia acontecido. Uma pequena risada deixou os lábios do Sean.

– Obrigado pela informação, jamais iria imaginar isso. – Seus olhos estreitaram-se, analisando cada centímetro do meu rosto, cada vez mais e mais próximo. – Você está bem? – Perguntou num tom de voz totalmente diferente, quase deprimente.

–Graças a você. – Respondi um tanto quanto incrédulo. Seus lábios se abriram, dando uma visão perfeita dos seus dentes brancos e alinhados, em um sorriso majestoso. Seu rosto aproximou-se do meu desviando-se para o meu pescoço e seus braços rodearam o meu corpo apertando-me.

– Pensei, por um momento, que poderia te perder novamente. – Revelou no meio daquele estranho, mas ainda assim tão confortável abraço.

–Er... – Balbuciei sem saber exatamente o que falar, aquilo era no mínimo, muito estranho. Senti seus braços me apertarem mais, quase fundindo nossos corpos. – Sean, você está me esmagando. – Alertei.

–Desculpe. – Falou antes de se afastar. Levantou-se e em seguida estendeu-me sua mão. Segurei-a para dar apoio. Mesmo já estando em pé o Sean não largou minha mão, apenas a apertou mais forte, quase machucando-me. –Você deveria ir para casa, tomar um bom banho quente. Eu termino as coisas aqui, não se preocupe. – Falou com um sorriso sincero. Aquele em pé a minha frente, com todo seu uniforme molhado, cabelos pingando e um sorriso sincero, era tão diferente do Sean que eu conhecia que começou a me assustar.

–Ok, fico te devendo uma. Obrigado Sean, por tudo. – Agradeci, ainda estranhando toda aquela situação para depois soltar a minha mão da sua.

–Espera! – Segurou meu pulso impedindo que eu partisse. Repeti inúmeras vezes em minha mente "não faça besteira" enquanto ele me olhava cuidadosamente escolhendo as palavras que diria. – Se cuida. – Se aproximou subitamente dando-me um singelo beijo na bochecha. Ainda fiquei alguns segundos processando o que aconteceu, antes de virar meu corpo quase que automaticamente em direção a saída. Tudo que se passava na minha cabeça nesse momento era: "O que diabos acabou de acontecer aqui?"

Agora é guerra!Where stories live. Discover now