Capitulo 2

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"No futuro, o que eu mais quero é ver meus irmãos felizes."

Confesso que ao ver o post no insta, meu coração acelerou, senti meu rosto esquentar e um breve sorriso surgiu em meu rosto. Eu não conseguia parar de sorrir, não lembrava o quão era bom de se sentir amada e lembrada novamente.
Mamãe percebeu meu mini ataque de felicidade no banco traseiro e já vinha perguntando o que havia acontecido, eu como sempre disse que nada havia acontecido, porém no mesmo minuto em que deixei a palavra sair de meus lábios, Noah já abriu a matraca de sua boca para me dedurar.
— Uiuiui, Hayden Summerall mencionou Annie numa foto! — Ele falou rindo e escrevendo algo no post, minha vontade de pegar o celular de sua mão era gigantesca, mas lembrei que mamae estava logo lá do lado dele, então não seria legal eu me arriscar.
— Hayden Summerall? Não é aquele que canta e faz alguns vídeos para o youtube? — Hayley replicou com uma tonalidade de sua voz levemente animada. — Como assim você conhece ele? — Ela perguntou me olhando.
Não sabia o que responder, uma de minhas maiores vergonha é falar sobre meus amigos virtuais, mesmo mamãe e Noah sabendo que eu tinha amigos virtuais, e por cima de tudo, até já terem falado um pouco com eles, eu ainda tinha vergonha, muita vergonha.
— Hayden é aquele seu amigo virtual né filha? — Mamãe falou com uma tonalidade séria, o que me deixou com medo. Assenti sorrindo fraco com meus olhos fechados, no mesmo instante que abri-los, conseguia ver de longe o portão do colégio cada vez mais perto. Suspirei e desliguei meu celular.
— E o que vocês irão querer de aniversário? — Mamãe perguntou tanto a mim como a Noah.
— Dinheiro, pode ser? Ou um celular novo! — Noah disse sorrindo e logo olhou a mim.
O que eu queria? Bom, eu não sei. Eram tantas coisas... Eu queria mesmo rever meu irmão mais velho, mas como isto não seria possível, gostaria de doar dinheiro para uma caridade, igual ano passado. É, era isto mesmo o que eu queria.
— Eu quero dinheiro novamente, para doar a caridade, como ano passado. — Disse olhando a Noah.
— Novamente? — Mamãe falou sorrindo um pouco. — Filha, desde que seu irmão mais velho se foi, eu e seu pai doamos uma certa quantia de dinheiro todo o mês para a caridade. É um ato muito bonito filha, mas pensa em uma outra coisa... — Mamãe disse ainda sorrindo enquanto estacionava o carro. Bom, o que seria minha outra opção era viajar com meus amigos virtuais, mas por conta da vergonha, melhor inventar qualquer coisa.
— Eu vou dar mais uma pensada e após a aula eu te aviso... — Falei enquanto retirava meu cinto de segurança. — Até mais tarde mamãe. — Abri a porta do carro e sai do mesmo. Noah já estava na parte traseira com as malas, peguei a minha de sua mão e fui com ele e Hayley até o pátio central da escola. Noah e eu se despedimos de Hayley que logo, já corria em direção à sua sala. Apertamos o passo na escada e pelo incrível que pareça, conseguimos chegar a tempo na sala de aula. Estudo em sala diferente de Noah, por conta de regras da escola.
Ao entrar na minha sala, olhava ao chão até o caminho de minha carteira. Bem na frente da mesa do professor. Coloquei minha mala no chão e me sentei na cadeira. Como sempre, ninguém viria falar comigo, mas hoje fui surpreendida. Trice, Sadie, Millie e Lilia vieram pelas minhas costas para me assustar e assim, cantarem parabéns e o famoso "com quem será" a mim. Agradeci as quatro com um grande sorriso em meu rosto. Nada poderia estragar meu dia, eu pensava. Mas foi só a aula começar que algumas brincadeiras começaram também.
— Projeto de defunta fez as minhas tarefas de hoje? — a loira que sentava logo atrás de mim disse me olhando.
— Não. — Falei baixo mas nem tanto, meu coração estava em minha garganta.
A loira deu um peteleco em minhas costas e disse "Mais tarde você irá se ver comigo." e pela a primeira vez, eu consegui não falar nadinha.
As aulas passaram mais rápido que eu esperava. Como sempre, fui uma das únicas da sala que fiz a lição e que não fiquei conversando em aula. O recreio também foi como sempre, passei com os amigos do meu irmão. Eles lembraram do meu aniversário, o que me deixou feliz, até cantaram parabéns a nós dois, com um muffin que Gaten havia trago. Tirando isto, nada de diferente aconteceu, até agora, a hora da saída.
Desço as escadas num ritmo acelerado, como todos os dias. Olhar cabisbaixo e com meus cabelos tampando meu rosto. Ao chegar no piso térreo, passei pelo o portão e fiquei no mesmo lugar esperando minha mãe. Já sentada na calçada, abri minha bolsinha que de lá, retirei meu celular. Pressionei o botão inicial e o e desligar ao mesmo tempo, para que assim, o meu celular ligasse. Não demos cerca de nem 2 minutos e aquela tela branca com o símbolo da Apple no meio já estava lá. Mais alguns segundos e meu celular finalmente ligou, cheio de mensagens como sempre, nem preciso falar de qual grupo.
Nem deu tempo de colocar a senha no meu celular que o mesmo já foi tirado de minha mão. Ao olhar para trás, a loira que senta atrás de mim, estava com meu celular em mãos.
— Quem que é Hayden? E Lauren? Pelo o que eu saiba, não tem nenhum Hayden e Lauren na escola. — Ela rio e voltou a ver minhas mensagens pela notificação. — Hayden chega na An e fala logo a verdade, todo mundo sabe que você é doidinho por ela. — Ela leu em voz alta e rio junto. — Quem iria gostar de uma estrume como você? — Ela me entregou o celular de volta e olhou ao cara que estava ao seu lado, era o namorado dela.
— Eu te odeio, Cristina. — Peguei meu celular e disse baixo a olhando.
— Como é? — Seu namorado se aproximou de mim e deu um tapa em minha cara. — Se você abrir a porcaria de sua boca novamente, eu vou fazer você nunca mais ver a luz do dia. — Ele disse enquanto voltava ao lado de sua namorada. Coloquei minha mão na região que ele tinha me batido, estava ardendo, e provavelmente vermelho. Voltei-me a sentar no chão. Guardei meu celular novamente em minha bolsa e assim, fiquei observando a rua, sem olhar para trás e falar um pio. — Vai ficar calada mesmo? Eu sei que você não fez as tarefas da minha namorada hoje. — Ele se agachou até mim. — Aquele tapa foi fraco comparando o que irei fazer com você agora. — Virou meu rosto em sua direção. O segurou e com sua mão fechada, socou meu olho esquerdo. Ele se levantou rindo e (finalmente!) saiu de lá com sua namorada.

Don't forget to smileWhere stories live. Discover now