“Desculpa Harry! Eu não queria ter entornado o sumo.”- A Eleanor vem da cozinha a correr com um pano na mão para limpar a camisola do Harry.
O Harry olhou para ela com cara de gozo. Que visão, eu entro em casa e estava ele sem camisola e a fazer força para se notar os seus abdominais.
“Eu desculpo El mas vais ter de a lavar.”- Ele ria-se, olhou para mim.” A miss rica chegou”.
“E deixares de ser parvo Harry? Não?”- Sempre a mandar bocas, que otário.
Encostei a porta porque os outros estavam a chegar e subi as escadas para o meu quarto.
“Gostavas era de me ter babe”.- Gritou.
“Continuas a sonhar Harry?”- Gritei também.
Ele não respondeu. Fechei a porta e comecei a despir-me. Enrolei-me numa toalha e entrei na casa de banho. Liguei a torneira da banheira. Esperei uns minutinhos e a água já estava quente. Tirei a toalha e entrei na banheira.
Relaxei quando a água quente tocava no meu corpo frio.
Depois de uns longos minutos desliguei a torneira. Voltei a puxar a toalha para mim e enrolei-me nela. Saí pela porta e fui a uma das minhas gavetas buscar uma roupa quente.
Levei-a até á minha cama. Sequei o meu corpo e enrolei o meu cabelo na toalha.
Vesti o sutiã e as cuecas.
“Olha lá vamos jantar, está tudo á…”- Era o Harry, ele parou de falar quando olhou para mim.
“Diz que já vou só falta acabar de me vestir.”- Falei.”Agora sai atrasado”.
Ele não me respondeu simplesmente ficou a olhar para mim.
“Harry saí daqui”.- Gritei.
Ele continuou a olhar para mim, fingi que ele não tava ali e acabei de me vestir. Tirei a toalha do cabelo e penteei-o, sacudi-o duas vezes e fui em direção á porta, o Harry já não estava lá. Saí do quarto, desci as escadas e passei pela mesa.
“Vou já comer, vou só ali estender a toalha. Podem começar a comer.”- Falei.
Todos pronunciaram um “Okay” e eu fui estender a toalha. Voltei para dentro e sentei-me á mesa.
Discutimos sobre as coisas que têm acontecido. Digamos que o jantar demorou imenso. No fim acabamos por concluir que não devíamos acreditar em nada e para levarmos as férias com a maior das naturalidades. A caixa e a frase na árvore deviam ser simples brincadeira e quem deve ter feito isso devem ter sido os mesmos que nos roubaram o telemóvel.
Na minha mesa-de-cabeceira, dentro de uma gaveta estava um relógio antigo com despertador. Decidi por o despertador para as nove da manhã, para ir correr durante uma hora. Perguntei a Louis se ele se importava que o despertador tocasse e ele disse que não porque voltava a dormir.
Decidi ir buscar a minha toalha que estava estendida na parte de trás da casa, o pequeno jardim.
Quando lá cheguei estava Harry sentado á beira da piscina, não lhe disse nada. Simplesmente me dirigi ao estendal para apanhar a toalha.
“Emma”- Ouvi-o chamar-me.
“Sim”- Respondi-lhe arrogantemente como ele faz sempre para mim.
“Podemos conversar?”- Perguntou.
“Pensava que não gostavas de ouvir a voz de uma rica mimada”- Respondi-lhe.
“Podemos deixar as nossas zangas para outra altura?”- Perguntou mais uma vez sem nunca olhar para mim.
“Mas porquê?”- Andei na sua direção e reparei que o seu corpo estava cheio de sangue.”Harry”- Gritei.”Quem é que te fez isto?”. Ajoelhei-me ao seu lado, estava a chorar.
“Foi ele, tu sabias que ele se ia vingar na pessoa que tu mais amas.”- Falou olhando-me nos olhos a chorar também.
“Mas quem ? Eu não te amo Harry.”- Eu não conseguia fazer nada o sangue não parava de escorrer pelos longos e profundos cortes que ele tinha pelo seu corpo.
“Amas sim e eu amo-te. Queres saber uma coisa? Nós por vezes amamos quem não queremos e esse amor pode ser o mais forte de todos.”- Os seus olhos fecharam-se. Ele morreu nas minhas mãos, como? Não pode ser.
Corri para dentro de casa e estavam todos deitados no chão, mortos. Olhei para a parede e estava escrito com sangue: “Não sabes quem sou mas vais passar a saber.”
O que se está a passar aqui? Ouvi passos atrás de mim e uma rapariga que nunca tinha visto na vida espetou-me uma faca e eu cai fraca no chão e com lágrimas nos olhos.
…
“Emma acorda temos de ir á agencia tratar das coisas das férias para avisar o Zayn, o Louis, a Eleanor e o Louis”- A Sarah saltava em cima de mim.
Mas calma, aquilo não passou de um sonho? Mas foi tão real como pode ser possível? Olhei para a Sarah e abracei-a.
“Okay Emma eu sei que me amas mas podes parar de me esmagar?”
Larguei-a.
“Tive um pesadelo horrível”
“A sério?”- Perguntou.
“Sim, parecia tudo tão real.”
“Foi só um pesadelo”- Beijou a minha testa.
“Espero bem que sim”
“Levanta-te e vai vestir-te para irmos á agência, o Liam já deve estar á nossa espera.”
“É para já chefe”
Rimos e eu levantei-me. O pesadelo estava bem presente na minha memória. Como pode ser possível parecer tão real?
Esqueci isso, tirei umas roupas quentes do armário. Vesti-as. Lavei os dentes e fui ter com a Sarah que estava na cozinha a falar com a Rose.
“Bom dia Rose!”
“Bom dia menina, o que quer comer?”
“Eu só quero uma maçã e eu hoje vou almoçar com a Sarah e o Liam”
“Está bem menina, eu aviso o seu pai.”
“Obrigada Rose.” – Dei-lhe um beijo na bochecha e saí com a Sarah.
Entramos no meu carro e fomos até á agência de viagens para adolescentes.
Á entrada da agência estava lá o Liam e não sei se foi por causa do pesadelo ou não mas tinha saudades dele então abracei-o com muita força.
“Como estão as meninas?” –Perguntou.
“Bem” Respondi e saí dos seus braços.
Íamos entrar na agência quando uma velhinha nos chama.
“Bom dia meninos”- Sorriu.
“Bom dia”- Respondemos.
“Vocês estão a pensar em ir de férias com os vossos amigos?”- Perguntou a senhora.
“Sim, porquê?”- Perguntei.~
“Porque eu tenho uma casa, que fica perto de uma aldeia. Eu por norma alugo-a a jovens da vossa idade.”
Espera aí isto aconteceu no meu pesadelo. E se não tivesse sido um simples pesadelo mas sim uma visão.
“Desculpe-me mas pode-me dizer o seu nome?”- Perguntei.
“Claro minha menina, chamo-me Alice”.- A velhota sorriu.
Nós não pudemos ir, não pudemos ir para aquela casa.