Capítulo 1 - Elidio, o querido.

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Essa também será uma história em que há danidio, o amor entre Elidio e Daniel também será aqui relatado. Contudo, nessa nova história o "amor" de uma fã vai longe demais.
Elidio só poderá contar consigo mesmo, seu parceiro de vida Daniel, e seu melhor amigo Anderson. Afinal, até onde o amor de uma fã pode ir? O quão longe se é possível ir por um ídolo? Aproveitem a leitura!

Narração Anderson
Fazia frio e chovia naquela manhã de São Paulo. Elidio havia convidado-me para ir à casa dele assistir o final da Libertadores, pois o Corinthians, seu time do coração, jogaria. Daniel sempre detestou futebol, mas quando percebeu que não o chamamos, ele se auto-convidou. Algo que me causou estranheza.
Lá fora a chuva caía como nunca, e eu apenas a observava pela janela enquanto tomava meu café. Até que meu celular chamara minha atenção haja vista que ele apitara seguidas vezes com notificações de um aplicativo de mensagem. Era Daniel.
"Anderson, tem algo que está me sufocando há tempos e eu preciso te contar. Mas pessoalmente." dizia a mensagem. Aquela mensagem me deixara intrigado, pois não tínhamos segredo algum entre nós. Afinal, o que Daniel queria me contar que Elidio não pudesse saber? Minha suspeita inicial era de que possivelmente quisesse combinar comigo uma surpresa para Lico, pois o seu aniversário estava se aproximando. Pelo menos era no que eu queria acreditar.
"Está chovendo muito, Daniel. Caso a chuva cesse, posso passar na sua casa mais tarde?" respondi a mensagem sem nenhuma ansiedade.
Tínhamos uma sessão de fotos marcada para de tarde, para que fossem colocadas no nosso site e loja virtual que seria criada. E logo a noite, tínhamos que ir à casa de Elidio para assistirmos o jogo. Hoje seria bem difícil que eu conseguisse conversar a sós com Daniel.
Narração Daniel
Aquela quarta-feira era apenas mais um dia em que eu acordara ao lado de Camila, minha namorada. Estávamos juntos há alguns anos, mas fato era que eu não conseguia nem queria mais levar aquele relacionamento fajuto para frente. Eu estava há tanto tempo com alguém mas não me lembro de ter acordado um dia sequer sentindo-me verdadeiramente feliz. E a única pessoa que podia, por enquanto, ouvir sobre meu desabafo era Anderson, por isso fui obrigado a mandar uma mensagem para ele.
- Daniel? - Camila dissera confusa ao acordar. - Você já vai embora, amor? - ela perguntara ao ver-me me vestindo novamente.
- Sim, eu já vou, Camila. - eu respondera friamente sem sequer dirigir meu olhar à ela.
- Daniel, você está diferente... Nosso relacionamento esfriou tanto. - Camila comentara entristecida ao sentar-se mais confortavelmente na cama.
- Olha, Camila, há muito para conversarmos. Eu nem sei se quero estar mais aqui, se quero estar com você. - eu desabafara com a voz séria.
- Daniel, está caindo um pé d'água. Não vá embora, Daniel... Eu te amo tanto. Não vê? - Camila começara a implorar tentando simular um choro.
- Eu não posso mais dizer o mesmo. E eu tenho carro, me desculpe mas estou indo. Se cuida. - despedi-me de maneira fria mostrando-me indiferente ao seu choro falso.
Deixei Camila para trás chorando e se debatendo de maneira a implorar para que eu ficasse, mas naquela manhã aquele show dela não tinha me convencido. Há tempos que tento sair desse relacionamento mas por fraqueza, empatia, compaixão, eu acabava deixando-me levar. E com isso eu perdera longos cinco anos de minha vida, os quais eu decidira que ia recuperar. Mas isso dependia de uma coisa.
Subi o zíper de minha jaqueta, e coloquei o capuz a fim de proteger-me da chuva que caía sem dó. Quando apontei o controle para o carro a fim de destrancá-lo, eu ouvira gritos na porta da casa de Camila.
- Daniel, por favor. Eu não sei viver sem você! - Camila aparecera trajada apenas com seu pijama, gritando a plenos pulmões para que eu ficasse.
- Não me procure mais, Camila. E pare de fazer show para a vizinhança! - respondi com a voz alta antes de entrar no carro.
Quando adentrei o mesmo, percebi uma mensagem do Anderson. "Em meia hora chego em sua casa, apenas encerrarei algumas coisas que eu estou fazendo aqui em casa" dizia a mesma.
O sentimento de felicidade se misturava ao de insegurança. Eu estava contente que, finalmente, eu poderia encaminhar minha vida amorosa como meu coração realmente desejava. Mas como tomar coragem para assumir à Anderson que eu estava incondicionalmente apaixonado por Elidio? Que há anos eu vinha mantendo um relacionamento apenas por conveniência? E o pior: e se o Elídio não me quiser? Afinal, ele sempre foi o "bonitão" de nós três, e onde ele vai é desejado. Por que raios ele iria querer algo com o melhor amigo?
Tentei não me martirizar muito a caminho de casa, contudo, quando cheguei na mesma, percebi que Anderson já havia chegado.
- Pensei que fosse chegar em meia hora. - respondi afoito ao correr para dentro de casa a fim de fugir da chuva.
- Você sabe que sou curioso. E ansioso. - Anderson respondera bem humorado com um sorriso no rosto.
Retribui o sorriso que ele me dera, e então entramos em minha casa. Tirei minha jaqueta úmida do corpo, e joguei-a para o lado. Enquanto eu o fazia, Anderson me encarara fixamente.
- Bom, Daniel, o que pode ser tão urgente? Elidio me mandou seguidas mensagens querendo combinar um almoço em conjunto, tive que fingir que nem visualizei para não causar desconfiança nele. - Anderson dissera preocupado.
- Terminei tudo com Camila. - respondi de uma vez sem deixar que minha voz falhasse.
- Você... O quê? - Anderson questionara com a voz alterada.
- Anderson, é melhor você se sentar. - eu dissera gentilmente ao puxar uma cadeira que estava à mesa para Anderson.
- Daniel, você não pode terminar com Camila. Vocês se amam, e bom, sua mãe estava planejando o casamento de vocês... - Anderson respondera-me mostrando-se indignado e confuso.
- Eu sei, Andy. Dona Martha ama aquela garota. Eu não a amo. Nunca amei, sempre estive com ela por conveniência. Para mostrar à minha mãe que eu era... Homem. Você sabe. - eu tentara justificar-me. - Andy, eu amo outra pessoa. A pessoa mais improvável que poderia ser. - eu completara com a voz tímida.
- Não vai me dizer que você virou gay e agora gosta de um homem. - Anderson debochara rindo de lado.
Quando Anderson observou que minha feição séria não se alterara, imediatamente seu semblante mudou.
- Daniel Nascimento, não me diga que você ama um homem! - Anderson respondera assustado olhando-me assustado.
- Anderson, eu amo o Elidio. - eu dissera segurando-me para não chorar. - Ele é a pessoa mais doce, e sensível que existe. Anderson, eu não consigo tirá-lo de minha cabeça faz tempo. Eu não posso continuar vivendo sabendo que ele segue com essa vida promíscua dele, cada noite é uma mulher diferente. Eu quero que ele seja meu. - eu completara.
- Daniel! Isso é loucura! - Anderson dissera boquiaberto. - Daniel, Elidio é nosso melhor amigo. Todos os dias ele está em festas, rodeado de mulheres, você acha mesmo que ele vai retribuir isso aí que você chama de amor? - Andy continuara questionando-me.
- "Isso aí que eu chamo de amor" é a coisa mais sincera que eu sinto Anderson. Andy, eu penso nele o dia todo, eu preciso que ele seja meu. Preciso. - eu insistira agora entregando-me
às lágrimas.
Anderson então abraçou-me e em seguida, fizera algumas carícias em meu cabelo a fim de acalmar-me.
- Você não pode contar isso pra ele, Daniel. É loucura, só vai te machucar. Esqueça isso... - Anderson pedira seguidas vezes com a voz agora calma.
- Eu preciso, Anderson. Eu preciso. - respondi ainda em prantos. - Andy, eu não consigo mais viver assim. Se não for com o Elidio... Eu não quero mais. - eu continuara dramatizando.
- Não consegue? Daniel, você é o cara mais forte que conheço. Nada te abala, nada te comove... - Anderson dissera a fim de consolar-me.
- Isso é o que eu tento passar para os outros. - eu sorrira forçado ao dizer. - Vou esperar um tempo Anderson, vou ficar sozinho e aí eu vou refletir sobre o que eu realmente quero. E escute: eu vou me declarar para o Elidio. Na hora certa. - finalizei agora mais calmo.
- Tudo bem, Daniel, faça o que quiser mas... Eu já quero te avisar que você irá se machucar. Mas se você acha que vale à pena arriscar-se... - Anderson respondera de maneira a consentir-se.
Narração Elidio
Eu mandara mensagem para Anderson seguidas vezes para combinar de almoçarmos juntos antes de irmos para a sessão de fotos, porém, só obtive resposta em cima da hora. Anderson disse que estava na casa de Daniel, e que de lá podíamos almoçar em um restaurante onde era comum de comermos.
Para nossa sorte a chuva cessara dando lugar ao sol escaldante de meio dia. Arrumei-me todo para o almoço, e ao encontrar-me pronto fui checar minhas redes sociais antes de sair de casa. Nada diferente, apenas seguidores novos, entre sua maioria mulheres. Apesar de ser algo costumeiro, uma coisa me chamou a atenção: uma garota curtiu todas as fotos que eu havia postado, e para cada foto ela comentara a mesma coisa: "EVTSES" com um coração na frente. Pensei que fosse algum vírus, alguma ferramenta de comentários e não dei muita ideia pra isso.
Distrai-me com o ocorrido e mal pude ver que já era hora de encontrar com os garotos para almoçarmos. Peguei apenas minha carteira, e sai apressado para o restaurante. Eu morava ali perto, e era fácil ir a pé. Se atrasar nessas condições era ainda pior, sem contar que Daniel era uma pessoa extremamente pontual e certinha, e se eu me atrasasse certamente não iria agradá-lo. Como dito, quando cheguei ao estabelecimento Daniel e Anderson já estavam lá.
- Quinze minutos de atraso não é muito garotos. Sem olhar de julgamento. - eu dissera em meio à risada ao me aproximar deles. - Anderson, se eu estivesse morrendo você não saberia. Por que ficou a manhã toda sem me responder? - eu perguntara preocupado.
- Ele teve que me ajudar com uns... Probleminhas, Lico. - Daniel dissera saindo em defesa de Anderson.
- Bom, eu e Daniel já reservamos aquela mesa ali no fundo pra gente. - Anderson dissera ao apontar para o mesmo.
Daniel estava trajado com uma camisa verde, e uma calça jeans um pouco mais colada do que era de seu costume. O perfume que ele usara impregnara todo o ambiente. Era uma fragrância deliciosa...
- O Daniel tem uma novidade para nos contar. - Anderson comentara assim que efetuamos nosso pedido.
- Ah, novidade? Algo que peça um champagne para comemorar? - perguntei animado.
- Não é nada demais, Lico. O Anderson exagerou. - Daniel respondera rindo sem graça. - Eu estou solteiro. - Dani completara a frase com a voz fraca.
- Isso é ótimo! - eu comemorara. - Desculpe a sinceridade, Dani, mas: ela não tinha nada a ver com você. Você merece coisa melhor. - finalizei timidamente.
Anderson então interrompera nossa conversa introduzindo um assunto sobre trabalho. Eu não dera a devida atenção, pois desde que Daniel dera a notícia fez-se um silêncio constrangedor entre nós dois. Nos olhávamos fixamente enquanto Anderson continuara a desabafar consigo mesmo. Até que algo chamou minha atenção.
- Anderson. - eu dissera interrompendo-o e fazendo um sinal pedindo silêncio. - Eu acho que aquilo ali é um bandido. - eu completara com a voz baixa tentando apontar para trás.
Alguém entrara no restaurante com uma blusa de frio tapando até o rosto. Se ainda estivesse chovendo como chovera mais cedo seria algo justificável, no entanto, fazia sol.
- Pare de apontar, Elidio. - Anderson pedira mostrando-se aflito.
Todos ali sabiam como eu tinha medo de tudo, e que qualquer coisa poderia causar-me pânico fazendo-me surtar.
- Não tenha medo, Elidio. - Daniel pedira com a voz doce enquanto apalpava minha mão.
Apesar dos garotos pedirem que eu esquecesse essa tal pessoa que adentrada o estabelecimento, eu não conseguira. Fixei meu olhar nela, até poder ver algo. A tal pessoa sentara em outra cadeira mais ao fundo do local, e esticou-se confortavelmente na mesma. Dava para ver que era em nossa direção que ela estava olhando.
- Eu estou com medo. - eu dissera inseguramente lutando para não sair correndo dali.
- Bom, eu preciso ir ao banheiro. Esse suco já fez efeito, com licença. - Anderson respondera enquanto levantava-se da cadeira.
O silêncio entre eu e Daniel perdurara, contudo, quando percebeu minha ansiedade e inquietude, Daniel interrompera o silêncio.
- Elidio, Lico. - Dani dissera tentando chamar minha atenção. - Não é um bandido, e eu não deixaria que nada te acontecesse. - ele completara prometendo-me abrindo o sorriso mais doce que eu já vira.
- Dani... - eu segurara sua mão ao dizer. - O Anderson sempre caçoa de mim, você sabe, sou um pouco infantil às vezes. Você não. Por que sempre cuida de mim com esse zelo? - eu deslizara meus dedos sobre sua mão ao dizer.
Percebi que Daniel engasgara com minha pergunta, contudo, ele iria me responder. Até que Anderson retornou, acabando por interromper nossa conversa.
- Vocês vão comer mais alguma coisa? Pois eu estou satisfeito. - Anderson dissera ao alisar sua barriga mostrando-se saciado.
- Eu quero sair daqui, não quero mais nada... - respondi inseguramente.
- Eu também estou satisfeito... - Daniel dissera concordando comigo. - Anderson, tome o meu cartão, vá até lá pagar a conta enquanto eu... Eu tento acalmar o Elidio. - Daniel completara com uma desculpa inventada.
- Tu... Tudo bem. - Anderson concordara desconfiado.
- Depois da sessão de fotos que faremos posso ir pra sua casa para que se sinta mais seguro. Eu conheço você e esses medos não passam tão fácil... - Daniel propôs ao me abraçar.
- Não precisa se preocupar, Dani... - respondi tentando ser gentil. - Você deve ter algum compromisso. Algo mais importante. - finalizei dando certo drama à minha voz.
- Eu não... Não tenho. - Daniel dissera dando-me um sorriso. - Eu não sou como o Anderson. O estilo durão. Você pode contar comigo... - ele insistira ao finalizar a frase.
Concordei com a ideia de Daniel, e quando Anderson retornou fomos todos no carro dele para a sessão de fotos que iriamos fazer. Nossa loja virtual iria ser inaugurada, e o site seria repaginado.
Eu não conseguia tirar a imagem daquela pessoa que aparecera mais cedo no restaurante, pois eu podia jurar que ela estava direcionando seu olhar para nós. Mais especificamente para mim. Poderia soar como exagero, mas eu tive medo de que algo me acontecesse, aquilo era algo fora do comum.
A sessão de fotos atrasara um pouco para ser iniciada, contudo, ao final da mesma eu já me sentira um pouco mais tranquilo diante do ocorrido de mais cedo. Mesmo assim, Daniel insistiu para voltar comigo pra casa para se certificar que eu chegasse bem em casa.
- Anderson, eu faço questão de acompanhar o Elidio. Mais tarde nos encontramos lá na casa dele, você vai ver o jogo lá, não é mesmo? - Daniel dissera ao Anderson na hora de nos despedirmos.
- Eu acho isso tudo um exagero, mas façam como quiserem. Nos encontramos mais tarde. - Anderson respondera friamente ao nos despedirmos.
Anderson pegara um táxi para voltar pra casa, enquanto eu e Daniel seguimos para minha casa em seu carro. Eu estava me sentindo tão assegurado, tão bem... Não era de hoje que Daniel conseguia fazer com que tudo que me fizesse mal de alguma maneira se distanciasse, talvez por me conhecer melhor do que ninguém, fato era que ele se importava comigo e sempre demonstrou isso de uma maneira única.
- Eu não sei como te agradecer por isso, Dani. - eu dissera ao chegarmos em minha casa. - Você é sempre muito doce comigo... - eu completara a frase com um sorriso no rosto.
- Isso é pra que você veja que não tem nada. Aquela pessoa que vimos no restaurante pode ser qualquer uma, e você pode ter tido a impressão errada de estar sendo vigiado. - Daniel respondera a fim de tranquilizar-me.
Depois que chegamos em casa, Daniel pedira para tomar banho e eu autorizara. Enquanto ele o fazia, pensei em fazer um lanche, mas de lá da cozinha eu escutara Daniel cantando. Aquela voz chamava minha atenção, e eu então interrompi o que estava comendo e segui sua voz. Nem preocupei-me em saber de qual música se tratava, apenas encantei-me pelo som de sua voz.
Aproximei-me da porta do banheiro que estava apenas escorada, e empurrei-a lentamente tentando não fazer barulho para passar despercebido. Quando olhei para Daniel, ele estava se ensaboando, e dera um grito ao me ver.
- Desculpe-me, Dani, eu ouvi sua voz e... Sua voz. Sua voz me chamou a atenção. - eu tentara justificar-me.
- Eu estou pelado, Elidio. - Daniel respondera timidamente ao tapar sua parte íntima.
- Eu já entendi... Estou saindo, Dani. - eu dissera desculpando-me ao sair do banheiro.
- Não, espera... Elidio. - Daniel chamara-me ao me ver tentar sair dali.
Ao ouvir seu chamado, eu voltara para o banheiro dessa vez fechando-me lá dentro.
- Me chamou, Daniel? - eu perguntara cinicamente ao encará-lo de cima a baixo.
- Eu preciso... Conversar com você. - Daniel dissera com a voz séria enquanto tentava enxaguar seu corpo antes ensaboado.
- S...Sim. - eu tentara responder ao observá-lo completamente nu em minha frente.
Daniel finalizara seu banho e então se enrolara numa toalha, e parece ter tomado bastante fôlego antes de tentar dizer o que estava lhe aflingindo.
- Eu não sei como dizer isso. Eu não quero perder sua amizade. - Daniel dissera inseguro.
- Perder minha amizade? Daniel, você não pode me perder. - eu respondera olhando-o fixamente.
- Elidio, eu estive com Camila por anos... - Dani então fizera uma pausa para concentrar-se no que ia dizer. - Sendo que amo outra pessoa. - ele finalizara olhando-me seriamente.
- Quem você ama, Daniel? - perguntei ansioso.
- Deixe-me te mostrar. - Daniel dissera ao se aproximar de mim.
Vi-me próximo de Daniel, e automaticamente fechei meus olhos aguardando ser beijado. Daniel roubara-me um beijo longo. Longo e carinhoso.
- Daniel... Então... Você também me ama? - eu perguntara ao sorrir entre o beijo.
- "Também"? Você quer dizer que você me ama? - Daniel retrucara-me com outra pergunta.
- Eu sempre te amei, Daniel. Nunca tive coragem de lhe dizer. Como pude perder tanto tempo? - eu dissera ainda de olhos fechados enquanto sorria.
- Eu não estou acreditando. A gente se ama e eu perdi esse tempo todo da minha vida com outra pessoa? - Daniel dissera rindo da situação.
Um barulho de batida interrompera nossa conversa, e eu e Daniel nos olhamos preocupados. Encolhi-me atrás de Daniel, e então ele se vestira rapidamente para que pudesse ir comigo ver o que tinha acontecido. Fomos até a porta e vimos um carro que havia resvalado de lado em uma árvore próxima à minha casa.
- Moça, você está bem? - Daniel perguntara ao se aproximar da motorista.
- Elidio? - ela perguntara meio confusa.
- Não, Elidio sou eu. - eu a corrigira ao apresentar-me. - Você está bem? Deve ter batido a cabeça. - eu prosseguira preocupado.
- Eu estou bem... - a moça dizia ao sair do carro. - Só estou um pouco zonza. - ela dissera meio desequilibrada.
- Elidio, acho melhor levarmos para dentro de casa. Depois pedimos socorro, mas ela não está em estado de ir embora sozinha. - Daniel dissera aconselhando-me.
- Claro, Dani... - eu concordara ao tentar guiar a moça até minha casa.
Daniel tentou ajudar-me a guiá-la, no entanto, a mesma não quis e se apoiou somente em mim.
Levei-a até minha casa, e a mesma mesmo aparentando estar zonza, não dera a menor importância ao carro que ficara lá fora e os danos possíveis que ele sofrera, apenas preocupou-se em observar o interior de minha casa. Ela olhava para todos os cantos, como se quisesse fazer um mapa mental e gravar tudo que tinha ali no interior.
Como se não bastasse, depois que reparei mais em seu rosto, eu podia jurar que o mesmo não me era estranho. Não me lembrava bem de onde, mas eu sabia que sim.
- Daniel, eu conheço essa garota. Eu sei que eu já a vi em algum lugar, só não sei onde. - eu tentara cochichar para Daniel.
- Lico... Duvido que você a conheça, você só está nervoso. - Daniel respondera falando baixo em meu ouvido e então beijara-me na bochecha de maneira dócil.
Depois de puxar pela memória, lembrei-me que essa era a garota que havia me "stalkeado" mais cedo, e comentado aquela sigla esquisita em todas as minhas fotos. O que ela estava fazendo ali perto de casa? Era muita coincidência. Aquele medo que eu sentira mais cedo, logo retornou.
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Esse é o primeiro capítulo (um pouco menor pois estou a fim de fazer um teste), se você gostou/quer ver a continuação comente abaixo. Pretendo dar prosseguimento à história mas só se vocês gostarem!

Admiração PerigosaWhere stories live. Discover now