• The sequels of being hypnotized by a demon •

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O limiar da fuga de Eddie fora descomplicada: galgou o peitoril da janela do seu quarto (a porta trancada e a mãe assistindo ao Project Runway na televisão) e andou silenciosamente da lateral da casa até a calçada, carregando consigo a bicicleta.

A única dificuldade que teve depois foi enfrentar o longo caminho, então alcançou a rua Kansas. Enquanto se aproximava da rua Neibolt, o rapaz saltou da bicicleta, enfiou a bombinha na boca e acionou. Além de sentir o sabor de alcaçuz na garganta, sentiu o medo bulindo com a sua pessoa fazendo as suas pernas estremecerem.

As lembranças sobre aquele lugar passavam na sua cabeça, eram tão assustadoras quanto filmes do expressionismo alemão.

Respirou fundo. Seguiu andando enquanto empurrava a bicicleta a segurando pelas manoplas.

Eddie obviamente não estava de mãos vazias. Ele roubou da bolsa de sua mãe um spray de defesa pessoal e pegou um canivete no porão da casa.

Apesar do medo abalando as estruturas do seu corpo, se manteve determinado estando prestes a virar a esquina para a rua Neibolt. Naquela rua vazia ele avistou um indivíduo imóvel na frente daquela casa que assombrou os seus sonhos.

Mais uma vez encheu profundamente os pulmões de ar e expirou. Tragou saliva e continuou o caminho. Aquele sujeito enorme aumentava de tamanho conforme se aproximava dele, simultaneamente o seu coração palpitava com rapidez.

Os meticulosos passos que Kaspbrak dava diminuíram ainda mais a velocidade a partir de uma distância de mais ou menos quatro metros longe do amuado Fritz Torrance. Parou na frente dele a um metro longe. Sua mão ficou enterrada nos bolsos da bermuda para caso urgisse o spray e o canivete.

Torrance medonhamente continuava a vestir a fantasia de palhaço assassino. Uma ironia! 

"Eu juro que vou me entregar para a polícia. Apenas... deixe-me esclarecer as coisas", disse ele de maneira muito tristonha.

"Só não seja um covarde, por favor", falou Eddie expressando rancor.

Fritz Torrance estava deveras envergonhado. Muito provavelmente a culpa que ele exprimia era verdadeira.

"Foi um dia estranho. Digo, mais do que qualquer história sobre doppelgänger. Foi depois da morte do Arroto. Estava Henry Bowers e eu andando nesta rua estranha enquanto conversávamos sobre pregar uma peça no riquinho do Peter Gordon", ele relatava enquanto realizava gestos com as mãos. "Brinquei falando que o Bowers tinha a inteligência de um pote de maionese para fazer uma pegadinha decente. Eu deveria saber que aquele cara tinha um ego frágil pra caralho".

"Fale logo!", exclamou Kaspbrak temendo que alguém surgisse naquela rua (e também torcendo para ir embora rápido).

"Tá, tá", disse ele se engasgando um pouco nas palavras por causa da timidez. "O Henry ficou puto. Principalmente porque, quando zoei ele, dei um tapa na bunda dele. Eu estava só brincando! Porra, o idiota me jogou no chão, me deu uma surra e ficou me chamando de bicha. Consegui dar um soco nele, aí eu me levantei e vi atrás dele um palhaço assustador pra caralho".

"A Coisa", disse Eddie com uma inflexão melancólica, consequentemente articulou devagar as palavras.

"Aquele negócio surgiu do nada. Era uma mistura de Bozo com Ronald McDonald. Eu estava me mijando nas calças, claro não literalmente. Não consegui me mover e nem falar. Henry me xingava sem reparar na minha cara de cu".

the4rules [REDDIE]Where stories live. Discover now