As vezes era tomar chá de manhã antes de ir para a aula mesmo que o lugar que ele sempre parasse para comprar fosse uma cafeteria. Ew, amargo. 

As vezes, era quando tinha uma aula que gostava muito, quando desenhava e não tinha vontade de arrancar a própria mão, quando corria mesmo que não estivesse atrasado.

Ele apenas não sabia qual era a próxima ação das pessoas, geralmente. Tinha uma ideia pior de Jimin, na verdade.

Apesar de que a maioria das vezes era quando levantava o rosto e encontrava com Jimin, seu óculos sujo, os alunos barulhentos, o professor que na verdade gostava dele mas não dormia e invejava demais suas ações.

Em vez que tomar chá muito doce e rir de alguém com o rosto sujo de maionese (e outros resíduos não reconhecíveis), Jimin bebia.

Foi por isso que achou tão engraçado e riu quando teve vontade, mesmo quando a cabeça doía tanto que parecia que o cérebro inflava.

De fato, inflava. Não porque estava prestes a explodir, talvez, mas porque Jungkook o encarava com atenção, com as lentes de contato que machucavam o cantinho dos olhos, com as mãos que fazia questão de estarem próximas de Jimin apenas para que ele tivesse um motivo para ficar nervoso.

Jimin também estava nervoso. Por isso que ele parou de notar a dor de cabeça e parou de notar que estava exausto.

Olhou em volta.

Ele levou alguns segundos apenas para rir, já que sentia a barriga embrulhar depois de ter passado mal de tanto beber. O motivo era Jungkook, claro.

Claro que era pior que sentir as borboletas dançarem junto com ele. Agora, elas gritavam, e Jimin não conseguia fazer nada mais do que rir.

Ria porque era engraçado. E Jungkook encarava-o porque ele tinha vontade.

Quando Jimin não estava ao lado de Jungkook, ele não sentia a festa tomar conta de seu corpo e não parecia que seu sangue fazia uma maratona de tão rápido que passava por cada lado de suas veias.

E quando não sentia nada assim, bebia.

Jimin achava que era uma solução mais fácil do que olhá-lo nos olhos e dizê-lo honestamente tudo que tinha se enganchado no fundo de sua garganta, desde que percebera seus sentimentos.

Talvez Jungkook concordasse com aquilo. Talvez, se negociasse um pouquinho, podiam dividir algumas garrafas de cerveja e sentir frio de madrugada porque sempre esqueciam suas jaquetas no dormitório.

Suspirou. Não era tão fácil assim. Principalmente porque conseguia ver os cílios de Jungkook apontando para si, e o olhar curioso que parecia percorrer tão suavemente sobre sua carteira.

Jimin perdeu a respiração quando Jungkook olhou-o nos olhos.

—Mas, vê só, tatuagens são permanentes. —Comentou.

Franziu as sobrancelhas. O que ele queria dizer? Inclinou-se em sua cadeira e cruzou os braços, esperando pelo resto da frase.

Jungkook sorriu e ajeitou a postura de suas costas, ficando assim totalmente virado na direção de Jimin.

—Se fossem realmente tatuagens, seriam algo que você não pode apagar mais, não é?—  Jungkook assentiu para si mesmo e apoiou o rosto nas mãos —Tipo uma cicatriz, ou a ficha de um crime.

Jimin acabou soltando um riso fraco. Encarou o teto, sem coragem de negar com a opinião de Jungkook, e apenas após aquilo resolveu olhá-lo mais uma vez.

—E eu cometeria um crime numa festa?

Jungkook deu de ombros. Não pareceu incomodado pela quantidade de tempo que Jimin passou o encarando desde que ele tinha chego. Na verdade, parecia até mesmo satisfeito com tal situação.

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