Junto à Ele-13

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Ela é fofa mesmo numa situação dessas.

—Obscuro você quer dizer. —afirmo olhando para dentro da minha xícara. —eu sempre o amei mesmo quando fiquei oito anos sem ter notícias dele. Eu o entendo e mesmo ele não me amando de volta eu o amo.

Todos ficam em silêncio. Assunto delicado.

O nosso pequeno-almoço continua calmo e com um pouco de tensão pairando. Enzo tenta conversar comigo para distrair-me e internamente sou grata a ele por estar tentando.

Nossa atenção é dirigida para a porta da cozinha quando Light entra despreocupado, como se nada tivesse acontecido ontem. Ele não está com as mesmas roupas claro. Veste um terno cinza escuro, camisa preta e gravata da cor dos seus olhos. Ás tatuagens que sobem pelo seu pescoço dão um toque mais perigoso ao seu visual.

Boungiorno. —cumprimeta, sentando-se logo em seguida. Do meu lado. No seu lugar.

—Bom dia. —respondo, tentando ignorar o facto de que para alguém que matou seu —não tão amigo— ontem, no dia do seu casamento, ele parece muito bem.

Boungiorno Light. —meu sogro responde e todos os outros fazem o mesmo.

Respiro fundo e vejo que ele come algumas uvas. Preparo seu café forte e sem açúcar e o entrego. Ele olha-me surpreso. De certeza não esperava que eu fosse cuidar dele depois da noite de ontem. E nem que eu sei como ele gosta do seu café.

—Grazie.

O pequeno-almoço tornou-se uma onda carregada não apenas de tensão, mas de um clima muito horrível. Eu estou claramente desconfortável, meus sogros fazem de tudo para não olhar para Light e meus cunhados fingem que está tudo bem.

Não sei o que pior, fingir que está tudo bem ou iludir a mim mesma sobre finais felizes.

—Como foi sua noite? —Mamma pergunta com ar preocupado e curioso.

—Boa. —meu marido responde, sem se quer olha para sua mãe.

—Aonde você dormiu? —agora há uma mistura de preocupação e chateação.

—Mamma, não seria Kalahari a fazer-me este tipo de pergunta?

Ás vezes eu gosto do Light que é monossílabico.

—Sou tua mãe. —mamma retruca.

Silêncio. Seguido de silêncio e de um Light que arruma os pedaços cortados de sua panqueca no prato. Ele a ignora.

—Onde foi que eu errei com você Light? —Beatrice Bonatero questiona. Há fúria em seu olhar.

—Bea, acalme-se. —Papà pede, segurando a mão dela.

—Não Pietro. Não! —ela se exalta por alguns segundos, mas seu olhar continua suave e calmo. —eu não conheço essa pessoa que está bem na minha frente, ele é mesmo meu figlio? Onde foi que eu errei? Porquê ele nunca conta á merda que aconteceu nesse tempo que ele esteve desaparecido?

Light larga calmamente a xícara que levava a boca, ordena algumas coisas na mesa. Seu corpo está rígido e percebo que ele tenta arrumar as coisas numa tentativa de acalmar a sim mesmo. Eu não estou chateada com ele, estou apenas assustada e preocupada, talvez até triste, mas mamma está realmente pegando pesado com ele e se presioná-lo, tenho certeza que as coisas não serão muito boas.

Light tenta ignorar a cena na mesa, assim como seus irmãos.

—Nem com seu analista você fala Light. —Mamma diz, indiganada sob o olhar crítico de seu marido. —Ai você mata alguém deixando indícios de que foi você. Um homem que por mais que seja sujo, faz parte da famiglia. Você tornou-se barão e já está a fazer tudo errado. Eu confesso que não sou o melhor exemplo e nunca fui mas você light...

O Filho do Barão [COMPLETO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora