Ressaca Carioca Blues

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  Ressaca Carioca Blues (Marcus Polidori e Deco Sampaio) 

Faço sempre o meu melhor,
porque o melhor pode ser feito.
Com meu sangue ou meu suor
— pra tudo, eu dou um jeito.
Mas sabe o que é pior?
Eu jamais serei perfeito.

Ontem à noite, eu desabei;
estava todo enrolado.
Hoje cedo, eu acordei.
Tomei um porre caprichado.
No espelho, eu estranhei:
minha barba desleixada.

Me casei com mulher linda
que ignora os meus defeitos.
Quando me sinto só,
ela se deita no meu peito.
Se lhe faço cafuné,
ela é só satisfação.

Ela é minha salvação.
É sem promessas ilusórias.
Quero compor outra canção,
sem esperar... que tudo rime.
Quero amor e inspiração,
mas tem que ser em terra firme.

Feito um marinheiro sangue-frio
num navio brasileiro,
sem receio, atravessei
uma odisseia o ano inteiro.
Mas você nem faz ideia
de como eu odeio o Rio de Janeiro.

Faço parte desse meio
que viaja atrás da luz,
observando o mundo alheio
de Santa Helena a Bom Jesus.
Serei direto, sem rodeios:
eu sou da estrada, eu sou do blues.

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