O Homem De Preto

308 27 2
                                    

Horário: 13:45

um dentre todos os pacientes que haviam naquele sanatório era uma criança, com menos de 12 anos, ele andava pelos quartos, levando consigo a alegria de uma pequena criança inocente. Ele adorava brincar com sua bola, chutando ela para todo o lado

-Cuidado para não chutar isso em uma janela - Disse Talya e sorrindo para ele

Talya Mary Pierce era uma mulher feita, não tão velha e não tão nova. Umas das mais lindas e competentes enfermeiras do local. Ela ajudava todos os paciente sem medo, não se importava com oque poderia acontecer a ela. So queria cuidar deles e cura-los

-Claro Tia Talya - Disse o garotinho

Ela deu outra risada, olhando para Timmy

-Sabe que não sou sua tia Timmy.....

-Eu sei, mas não me importo com isso..... - E continuou a chutar a bola na parede do quarto

-Não faça tanto barulho Timmy, isso ainda é um hospital - Ela estava arrumando a cama dele, organizando os lençóis e almofadas

Nem todos os pacientes ficavam em macas ou sem conforto nenhum. Aquele lugar era um lugar para que as pessoas permanecessem por meses. Elas teriam que possuir algum conforto, e não era diferente.

-Claro...Tia - Ele deu uma risada irônica.

-Pode me chamar de Tia Talya então..... - Ela riu e olhou ele - Toma cuidado pequeno......

Pequeno era um apelido carinhoso para Timmy, todos o chamavam assim naquele lugar. A enfermeira Talya não gostava de pensar naquilo como um Sanatório, mas sim como um enorme condomínio que todos ali se conheciam.

Ela saiu andando do quarto, ainda ouvindo ele chutar a bola. Ela se dirigiu ate a sala do diretor do lugar

Joseph Gattons era o doutor chefe do sanatório, ele comandava todas as operações, e quando não estava com a doutora Isadora Flemming, estava tentando encontrar a cura da tuberculose

Todos no sanatório sabiam do caso de Joseph Gattons e Isadora Flemming, mas ninguém se arriscava a dizer isso em voz alta. A doutora Flemming como gostava de ser chamada, era uma mulher ruiva que adorava vermelho, todas as noites ela saia com seu vestido vermelho longo, quase que transparente, dando um ar de sensualidade a ela e com o candelabro de velas na mão observando cada um dos quartos e andares. Era uma longa tarefa, mas O lugar que A Dra. Flemming repousava era na ala dos enfermeiros, claro que separado de todos eles, entre os primeiros andares. Joseph Gattons ficava na ala ainda vazia, o ultimo andar do prédio. Todos diziam que a "observação durante a noite" de Isadora Flemming era para ir ate o quarto de Joseph.

É meio estranho um Sanatório enorme como esses ter quartos para os enfermeiros. Mas havia um motivo, muitos deles mexiam com doenças contagiosas, e para evitar que se espalhasse, ficava em um quarto, como se fosse um dos pacientes.

Muitos médicos também se tornaram pacientes, por ficarem tão piores quanto os seus próprios pacientes. Muitos morreram mas muitos ainda continuam ajudando os outros a sobreviver as doenças.

Voltando a Dra. Flemming, ela gostava de esbanjar sua sensualidade, Mas não para qualquer um que ela visse....ela não era uma vadia chique.

...

Horário: 22:19

A enfermeira Talya estava se encaminhando para mais uma sala de mais um paciente, porém algo que não acontecia a muito tempo resolveu acontecer novamente, a primeira vez com ela

O Paciente número 89 havia saído de seu quarto, sem permissão. Talya suspirou é foi atrás dele, subindo andar por andar e verificando cada um dos quartos.

Ela chegou até o ultimo andar e, andando por ele, sabia que não ia haver nenhum paciente. No máximo Joseph Gattons.

Andando mais pelo andar, ela se aproximou da sala de Joseph, de lá de dentro se ouviam sons estranhos que ela não ouvia todo dia. Eram gemidos, gemidos de uma voz mais fina e doce, o de uma mulher. Ela deu uma risadinha, balançou a cabeça e voltou a andar a procura do paciente. Chegando no corredor, ela se virou para a esquerda e se deparou com um cena tenebrosa.

No mesmo momento que ela virou, um enfermeiro todo de preto, com uma mascara com um bico pontado para frente e curvado para baixo saia de uma das salas ao fundo do corredor. Ele estava com uma seringa na sua mão e olhou diretamente para os olhos de Talya. Ela no susto recuou, dando um passo para trás e se apoiando na parede para não cair. O homem de preto se aproximava a cada momento, até que ele virou e entrou em uma das salas novamente, a de numero 395

Ela continuou a olhar para frente, assustada, quando se virou e se deparou com Joseph a segurando pelos braços

-O que você ta fazendo aqui em cima?

Talya estava desnorteada, ela acabara de ver algo que provavelmente nunca mais ia se esquecer

-Q-Quem era.....o m-médico de preto? - Ela perguntou, gaguejando

-Não tem nenhum médico de preto aqui Pierce....o que veio fazer aqui em cima!? - Joseph parecia irritado, talvez ele suspeitasse que Talya havia ouvido ele e Isadora no quarto.

-Vim...procurar um paciente......ele saiu.....

Ele suspirou e soltou ela

-Muitos pacientes morreram hoje....não acha que o seu foi um deles?

-Teriam me avisado......eu saberia e não viria procurar aqui em cima - Ela olhou de novo para o corredor para se certificar de que não havia mais nada lá

-Então vá conferir la embaixo....Se não morreu....não se preocupa....ele só ta dando uma volta - Ele sorriu de lado

-S-Sim..... - Ela continuava a olhar o corredor

Antes de sair, Joseph segurou no queixo de Talya com força e a aproximou mais, fazendo ela olhar diretamente dentro de seus olhos, Talya se sentiu desconfortada de estar perto daquele homem assim

-Quaisquer coisa que você viu aqui....e melhor ficar aqui.....me entendeu? - Disse ele, puxando ela mais para perto quando disse as ultimas palavras

Talya balançou a cabeça, concordando com ele, e então ele a soltou e se afastou voltando a sua sala.

Talya foi descendo andar por andar, pensando no que havia acontecido no corredor. Quem era aquela figura? Não podia ser um fantasma, não faria sentido. Mas nada daquilo fazia sentido

O Sanatório De Waverly HillsWhere stories live. Discover now