Capítulo 14 - Júlio

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Acordei me sentido bem comigo mesma. Tomei um banho relaxante e tomei café da manhã com muita calma. Conversei um pouco com Bianca antes de ir me aprontar pra ir para o meu não-encontro. Resolvi que ia sair um pouco mais cedo e almoçar no shopping mesmo.

Vesti um vestidinho leve de verão branco, com lindas flores de cerejeira espalhadas pelo seu comprimento. Ele ia até a altura do meu joelho e era soltinho e bem fresco. Coloquei uma sapatilha vermelha e de maquiagem passei somente rímel. Pus um relógio de pulso que combinava com a sapatilha. Minhas bochechas estavam com um tom fraquinho rosado, o que me dava um ar saudável.

Fiz meu caminho para o shopping e cheguei lá já morrendo de fome. Fui direto para a praça de alimentação e escolhi comer um sanduíche, em vez de alguma coisa mais apropriada. Comi meu sanduíche feliz e passeei um pouco nas lojas. Acabei por comprar um vestido novo para mim. Ele era lindo, verde, tomara que caia, com uma faixa dourada prendendo a cintura e com camadas que pareciam flutuar um pouco acima do meu joelho.

Olhei para o relógio e vi que faltavam dez minutos para duas horas.

Caminhei em direção a cafeteria que tinha combinado com Júlio de me encontrar com ele.

Chegando à cafeteria olhei no relógio e vi que já eram duas e dez. Sentei em uma bancada que lá tinha e esperei a chegada do Júlio. Cerca de cinco minutos depois que eu sentei na bancada, recebo um nova mensagem de texto.

"Camila, caso você já tenha chegado, só para te avisar que chegarei daqui a uns quinze minutos. Vou chegar aí o mais rápido que puder."

"Relaxa Júlio, eu já cheguei, mas não precisa ter muita pressa não. Estou sentada confortavelmente aqui no banco."

"Valeu pela paciência. E até daqui a pouco."

"Até ;**"

Dez minutos depois, Júlio chega ao meu lado e me cumprimenta. Me levanto do banco que estou sentada para cumprimentá-lo adequadamente.

– Olá Camila, que bom te ver.

– Oi Júlio, igualmente. E como está você?

– Estou ótimo, e você como está?

– Estou bem – menti de leve, afinal, ele não precisava saber do meu estado de espírito ainda.

– Que bom. Você está linda.

– Er, obrigada Júlio.

– Não há de quê. Então vamos nos sentar em uma mesa melhor e conversar? – perguntou Júlio com um sorriso brilhante.

– Claro, vamos.

Sentamos em uma mesa no canto do recinto e conversamos muito. Ele era filho único, a mãe dele tinha fugido com o amante dela quando Júlio ainda era muito pequeno. Era formado em psicologia. Tinha vinte e seis anos. Não tinha namorada. Ficou noivo uma vez da namorada dele do tempo do colégio. Tinha um cachorro. Seu melhor amigo tinha acabado de se casar com um cara. Enfim, conheci um pouco da vida dele, e ele conheceu um pouco da minha.

– Não acredito que ele estava com duas... – Júlio ficou espantado quando lhe contei a minha história com o Luís.

– Imagina minha cara quando descobri...

– O cara só pode ser maluco em procurar outra mulher tendo você.

Sim, eventualmente, ele soltava um elogio assim que me deixava completamente sem graça. Sorria em resposta, sem ter palavras para dizer. É, acho que não vou conseguir fazer com que ele queira ser só me amigo.

Marcas de FogoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora