A conversa com Harry

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Dormi a noite toda e grande parte da manhã, quando desci para o salão principal, a maioria das pessoas havia ido embora, só restava os professores, os elfos e Harry Potter, sentei na mesa da Grifinória, um elfo se aproximou de mim:

- Deseja comer alguma coisa senhorita?

- Oi, um pouco de panqueca e suco de abóbora por favor.

Ele fez uma grande reverência e saiu, pouco tempo depois como sempre acontecia a comida apareceu na minha frente, eu realmente estava com fome e comi tudo, as reformas já haviam começado, a professora Minerva estava com esperança de que tudo ficaria em ordem até setembro.

Saí do salão principal e estava meio perdida, não sabia exatamente o que fazer, geralmente nas minhas horas de folga eu estava com meu pai e agora nem meus amigos estavam aqui, as aulas haviam sido suspensas.

Estava me sentindo sufocada, não sei se a professora McGonagall me deixaria andar fora das propriedades do Castelo, mas caminhei até o portão, como sempre ele estava fechado, levei minha mão até a enorme maçaneta e para minha surpresa estava destrancado.

Olhei para trás, acho que não teria mal algum em sair, não iria me afastar muito.

Me atrevi a sair e comecei a caminhar sem rumo, a brisa da primavera batia no meu rosto causando uma sensação de liberdade, sem perceber peguei o caminho que levava a Godric's Hollow, parei por um instante tentando decidir se seguia em frente, quase caí sentada com o susto que levei quando Harry aparatou na minha frente, instintivamente saquei minha varinha:

- Calma Mylle! Sou eu Harry.

- O que está fazendo aqui?

- A pergunta é O Que VOCÊ Está Fazendo Tão Longe Do Castelo?

- Desculpe, mas acho que não te devo satisfação.

- Mylle, sei que ainda está muito magoada, mas precisamos conversar.

Olhei diretamente nos olhos de Harry, me perdi por um instante na imensidão daquele azul, eu queria conversar com ele, entender sua posição, mas estava com medo, não sabia se ainda estava pronta para esse confronto. Respirei fundo, olhei para a direção do Castelo:

- Se preferir podemos ir ao Três Vassouras.

- Vamos.

Caminhamos lado a lado e o silêncio era constrangedor, acho que nenhum dos dois tinha coragem de começar.

No Três Vassouras, que estava vazio, o medo ainda se fazia, sentamos em um lugar escolhido por ele, Harry ficou virado de frente para a porta, talvez um hábito adquirido para proteção, ele pediu duas cervejas amanteigadas, o bruxo que nos serviu levou algum tempo na nossa mesa parabenizando Harry, disse que as bebidas eram por conta da casa e depois se afastou:

Dei um gole na minha bebida, esperei, não seria eu a começar a conversar, eu queria confrontá - lo saber o motivo dele nunca ter acreditado em papai, mas agora que ele estava na minha frente não sabia o que falar:

- Acho que antes de qualquer coisa eu preciso te pedir desculpas.

Por essa eu não esperava:

- Pelo o que exatamente?

- Por ser injusto, os fatos estavam na minha frente e eu não enxergava.

Não encontrei palavras e Harry continou:

- Sei que nada do que eu falar vai trazê - lo de volta.

- Realmente não vai.

 - Mas quero que saiba que me arrependo de não ter visto que ele me ajudou todos os momentos. Quem sabe eu...

A Filha do Príncipe Mestiço.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora