Capítulo 3

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– Ah!Ah!Ah! Meu padrão? Que eu saiba ele é um velhote, mão de vaca, que mal dá as caras por aqui.

– Lave essa sua boca antes de falar dele seu maldito. – Disse serrando os punhos.

– Se não vai fazer o que? Me bater? Então pode vir. Não sou homem de fugir de uma briga. – Batia do peito demonstrando valentia.

– Por favor parem! – A jovem gritou com as mãos enterrado no rosto enquanto as lágrimas escorriam.

– Sai daqui agora mesmo se não quiser ser demitido.

– Com que autoridade pensa fazer isso ? – Retrucou apontando o dedo na cara dele.

– Com a autoridade de filho do dono dessas terras.

– Filho?! Me perdoe eu-eu-eu não sabia quem era o senhor. – Disse tropeçando nas palavras.

– Agora que já sabe quem sou, sai daqui imediatamente antes que eu mude de ideia e parta para cima de você.

– Sim-sim senhor. Depois terminamos a nossa conversa meu amor. – Voltou se para a jovem antes de sair trocando as pernas.

– Você está bem? – Perguntou o homem aproximando da jovem que permanecia imóvel. Ela apenas balançou o rosto em concordância sem encará-lo.

– Ele te chamou de amor. Por acaso já tiveram algum envolvimento. – Ela não respondeu nada, apenas meneou com cabeça.

– Como se chama ?

– Ruth senhor. – Disse acanhada.

– Não precisa ficar assim. Eu não estou te jugando. – Disse ele tocando em seu queixo e levantando seu rosto. Quando os seus olhos encontraram-se pela primeira vez, um misto de sentimentos invadiram o coração de ambos. Nenhum dos dois ousou desviar o olhar. E ficaram assim por um longo instante ate serem despertados pela voz de alguém.

– Senhor Miguel, sua mãe esta a sua procura. – Disse ao patrão. – Ola menina. – Cumprimentou a jovem .

– Ola seu Damião. – Respondeu ao senhor que havia a contratado meses atrás.

– Está bem Damião, diga a ele que já estou indo.

– Acho melhor eu ir agora. – A jovem estava envergonhada .Além do mais estava confusa com aquilo que acabara de acontecer. Nunca tinha se sentindo assim, a não ser quando estava ao lado de Bernado.

– Não, espera! Onde você mora? Eu posso acompanhá-la. – Se prontificou.

– Não precisa, eu moro aqui perto. – Disse a jovem sentindo o rubor tomar conta de si.

– Tem certeza que não é perigoso? – Ele estava realmente preocupado com a segurança da jovem.

– Tenho sim. Thau! – Pegou suas coisas e foi embora sem olhar para trás.

– Thau! – Ouviu o responder.

Chegou na pensão aflita, seu coração batia em um ritmo acelerado. Sua mãos suavam e sua respiração estava descompassada.

– O que está acontecendo comigo. – Disse se jogando na cama relembrando daquele olhar penetrante sobre ela.

Enquanto isso na mansão dos Maldonados, Miguel tentava prestar atenção no que sua mãe falava, mas seus pensamentos estavam bem longe, mas precisamente na bela jovem que encontrara mais cedo.

– Então o que me diz? -  Indagou a mulher eufórica.

– O que disse mamãe?

– Miguel você não ouviu nada do que eu disse? Estava dizendo que precisamos de mais empregados. Minhas roupas precisam de cuidados especiais, são tecidos importados.

Era uma VezWhere stories live. Discover now