VIII

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Capítulo 08

Amy

As duas semanas seguintes passaram voando. Depois de ter perdido a amizade de Julie e de Gabe ter começado a ficar com Margot do nada, decidi que o melhor para mim (e para os outros) seria que eu me afastasse. Pelo menos por enquanto.

Assistia as aulas em silêncio, almoçava fora do refeitório e ia embora sem demais satisfações. De longe, via Julie sentada com Kyle e Margot na mesa dos populares, rindo das coisas idiotas que algum deles dizia. Quando ela tentava me olhar, eu virava o rosto.

Foi em uma tarde de quinta feira, quase quatorze dias depois, que estava sozinha no meu quarto tentando fazer meu dever de casa (pra ver o quanto eu estava afetada), que finalmente alguém decidiu vir tentar falar comigo.

— Amy. – Minha mãe bateu duas vezes na porta e já a abriu sem esperar minha resposta. — Você tem uma visita.

Pensava que provavelmente era Arnold com algum filme para tentar me animar. Ou talvez Monica com a coleção de roupas do bazar de sua mãe para que pudéssemos passar o tempo e esquecer os problemas, até que vi quem eu menos esperava ali, na porta do meu quarto.

— Oi, Amy. – Julie deu um sorriso fraco e um aceno baixo.

— Bom, vou deixar as duas conversarem. Qualquer coisa estou lá embaixo fazendo minha yoga. – Minha mãe avisou, fazendo Julie dar um passo para dentro do quarto e ela poder fechar a porta.

Ela tinha um vício pelo programa de Ioga do canal 8. Tomara que ela não fique com as pernas presas como da última vez. Não temos o alicate em casa desta vez. Ah não ser que nós pedíssemos a vizinha...

Espera, do que eu estava falando mesmo?

Ah, sim. Julie. Voltemos.

De imediato, teve apenas silêncio. Uma quietude sepulcral que me deixou desconfortável, e então, resolvi falar:

— Que surpresa você aqui. – Comentei, sem muita empatia. — Achava que você nunca mais fosse querer me ver.

— É... na verdade, eu devo desculpas a você, Amy. – Julie admitiu, o que pra ela não estava parecendo fácil. — Eu... terminei com o Kyle.

Naquele momento, eu queria fazer de tudo um pouco. Gritar, dançar, pular na cama, rir, beber e quem sabe até ir ao banheiro de tanta empolgação, mas decidi manter a pose de madura por mais um tempo.

— Nossa, e por quê? – Tentei conter o meu impulso de comemorar ali mesmo.

— Ele ficou falando mal de você, junto da Margot. – Por que será que eu não estava surpresa?

— Chocante. – Ironizei. — Estou super mal de saber que seu novo grupinho não gosta de mim. – Menti.

— Ele te chamou de perdedora, e eu não posso admitir que falem assim de você. – Julie falava com o olhar baixo. — Você é minha melhor amiga. Namorados vem e vão, mas as amizades ficam. Eu sinto muito pela forma que eu te tratei. Você estava certa em dizer que eu estava trocando vocês, e só agora percebo o quanto foi burra. Estou disposta a tentar consertar as burradas que eu fiz e tentar começar do zero. Voltarmos a ser amigas. — Ela ergueu a mão. — Prazer, meu nome é Julie Hayes.

Apertei sua mão.

— Amy Salt. Prazer em te conhecer, Jules. — Entrei na brincadeira. Estava feliz.

Uma PÉSSIMA Melhor AmigaWhere stories live. Discover now