—Acalma-te. —o que mais eu diria a ela? Nunca fui sentimental ,não sabia como a consolaria ou tiraria o penso que estava sob seus ombros. —Eu...

—Eu vou tirá-lo, Light. —Danna sussurrou, e se não fosse pelo facto de ter pronunciado meu nome, de certeza acharia que estivesse a falar sozinha, como sempre fazia ultimamente. —Eu-eu não posso...

As lágrimas desciam copiosamente por sua face, Danna estava aos prantos e eu não sabia o que faria, ela estava a sofrer e isso era visível, e eu sei que sofreria mais ainda se fizesse o que sua boca fala, mas seu coração não quer. Com isso, eu já sabia o que faria, em pouco tempo eu serei o novo barão da Mão Negra, tenho de pensar nos melhores caminhos que nos levem a finais diferentes, não deixaria minha irmã sofrer. Não mais.

—Não, você terá essa criança. —pronunciei com firmeza, aproximei-me e segurei suas delicadas mãos. —Você terá um novo Bonatero.

—Nunca quis ser mãe solteira, eu nunca quis que meu bebê nascesse sem um pai. —Giordanna disse aos soluços. Era duro, nenhuma mãe quer seu filho longe do pai, mas nesse caso era necessário que essa criança não soubesse nem quem é o seu pai imundo.

—Mas ela ou ele já tem um pai.

Giordana lançou-me um olhar perdido e confuso, claro que estaria confusa, talvez pensasse num casamento arranjado ou algo parecido.

—Eu...

—Eu serei o pai dela ou dele. —sorri com esse pensamentos, o que raios estava eu a fazer?  —Eu protegerei você e essa criança com a minha vida, espero que você me permita fazer isso.

Giordana fitou-me sem palavras e atirou-se nos meus braços, chorou mais ainda sussurando palavras de agradecimento. Mas isso não é necessário, e ela sabe, somos irmãos, gémeos verdadeiros e de qualquer forma essa criança é tão minha quanto dela. Jamais os abandonaria.

—Eu amo-te mano, amo-te muito. —sorriu ainda com lagrimas na face. Exalei profundamente e permeti-me relaxar, eu posso fazer isso e de certeza o farei.

—Eu... —orri sem jeito. —Eu...

—É, eu sei —Giordanna limpou a face e sorriu ainda mais. —, uma hora ou outra, você terá de aprender que é tão fácil dizer: eu te amo quanto carregar uma arma.

—Bella comparação. —carreguei meu sotaque, certas palavras exigiam isso de mim. —Vamos, precisamos contar para a mamma e o papà e esperar que os dois saiam com um exército atrás do Kazama.

—Eles esperam isso de você, eu nem tanto, não quero que você suje as mãos por mim. —retrucou irritada.

Se ela soubesse o quão sujo sou, talvez não tivesse dito essas palavras, matar Kazama seria uma agulha entre milhões, não faria diferença alguma na minha vasta lista de homens mortos. Faziam cinco anos que eu perdi a conta de quantos homens eu matei á tiros, sem contar com os que tive prazer de esfolar vivos. Em breve seria a vez de Kazama, com ele de certeza que será ainda mais prazeroso, ver seu corpo sangrar, ouvi-lo gritar de dor e implorar por piedade.

Assim que descemos, estavam todos na cozinha a tomar o pequeno almoço, ninguém pronunciou-se sobre os acontecimentos da noite anterior e agradeci-os mentalmente. Pacientemente pedi para que todos prestassem atenção pois havia algo que eu queria informar, visto que eu nunca era de falar demais, todos deixaram seus pratos de lado para prestar atenção em mim, Giordanna estava ao meu e apreensão   vindo dela. Segurei sua mão e contei a todos sobre a gravidez, a primeira reacção de todos foi de fitar-me como se eu estivesse bêbado ou tivesse nascido três cabeças pelo meu pescoço, mas assim que expliquei-lhes tudo, Mamma insultou os Kazama em todos os idiomas por ela conhecidos, gritou e jurou matá-lo, já papà apenas olhou-me e eu sabia que ele não queria vínculos, exactamente como eu. Mas todos nos queriamos aquela criança e prometemos cuidar dela, seria mais um membro para a familia e claro seria a pessoa mais importante para todos nós.

O Filho do Barão [COMPLETO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora