O começo de uma jornada um tanto arriscada

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  Kayle estava sentada na poltrona do quarto pequeno alugado pela deusa, bem escondido em um hotel situado em Nova York. Sua feição era de choque misturado com espanto.

— Deixe-me ver se entendi bem. Uma das górgonas roubou uma caixa onde vive um titã chamado Cronos de dentro do tártaro, que é chefiado por Hades, o deus do submundo e por incrível que pareça, é também o meu pai, que se já não bastasse toda essa loucura ainda sou a tal chave responsável por abrir a caixa, e que por isso essa mulher esquisita com o cabelo de cobra igual a medusa me atacou? — Perguntou tentando manter sua sanidade intacta.

— Correto. — Respondeu Athena.

— E você se encaixa exatamente aonde nessa história maluca?

— Bom. Armaram para mim. Zeus, o meu pai acredita que eu roubei a caixa de Cronos e agora preciso provar minha lealdade protegendo você e recuperando a caixa. — E Kayle achou que não podia ficar ainda mais louca.

— Seu pai? Você é filha de Zeus?

— Athena. Sendo mais exata.

— A deusa da sabedoria? — Os olhos arregalados de Kayle revelavam sua confusão sobre toda aquela situação. — Sabe o que é mais incrível sobre essa história toda? É que eu acredito! — Ela começou a rir de espanto. — Eu sempre me achei esquista por ver certas coisas, sem contar nessa estranha habilidade em acender velas e de repente aparece uma mulher esquisita e me dá um livro velho dizendo coisas sem sentido e desaparece logo depois, nem vou falar da mulher com um monte de cobras nojentas na cabeça!

— Aquela era Esteno. — Respondeu Athena. — Você disse... Que uma mulher te deu um livro. No caso esse livro aqui? — Perguntou pegando o livro de cima da mesa onde havia colocado logo em que chegaram.

— Sim, é seu? Ela me disse que pertencia "a minha deusa" eu não entendi muito bem o que ela queria dizer com tudo aquilo.

   Athena tentou digerir essas informações.

— Isso é novidade para mim. Bom, quando armaram para me incriminar, usaram meu anel como evidência para me culpar.  Eu sabia que meu anel tinha sido roubado, e fui direto para alertar os guardas, mas no caminho, lá no olimpo existe uma biblioteca enorme, onde contém em livros todas informações sobre o mundo, inclusive, existe bem no centro os livros mais preciosos chamados de vívlou ton théon, em tradução, significaria algo como bíblia dos deuses. — Grego, assim como Kayle suspeitara. — Cada um dos deuses assim que nascem, nasce consigo também uma dessas bíblias, são toda a sua história, e todo o seu poder descritos nela. Uma vez que se destrói um livro desses, pode causar a morte de um deus, ou o bloqueio de sua história levando ele a se tornar um mero mortal.  

— Meu deus... Como conseguiram roubar isso do Olimpo? — Perguntou Susan, mãe de Kayle entrando pela porta com sacolas de compras nas mãos.

— É o que eu queria saber, primeiro o meu anel, e depois o meu livro. Algo não estava certo. Eu ia até meu pai avisá-lo, mas... Bom era tarde demais.

— Como esse livro foi parar nas minhas mãos? — Perguntou Kayle confusa.

— Essa mulher que te deu esse livro deve ter trabalhado com as górgonas e decidido traí-las, entregando a ti o meu livro. Acho que esse livro seria a carta na manga delas, mas o que não se encaixa é o motivo. Não conheço ninguém com essas características.

— Bom, comprei roupas novas para vocês duas, usei minhas economias, tudo do que precisam estão aqui e também podem ficar com meu cartão para qualquer emergência... — Athena fez que sim com a cabeça.

— Você não vem com a gente? — Perguntou Kayle. — Espera, vamos pra onde mesmo? — A confusão em sua cabeça estava cada vez maior.

— Eu pedi a sua mãe que ficasse a salvo, na casa de algum parente. Se ela viesse conosco, apenas seria mais uma a qual eu deveria me preocupar. Se ela fosse pega serviria de chantagem para você se entregar.

Athena e a Última herdeira de Hades - VOL 1 Where stories live. Discover now